Educação a distância, comunidades virtuais, videoconferência. Conheça
os sistemas desenvolvidos por cinco grandes redes para o gerenciamento
de suas unidades. Leandro Quintanilha
Cadastro de usuários, controle
de freqüencia, emissão de
relatórios, entre as funcionalidades
dos sistemas de gestão
A consolidação de redes de telecentros no país tem promovido o aprimoramento dos softwares
utilizados para seu gerenciamento. Às funções básicas de cadastro,
agendamento de atividades e controle de pessoal, incorporam-se
novos recursos, que passam a ser considerados estratégicos. Entre eles,
aplicativos para videoconferência, ensino a distância e ambientes
colaborativos – sinal de reconhecimento da importância de se formar
redes.
Para conhecer as principais características das opções de software de gerenciamento de telecentros, ARede
conversou com técnicos e gerentes de cinco redes – Acessa SP (do
governo do estado de São Paulo), Rits – Rede de Informações para o
Terceiro Setor (com as Casas Brasil/Petrobras e unidades municipais em
Osasco), Acessa Berimbau (do governo da Bahia), Banco do Brasil e
Celepar (a empresa de processamento de dados do governo do Paraná). Os
cinco sistemas estão em processo de aperfeiçoamento.
A rotina de um telecentro é complexa e contraditória: requer um suporte
lógico inteligente que rode com eficácia em máquinas ‘burras’, os thin clients,
computadores com baixa capacidade de armazenamento local. Por isso, dos
sistemas avaliados, todos têm capacidade de executar boot remoto, ou
seja, acionar a sessão da máquina a partir de um servidor instalado
fora do telecentro.
Centro de Cidadania
e do Adolescente em
Osasco: para a Rits, o
controle da navegação
em sites inadequados é
função do educador
As customizações desenvolvidas pela Rits, Celepar e Banco do Brasil
podem ser baixadas da internet por quaisquer outras redes de
telecentros, gratuitamente e com código aberto. No caso dos sistemas
dos governos da Bahia e de São Paulo, podem ser obtidos na rede alguns
dos seus aplicativos.
A palavra ‘customização’ é um neologismo (introdução de uma palavra nova no idioma) originado do vocábulo inglês costumer,
que significa ‘cliente’. Customizar, portanto, quer dizer adaptar um
produto ao gosto e/ou às necessidades do cliente. No caso das redes de
telecentros, distribuições (conjuntos integrados de aplicativos)
desenvolvidas para o público doméstico e corporativo são ajustadas e
aprimoradas para atender a necessidades específicas de gerenciamento.
Apoio administrativo
A OnG Rede de Infomações para o Terceiro Setor (Rits) utiliza uma
customização da distribuição Linux Debian, o Sacix Arara, nas 50 Casas
Brasil da Petrobras com as quais a entidade trabalha e que atendem a 30
mil usuários registrados, e outros dois telecentros em Osasco/SP. Além
do ambiente operacional em si, o Sacix conta com um Sistema de Gestão
de Usuários apto a gerar relatórios em tempo real (dados atualizados),
com indicadores como renda, idade, escolaridade, gênero e etnia, entre
outros, que compõem o cadastro dos freqüentadores.
Os dados podem ser cruzados. Isso favorece um conhecimento mais
aprofundado da comunidade atendida, para, assim, subsidiar ações que
atendam a demandas específicas. “É possível saber, por exemplo, o grau
de escolaridade dos usuários que estão desempregados ou a idade dos que
estudam”, ilustra o gerente de tecnologia da informação da Rits,
Rodrigo Afonso.
O Sacix também comporta comunidades virtuais de seus desenvolvedores
(Rits, Coletivo Digital, ITI, equipe Casa Brasil, entre outros), para
troca de informações e experiências. É importante não confundir o Sacix
Arara com o Sacix Jaguatirica, instalado nos telecentros da prefeitura
de São Paulo. Ambos são derivações de Debian, mas só o Arara, uma
versão posterior, conta com repositório da distribuição, como explica
Gustavo Franco, coordenador de tecnologia da Rits. Associado ao Sacix
Arara, o Sistema de Gestão de Telecentros (SGT) faz a integração
entre todas as unidades da rede. Com um mesmo nome de usuário e senha,
o cidadão pode usar qualquer telecentro, sem precisar fazer novos
cadastros.
O Sistema Gestor Paranavegar,
da Celepar, controla a freqüencia
dos agentes de inclusão para
calcular o valor proporcional do
bolsa-auxilio
Os 78 Telecentros Paranavegar, da Companhia de Informática do Paraná
(Celepar), rodam uma customização da distribuição Linux Knoppix
(alemã). Associado ao ambiente operacional, funciona o Sistema Gestor
Paranavegar (SGP), capaz, além de fazer o cadastro dos usuários, de
controlar a freqüência dos agentes de inclusão, para emitir relatórios
sobre as horas trabalhadas, base para o cálculo proporcional da
bolsa-auxílio, como explica o técnico de informática da rede, Holiwod
Ribeiro. Outro destaque do SGP é o Agita, aplicativo desenvolvido para
estimular o cumprimento à risca das atas de reunião. O programa envia e-mails
ao encarregado de cada tarefa para cobrar sua execução dentro do prazo
previsto. Quem falta aos encontros também é avisado sobre suas
atribuições.
