Atores e Autores

Jovens formados em programas públicos de inclusão digital são personagens-autores de um trabalho que aponta caminhos para o protagonismo social 

Patrícia Cornils

ARede nº 69 Maio/2011 – Durante o ano de 2010, seis jovens aceitaram narrar sua histórias de vida a uma pesquisadora que elaborava uma dissertação. São filhos de famílias de baixa renda, que cresceram nas periferias, estudaram em escolas públicas e hoje trabalham com Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs). Cleber Jesus Santos, Meilene Hercília Medeiros Ferreira, Fábio Lúcio de Souza, Marcelo Cardoso dos Santos e Clerrison Luís dos Santos são profissionais da nova mídia – designação que alguns autores dão às profissões que se desenvolveram com a explosão da internet. Darla Maria Braga é monitora e gestora em dois telecentros de sua cidade. Todos foram formados em programas públicos de inclusão digital, patrocinados por governos, organizações do terceiro setor e empresas. Seus depoimentos mostram como esses programas interferiram em suas vidas. E são o fundamento da dissertação “Inclusão digital como fator de inclusão social. A inserção de jovens de baixa renda como protagonistas na Sociedade do Conhecimento”, defendida pela jornalista Lia Ribeiro Dias, em abril, na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo (SP).

O objetivo da dissertação, explica Lia Ribeiro, foi delinear qual conceito de inclusão digital efetivamente contribui para a inclusão social de jovens sem acesso à internet em casa e que precisam de programas públicos para desenvolver as habilidades necessárias ao exercício da cidadania na rede, como: se comunicar, pesquisar, compartilhar conteúdo, produzir em rede e desenvolver a autoria. Ou seja, programas que vão muito além da alfabetização digital – onde há o risco dos aprendizes se formarem apenas meros consumidores de tecnologia –, pois preparam os alunos para que interajam, se expressem e se articulem em rede, compartilhando conhecimento. Alguns teóricos chamam esse estágio de “emancipação digital”.

Pois bem. Os protagonistas da dissertação conseguiram alcançar a emancipação digital. E o mérito não é apenas dos programas públicos. Esses jovens, que Lia Ribeiro chamou de “personagens-autores”, trabalharam duro – e continuam trabalhando – para se inserir no mundo profissional e conquistar autonomia de vida. No entanto, ter participado desses programas lhes permitiu um inserção social diferenciada. Os personagens-autores não enveredaram por atividades comuns em sua faixa de idade e classe social (motoboy, empacotador de compras, vigia, atendente de telemarketing, manicure, entre outras), que, embora dignas, têm pouco espaço para a autoria e o protagonismo. Cleber é programador em software livre. Meilene, a Meg, é roteirista e editora de filmes. Fábio monta e configura computadores. Marcelo faz vídeos, músicas e é gestor de um Ponto de Cultura. Clerrison, o Teddy, compõe rap e edita áudio e vídeo. Darla faz parte do movimento para debater políticas públicas de juventude em Marabá (PA).

A dissertação tenta comparar, e até contrapor, a reflexão teórica sobre a evolução da sociedade em rede com a realidade das personagens. “Meu objetivo foi entender a trajetória desses jovens, a partir de sua história de vida. Não se trata de uma amostra. Cada experiência é única”, ressalta a autora. A dissertação se apoia na metodologia de pesquisa de histórias de vida, o que dá uma visão profunda das personagens e permite detectar quais os elementos centrais que influenciam sua formação – e transformação.

Para que os brasileiros tenham acesso ao efetivo direito à comunicação conectada, é preciso que os programas de inclusão digital se qualifiquem, ressalta o Pretto (ver página 14). Além do professor da UFBA, participaram da banca examinadora os professores Walter Teixeira Lima Junior, orientador, e José Eugênio de Oliveira Menezes, ambos da Faculdade Cásper Líbero. A experiência desses jovens, cujos depoimentos estão sintetizados nas páginas que se seguem, pode ajudar a contribuir para o desenvolvimento de políticas públicas de inclusão digital mais focadas no protagonismo na rede, acredita a Lia Ribeiro.

