Projeto vai contratar mais
monitores e exigir contrapartidas das entidades conveniadas, como o
compromisso de manter os computadores funcionando pelo menos oito horas
por dia.
Cristiana Nepomuceno
Embora o levantamento sobre a rede Gesac (Governo Eletrônico – Serviço
de Apoio ao Cidadão) ainda não estivesse concluído, a Diretoria de
Serviços de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações (Minicom)
tinha dados suficientes, em meados de novembro, para saber que 25% dos
3,2 mil pontos de conexão estão funcionando bem. Os demais têm
problemas de dimensões diferentes: não funcionam, funcionam mas
precisam melhorar as ações de inclusão, em outros os equipamentos ficam
desligados por falta de iniciativa da comunidade, etc.
Levantamento mostrou que 25%
dos pontos funcionam bem.
Com o levantamento do perfil dos pontos – o trabalho deveria estar
finalizado no início de dezembro -, o Minicom fará, como já foi
anunciado, uma nova topologia da rede de atendimento ao Gesac. As
antenas, por serem uma conexão mais cara – cerca de R$ 989,00 por ponto
– serão alocadas, exclusivamente, para atender regiões distantes e de
difícil acesso. Já os pontos em áreas metropolitanas ou em cidades
devem ser atendidos por tecnologias mais baratas, com ou sem fio.
A apuração realizada pelo Minicom também deve revelar as deficiências
de infra-estrutura nos atuais pontos. A idéia, segundo Heliomar
Medeiros de Lima, diretor de Serviços de Inclusão Digital do
ministério, é padronizar as plataformas dos telecentros e adotar um
software de gestão para melhorar o desempenho. A proposta é que cada
telecentro tenha um servidor e de cinco a oito terminais, provavelmente
máquinas recicladas do próprio governo. Com a definição da plataforma
mínima, evita-se o baixo uso da conexão por falta de máquina. Hoje, 10%
dos pontos cobertos pelo Gesac contam com apenas uma máquina. Com o
software de gestão nos telecentros e nos computadores do Minicom, será
possível verificar o que acontece nos pontos e ajudar seus gestores.
Outra preocupação é intensificar as ações de inclusão digital. Para
isso, o número de monitores será ampliado dos atuais 500 para 1,5 mil
em 2006. Os convênios também serão revistos e os conveniados terão mais
responsabilidades e contrapartidas. “Não vamos liberar pontos para quem
não se comprometer a manter os computadores funcionando oito horas por
dia”, disse Medeiros.
Também a rede de pontos será expandida. Para isso, os recursos
investidos passarão de R$ 40 milhões, o que foi gasto este ano, para R$
60 milhões. As conexões via satélite, como já estava previsto no
contrato atual, passarão de 3,2 mil para 4,4 mil até o ano que vem; e
serão acrescidos mais 2,2 mil pontos cobertos por outras formas de
conexão, como Wi-Max e Wi-Fi, tecnologias sem fio, e o ADSL, banda
larga na rede telefônica, embora esta última, em algumas situações, não
atenda aos requisitos do edital, apesar de ser mais barata. De acordo
com Medeiros, em 2006, o Minicom fará testes com a tecnologia MMDS
(usada na TV por assintura) para conexão ao Gesac em Brasília, Rio de
Janeiro e São Paulo. Em Belo Horizonte o teste incluirá também a
tecnologia Wi-Max, com parceria da Intel e da TVA (Grupo Abril).