O uso do mesmo login em toda a rede e a capacidade de produzir indicadores com base nos dados dos usuários constam nos demais softwares
consultados, com exceção dos telecentros apoiados pelo Banco do Brasil.
A gerente-executiva da rede, Rosana Mello, garante, contudo, que esses
recursos estão na pauta para uma versão futura da Suíte Telecentro do
BB, mais uma customização do Debian, associada ao gerenciador de
telecentros Ocara, criado em parceria com a organização
não-governamental Open Technology Users Network (Otun, veja ARede nº 6
e 12). A intenção é ampliar o formulário de cadastro, para emitir
relatórios mais sofisticados sobre o perfil do usuário.
E-learning e comunidades
Outra novidade, diz Rosana, já para agosto, é o lançamento de um portal colaborativo (no provável endereço www.redetelecentros.com.br), com fóruns, salas de bate-papo e documentos sobre inclusão digital e educação para download.
Além disso, o Banco do Brasil firmou uma parceria com o Instituto
Gaudium (entidade ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil)
que prevê a instalação de câmeras, fones de ouvido e microfones em
máquinas dos telecentros BB. Dessa forma, especialistas voluntários
poderão ministrar conferências sobre saúde e cidadania. Softwares
para o serviço já estão sendo incluídos na suíte. A CNBB também cederá
salas de universidades parceiras. “Devemos montar 40 salas, equipadas
com TV e vídeo, para cursos técnicos, de graduação e pós-graduação.”
Nenhum dos programas emite
relatórios sobre páginas
navegadas. Respeito à
privacidade
Educação a distância e ambientes de colaboração online estão,
aos poucos, sendo integrados aos gerenciadores, que passam a funcionar
como espaço de autoria. A Celepar está preparando um sistema de
publicação de artigos e notícias referentes às comunidades atendidas.
“Assim, o telecentro será uma via de mão dupla, recebendo e enviando
informações para o mundo,” afirma Holiwod. Outro aprimoramento da suíte
vai oferecer uma sala de bate-papo exclusiva para gestores e agentes de
inclusão. Assim, os telecentros poderão trocar experiências e
informações em tempo real, com confidencialidade (como um comunicador
intranet, restrito ao público corporativo). Atualmente, há uma
ferramenta semelhante no site da Celepar, mas aberta a qualquer pessoa.
Batizada como Berimbau Linux, a suíte desenvolvida pelo programa
Identidade Digital, do governo da Bahia, também é uma customização do
Debian e atende aos 120 infocentros da rede. Foi adaptada para
favorecer ações da coordenação de capacitação do programa, que promove
encontros virtuais entre os infocentros, gincanas e fóruns temáticos. O
ambiente usado é o mesmo desenvolvido para os cursos a distância, que
serão complementados, em breve, com CDs de variados conteúdos – entre
eles, informações iniciais sobre os próprios softwares dos infocentros e conceitos para o uso consciente da internet. Haverá, também, cursos profissionalizantes, com provas online
e emissão de certificados de conclusão, como o de Reparador Polivalente
(noções gerais sobre o trabalho de pedreiro, eletricista e bombeiro
hidráulico).
A rede de infocentros do governo paulista, Acessa SP, utiliza uma
customização da distribuição Conectiva (hoje, Mandriva, após fusão com
a Mandrake), o Acessa Livre, que mantém 787 mil usuários cadastrados. A
interação entre os infocentros da rede é feita pela plataforma Moodle,
também usada para o desenvolvimento de um blog e um fotolog,
publicados no portal do Acessa SP e alimentados pelos educadores dos
infocentros. O recurso também é adotado nos cursos de capacitação dos
educadores digitais.
Privacidade e segurança
O Acessa Livre será aprimorado da customização do Conectiva 9 para uma
do Conectiva 10, com um importante adicional – um sistema de discos
virtuais com senha. Assim, o usuário poderá manter arquivos na central,
com privacidade. O sistema do programa do governo do estado de São
Paulo também é programado para apagar o rastro (arquivos e downloads)
do cidadão, assim que encerrada a sessão. É um meio de proteger a
privacidade do usuário anterior e não submeter o seguinte a conteúdos
inadequados, como explica Hernani Dimantas, coordenador de conteúdo do
Acessa São Paulo. A proteção à privacidade explica por que nenhum dos
programas emite estatísticas sobre páginas navegadas.
A equipe técnica do Acessa Berimbau estuda um meio de bloquear páginas
pornográficas e de estímulo à violência. “Fizemos testes, mas ainda não
chegamos a uma solução perfeita”, afirma o coordenador de tecnologia da
informação, Cristiano Barreto. “O controle exercido pelo monitor é
bastante efetivo e educativo, mas estamos analisando soluções que
atendam, de forma ainda mais satisfatória, essa necessidade.” A questão
do controle é controversa. Os representantes das outras quatro redes
consultadas entendem que essa é uma função exclusiva do educador
digital. E seus sistemas não têm mecanismo automático de bloqueio.