Pesquisadora da inclusão digital
Lia Ribeiro Dias é jornalista. Seu primeiro contato mais sistematizado com a inclusão digital no Brasil foi em 2003, quando coordenou a produção do livro Inclusão Digital, Com a Palavra a Sociedade, que traçou o primeiro panorama da inclusão digital no país, apresentando 40 projetos desenvolvidos por governos, sociedade civil e empresas, além de trazer experiências da África e da América Latina. Desde 2005, é diretora editorial da revista ARede, cujo foco é o uso das tecnologias de informação e comunicação (TICs) para a inclusão social.

Meilene Hercília Medeiros Ferreira (Meg) 24 anos
Oi Kabum! (Salvador, BA)

“O que eu conhecia de computador assim era muito distante, porque um vizinho do meu vizinho que tinha um computador, aqui em Salvador. Em São Paulo eu nunca vi um computador. Eu só olhava, mesmo, era de um vizinho aqui da frente. Quando a gente chegou na Kabum, começou a ter um rodízio, passar por todas as linguagens. Era todo mundo assim: o que era um comando S? (que é salvar), vamos abrir um projeto, vamos abrir um formato Word, tinha aula de como montar, desmontar um computador. Era base da base, ninguém sabia de computador. Sabiam aqueles que a mãe tinha condições de comprar um computador e tinha em casa. Eu nem sabia o que era um cabo de força, aprendi na Kabum. Foi em 2004 que aprendi o que era um cabo de força. Com essas aulas de computador, Excel, Word, a gente foi para aula de vídeo.”

“Aí comecei a ver o que era linguagem de vídeo e comecei a ver que não era mágica tirar a imagem de dentro de uma câmera e colocar dentro do computador. Aquilo, a turma inteira achava muito legal. Aí cada um foi para o lado que mais gostou, filmar, editar, um só queria produzir, outro só cuidar dos horários, outro só queria dirigir. Aí vem o processo mesmo, o primeiro com as aulas de estruturas de computadores, os periféricos de computador, depois com as aulas a mais. Na escola a gente produzia algumas coisas, uns curtas bem pequenos para a gente treinar as câmeras, treinar o enquadramento. Tinha aula de fotografia, de luz, a base da fotografia para vídeo. Uma informação atrás da outra, era uma coisa deslumbrante. Cada dia você vendo uma coisa diferente, você vai se apaixonando.”

“A gente ganhou festivais com um documentário sobre o Nordeste de Amaralina. A gente ganhou três, dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro. O último prêmio que a gente ganhou foi em 2007. E acabamos de terminar outro curta agora. Um filme baseado na história de um menino que passou na Kabum. Era um menino supercriativo, supereducado e familiar. Um dia, ele estava saindo para ir para a escola e recebeu uma bala perdida na porta de casa. A gente fez um filme baseado na vida dele. Na verdade, a gente fez um menino que queria ser um palhaço. Ele estava indo para estreia de teatro dele. Era o grande dia e, no caminho, ele recebe uma bala perdida. O filme é sobre isso, a história de Bruno, que no filme chama Eder.”

Entrevista realizada em 17/7/2010

Cleber Jesus Santos 26 anos
Telecentro Cidade Tiradentes (São Paulo, SP)

“O que me levou [a colaborar com uma comunidade de software livre] foi a necessidade de aprender e a vontade de ajudar. Eu sentia que eles colaboravam comigo também. Tudo que eu precisava, estava lá. A primeira coisa que eu fiz foi entrar em contato com um dos programadores, ele tinha um programinha que eu precisava. Fiquei procurando, procurando, então passou um ano e eu não tinha histórico. Não tem como fazer, pensei. Até então, eu não colaborava ainda. Aí esse programador fez. Nisso que ele fez, eu falei ‘que legal’, eu senti que ele colaborou comigo. Aí, uma forma de eu devolver foi ajudar a comunidade de que ele participava, que era a do Zope Plone. Passei a colaborar fazendo aplicações, novos produtos para Zope Plone. Com isso, também ajudei a comunidade PHP a fazer algumas coisas. Um pouco antes de mexer com o Zope, eu já tinha mexido no PHP. Então, para mim, era devolver o que eu aprendi com eles
– Linux, software livre em si.”

