No Maranhão, governo convoca discussão sobre projeto
Ao realizar uma pesquisa sobre Pontos de Inclusão Digital (PIDs), em 2008, o governo do Maranhão constatou que lanhouses e cibercafés respondem por 69,3% dos 1.877 pontos em funcionamento nos 217 municípios do estado. Foi o primeiro censo de inclusão digital realizado de porta em porta, no país. Com apoio do IBICT, do Ministério da Ciência e Tecnologia, o levantamento foi conduzido pela Secretaria Adjunta de Tecnologia da Informação e Integração do Estado. A finalidade era reunir elementos para subsidiar uma política pública de inclusão digital, em que as lanhouses vão desempenhar um papel. “Não tem a menor dúvida de que é preciso ter uma estratégia para lanhouses”, afirma Marcelo Caio de Miranda Silva, secretário Adjunto de Tecnologia da Informação e Integração. “São espaços sociais importantes, com grande comparecimento de pessoas, e o estado não tem braços para chegar a tantos lugares quanto elas chegam”, explica ele. “A dificuldade é a atuação informal da maioria”, constata.
Agora, o governo vai convocar os diversos órgãos a se envolverem com o tema e convidar representantes de universidades para desenvolver um projeto. De acordo com Silva, o objetivo é implantar experiências-piloto em abril. As primeiras ações serão casadas com o plano de regionalização do estado, uma estratégia do governo de levar a gestão estadual até os municípios. Assim, o ponto de presença do governo nas cidades pode ser o mesmo para inclusão digital, agências de fomento setorial e ações de e-gov. Tal arquitetura de serviços está ligada, também, à expansão da Infovia Maranhão.
A primeira fase da Infovia deve ir até o final deste ano, contemplando 13 municípios. Até o final de 2010, entram mais 20 cidades. Foi feito um acordo com a Eletronorte para a construção da rede, que utilizará fibras apagadas nos cabos de aterramento das linhas elétricas. A capacidade prevista é de um canal de 10 Gbps e mais cinco canais de 1 Gbps. “Essa infraestrutura vai precisar de conteúdo para que seus benefícios sejam efetivos, como iniciativas nas áreas de telemedicina e educação a distância”, avalia Silva. “A inclusão digital entra nisso porque é uma ação integrada, pode contemplar iniciativas de educação, desenvolvimento local e interação política”, conclui.
24,9% dos PIDs (468 pontos) são laboratórios de informática de escolas
4,8% dos PIDs (90 pontos) são telecentros 97,1% das lanhouses e
cibercafés estão em áreas urbanas
85,5% dos laboratórios de informática estão na área urbana
94,8% dos telecentros estão em áreas urbanas
24% dos PIDs (451 pontos) estão sob gestão do setor público
29,1% dos PIDs (546 pontos) estão sob gestão do setor privado
3% dos PIDs (57 pontos) estão sob gestão do terceiro setor
43,7% dos PIDs (821 pontos) são mantidos por empresas informais