“Semana passada precisei de um aplicativo para um site de um cliente. Na verdade era mais uma funcionalidade. O cliente fazia upload de arquivos, só que ele que fazia upload de mais de um arquivo de uma vez só. Achei um produto da Plone que fazia isso. Só que na hora de subir os arquivos tinha um problema, um erro. Fui lá, arrumei, funcionou. Aí eu devolvi para o programador dizendo: tinha um erro, eu corrigi e está aqui. Essa semana, vi que ele lançou a nova versão do produto com o meu nome como colaborador. É bem bacana, você começa a ver o retorno.”

“O retorno não é em dinheiro, mas é um retorno gostoso, é de reconhecimento do que você fez. Eu estou usando software que você fez. Um dos exemplos foi durante o FISL do ano passado, um rapaz veio e disse: você que é o Cleber? – eu sou conhecido como Cleber do Telecentro. Ele falou: eu estou usando um produto que você fez, o SAP Show, que tem um projeto na Câmara, chamado site da prefeitura de Vassouras, da Câmara Municipal de Vassouras. O projeto agrega um produto que eu criei, um slide show que, basicamente, passa imagem e notícias. Então isso é um retorno agradável para mim, pelo reconhecimento, as pessoas te conhecem por aquilo que você fez.”

Entrevista realizada em 22/1/2010

Clerisson Luís dos Santos (Teddy) 31 anos
Pontão de Cultura Nós Digitais (São Carlos, SP)

“Minhas produções são todas aqui mesmo. Por exemplo, esta [passando música] eu fiz aqui no computador. Mexo com vídeo e com gráficos também. Coisas que eu nem sabia mexer. Do ano passado para cá que eu comecei a mexer com vídeo. Sei editar um vídeo, sei gravar, captar imagens, tudo. Coisa que eu via eles fazendo, me interessava, perguntava e eles falavam: faz assim. O bom daqui é isso, eles me chamam para evento, para mexer com o som, para já ir aprendendo a gerenciar essas coisas. Então, é um lugar que me ajudou muito, a abrir muito meus horizontes, tratando de software livre. Aqui em São Carlos, quando se fala de produção de áudio, sempre falam o meu nome agora. Está crescendo bastante o número de chamados. Até o ano passado, não tinha nada. A galera não estava muito interessada em software livre. Começou a surgir interesse a partir do momento que a Universidade Federal fez uma rádio. É uma rádio superforte e a pioneira em software livre, na América do Sul. Os caras viajam até a Bolívia, Colômbia, para dar palestras sobre rádio 100% software livre. A galera começou a se interessar. Aí eles mesmos, se tem trampo, eles passam para mim: fala lá com o Clerisson, lá na Teia.

“O software livre me possibilita fazer as coisas, porque eu sei onde posso buscar ajuda, suporte. No software proprietário, tudo que você vai fazer, tem de pagar. Vem um cara na sua casa só para ver por quê a sua tela está quebrada no canto, e você tem de pagar R$ 80 a consulta. No 
software livre, não. Coisinhas simples se resolvem com atitudes simples. Então, o software livre me fez ver isso. Não pelo fato que as pessoas confundem software livre com grátis, não é isso. É uma coisa que te dá suporte e liberdade, para você fazer suas coisas, sem ter que ficar torrando a sua cabeça – puxa vida, se eu não tiver capital, eu não vou fazer. O software livre deu asas à minha imaginação, mudou a minha vida mesmo. Não fosse essa experiência, não estaria aqui trabalhando no estúdio. Isso me inseriu em um novo ambiente de trabalho, me deu uma profissão. Antes, eu só tinha o hip hop. Hoje, eu ensino as pessoas a usar o estúdio digital, a gravar som e vídeo. Sempre fui louco para viajar de avião. O projeto me permitiu realizar esse sonho no meio do ano. Tudo é só ter fé e buscar. Hoje, eu dou até palestra. O software livre me reeducou, para ver as coisas por todos os ângulos. Abriu minha mente para tudo.”

Entrevista realizada em 18/11/2010

Darla Braga dos Santos 20 anos NavegaPará (Marabá, PA)

“Trabalho em dois infocentros. Em um, como monitora, e no outro, como gestora. Já tem seis meses que eu comecei. Formamos uma turma e agora já estamos no meio da formação de outra. E também a gente já fez intercâmbios, oficinas com outras culturas digitais. Lá em Santarém, o pessoal do Puraqué tem um trabalho muito bacana nessa área de software livre, eles deram oficinas de gráficos, oficina do blog e áudio e vídeo. Então, a nossa comunidade teve participando. Quando tem essas oficinas, a gente tem sempre a preocupação de incluir a nossa comunidade, os jovens da nossa comunidade. Na verdade, como eu estava falando, a cultura digital tem de trabalhar junto com a comunidade, tem de servir como um instrumento de transformação social também. A gente também teve outra oficina com cultura juvenil. E agora tenho esse grupo que eu atuo, que é o Crer. São de dez a 15 jovens da nossa comunidade que participam, que atuam. E a gente vai formar esse grupo de jovens de software livre, vou aplicar os cursos, vou garantir o certificado para eles, como ferramenta de profissão. Encaminhar para o mercado de trabalho também. E a gente também quer ir além, quer aprofundar fazendo esse intercâmbio com outros Pontos de Cultura.”

“O que eu já domino é mais na área que eu estou trabalhando, são os cursos. Eu domino muito a parte básica da informática. Estou querendo agora, através da parceria, me aprofundar mesmo na parte de vídeo, nos programas de vídeo e edição de vídeo e edição de gráficos. A gente estava pensando também… Como a gente tem muitos grupos culturais naquela comunidade, então, pra gente divulgar, usando essa ferramenta, que a gente tem tão próximo, que são esses infocentros e essa internet de altíssima disponibilidade. A gente quer agora fazer nosso próprio jornal, fazer nosso próprio documentário de vídeo. É um projeto também do grupo, fazer um resgate histórico do grupo, no que o grupo influencia na vida dos participantes, dos que já participaram. A gente vai fazer um documentário, então, vamos nos aprofundar nesta parte dos programas mais avançados que são edições gráfica, de vídeo, de áudio.”

Entrevista realizada em 28/3/2010

Marcelo Cardoso dos Santos 29 anos
Ponto de Cultura Bankoma,Associação São Jorge da Filho de Gomeia
e Centro de Cidadania Digital (Lauro de Freitas, BA)

“Em 2005, o projeto conseguiu o edital do Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura (Minc) e eu tive a oportunidade de ser um dos bolsistas do projeto. A gente recebia uma ajuda de custo para desenvolver a atividade. Eu já desenvolvia atividades como monitor de dança. Depois de monitor de dança, passei a trabalhar na oficina de tecelagem. Em 2006, através do Minc, surgiu o Cultura Digital, que também vinha vinculado ao Ponto de Cultura. Comecei a participar das oficinas de inclusão digital. Foi aí que eu conheci essas ferramentas de software livre. Nunca tive na minha vida uma oportunidade de fazer um curso de informática, até mesmo por condições financeiras. Então, essa era a oportunidade. Dentro do Cultura Viva, da cultura digital, conheci o software livre. Junto com ele, tive a oportunidade de conhecer a política do software, que fala de colaboratividade desse acesso, dessa liberação, da facilidade de se comunicar em rede e compartilhar esses conhecimentos.”

“Mudou muita coisa. Até então, pela dificuldade do acesso a esse veículo de comunicação, eu não tinha tanta perspectiva de vida em relação a isso. Eu tinha vontade de um dia ser ator, de um dia ser um grande dançarino, mas não sabia como ter acesso a isso tudo, uma vez que o Estado não proporcionava isso, não divulgava isso, não dava esse acesso pra gente. A partir do momento que eu me aproprio desse conhecimento, começo a conhecer pessoas, a conhecer outros mundos, outras pessoas que pensam como eu. Aí a gente começa a compartilhar essas informações. A partir do momento que eu tenho acesso ao computador, tenho acesso a esse veículo de comunicação, cresce tudo dentro de mim. Os horizontes se ampliam, a perspectiva de vida não muda simplesmente, ela se transforma. Ela proporciona outros horizontes. Então, a gente vê que vai crescendo cada vez mais. É uma célula que não simplesmente se desenvolve, ela vai parindo outras células.”

“Esse conhecimento me proporcionou isso. Hoje pensar no futuro como um antropólogo. Porque esse conhecimento expandiu a minha visão para o meu futuro. Hoje me faz ter vontade de cursar um curso superior que me dê mais embasamento da vida e que proporcione a garantia de que eu vou poder, futuramente, ajudar outras pessoas. Tenho um desejo de voltar para minha terra, Catité, para ajudar. O que recebi em conhecimento, eu quero dividir. Hoje eu vejo que com a rede, com a internet, uma cidadezinha do interior pode ter muita coisa que antes não podia ter. Me vejo como uma pessoa que pode transmitir o que aprendeu, me vejo como vínculo de transmissão do saber.”

Entrevista realizada em 2/9/2010

Fábio Lúcio de Souza 23 anos
Computadores para Todos, Centro de Recondicionamento 
de Computadores (Belo Horizonte, MG)

“O Agente Jovem é um projeto social para jovens de baixa renda. Dá ajuda de custo de R$ 65 para tirar os jovens das drogas. Tem vários cursos: de atendimento público, de informática, esportes, audiovisual com filmagens, música. Entra com 15 anos e sai com 18. Eu entrei no final de 2004. No ano em que saí do Agente Jovem, porque já estava com 18 anos, eles nos indicaram cursos para que a gente participasse de projeto social. Nessa lista tinha montagem e manutenção de computador. Fiz o curso de três meses, passei a gostar mais ainda. Dos 25 que fizeram o curso, o pessoal da Prodabel ia contratar 12 para o BH Digital, para trabalhar nas escolas e telecentros, dar suporte, trocar equipamento. Comecei em agosto de 2006, como aprendiz, ganhando pouco mais de um salário mínimo, mais ou menos R$ 500. Fiz curso de Linux, de manutenção de impressora na Prodabel, a empresa de processamento de dados da cidade de Belo Horizonte.”

“Em 2008, quando montaram o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC), programa do Ministério do Planejamento mantido em convênio com órgão públicos ou entidades da sociedade civil, no caso com a prefeitura de Belo Horizonte), fui contratado como monitor. Hoje ganho R$ 1.236 na carteira. Sou contratado para manutenção de máquinas, mas o que eu faço mesmo é instalação e suporte em Linux para as máquinas do CRC que vão para os telecentros, para os postos de internet municipal e para outros estados. Também dou aula de Linux para os monitores dos telecentros e das escolas municipais. No começo foi difícil porque sou muito tímido. Hoje ficou mais fácil. Já aprendi a me comunicar. A gente muda a cabeça, percebe que tem oportunidades. Os projetos do governo abrem portas para o mercado de trabalho. Você pode fazer cursos gratuitamente. Hoje tem mais oportunidades para os pobres, você tem de procurar qualificação. Só é mais difícil entrar na universidade federal, precisa de três anos de cursinho. Quem faz escola pública tem dificuldade. O acesso à internet facilita conhecer mais o que acontece, a gente passa a querer ver mais o cotidiano das pessoas. A internet possibilita o acesso ao conhecimento.”

Entrevista realizada em 19/5/2010

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