Manutenção remota
Telecentro Travessia do BB:
o sistema faz o inventários
das máquinas
A maior preocupação dos técnicos do Governo da Bahia, contudo, é reduzir a intermitência de links.
A idéia é desenvolver um sistema que salve temporariamente os arquivos.
Também devem ser incorporados módulos que informam a taxa de utilização
das unidades, desligamentos indevidos do servidor e o número de páginas
impressas por posto. Está em análise, ainda, a possibilidade de leitura
remota da temperatura da placa-mãe e do processador. Dessa forma,
técnicos poderão orientar o gestor sobre a eventual necessidade de
correção do ar-condicionado no infocentro.
O apoio ao suporte é importante nos sistemas, especialmente, porque
muitos projetos funcionam com máquinas usadas ou recondicionadas. A
Suíte Telecentro do BB/Otum, por exemplo, tem ferramenta para fazer o
inventário das máquinas usadas nos telecentros. Registra o histórico de
defeitos e da manutenção de todos os equipamentos, para emitir
relatórios úteis à logística administrativa. A Rits está desenvolvendo
um recurso semelhante para a próxima atualização. O SGP da
Celepar mantém módulos específicos para solicitação de assistência
técnica e controle de convênios com instituições parceiras. No Acessa
Livre, o suporte pode ser prestado remotamente por meio do programa
SSH, do próprio Linux.
Outros recursos
Há poucas opções de
entretenimento nos
gerenciadores
Algumas funções, básicas, constam das cinco suítes analisadas: cadastro
de usuários, funcionários e gestores; agendamento e cronometragem do
acesso; sistema de login e senha (principal garantia de
privacidade do usuário); e registro de usuário e máquina por data e
hora (função útil para eventual identificação de responsáveis por
crimes virtuais). Variam, em geral, a complexidade dos cadastros e a
abrangência dos recursos adicionais. O upgrade da suíte da Rits prevê um módulo de inventário e uma solução de gerência de biblioteca em software livre – importante, se pensarmos que as Casas Brasil são modulares em que funcionam, além de telecentros, bibliotecas públicas.
No Acessa Livre, para que o usuário não seja surpreendido com o
encerramento da sessão (e a limpeza dos arquivos), um temporizador
emite avisos a cada dez minutos, a partir da última meia hora do prazo
estabelecido. O sistema volta a alertá-lo, quando faltam cinco minutos
e, por fim, um minuto. Outra especificidade do Acessa Livre: há sempre
dois navegadores disponíveis, Galeon e Mozilla. A idéia é oferecer
alternativas ao usuário para que consiga visitar sites
concebidos para abrir em ambientes operacionais proprietários. “Em
geral, quando um não abre, o outro dá conta do recado”, diz Dimantas.
Nos gerenciadores consultados, ainda há poucas opções de entretenimento. E nenhum oferece aplicativos específicos para
serviços de e-gov. Entende-se que isso pode ser feito pela internet. No
site do programa Acessa SP, por exemplo, há um link para o Cidadão SP, uma central de serviços públicos organizados por temas e órgão prestador, em ordem alfabética.
Confira os principais pontos a se considerar em relação às suítes para
o gerenciamento de telecentros e veja os recursos de cada uma das cinco
redes consultadas com base na numeração de referência abaixo:
1 – Banco do Brasil
2 – Governo do Paraná
3 – Governo da Bahia
4 – Governo de São Paulo
5 – Rits
Básicos:
– cadastro de usuários, funcionários e gestores; 1, 2, 3, 4, 5
– agendamento e cronometragem de acesso; 1, 2, 3, 4, 5
– sistema de login e senha (principal garantia de privacidade do usuário); 1, 2, 3, 4, 5
– registro de usuário e máquina por data e hora (função necessária para identificação de criminosos virtuais); 1, 2, 3, 4, 5
– boot remoto (capacidade de ativar a sessão remotamente, de um servidor instalado a distância). 1, 2, 3, 4, 5
Desejáveis:
– sistema integrado de acesso (o usuário pode acessar qualquer telecentro da rede com o mesmo login ou código de cadastro); 2, 3, 4, 5
– capacidade de cruzamento de dados para emissão de relatórios (recurso
útil para se traçar o perfil da comunidade e dos educadores, entre
outros); 2, 3, 4, 5
– ferramentas para intercâmbio entre telecentros (rede de
relacionamentos, salas de bate-papo, listas de discussões, blogs,
fotologs etc.); 1, 2, 3, 4, 5
– discos virtuais com senha para que os usuários gravem seus arquivos; 4, 5 (ambos em desenvolvimento)
– recursos para aprendizagem à distância; 1, 2, 3, 4, 5
– softwares para a detecção de defeitos nos equipamentos e controle de manutenção. 1, 2, 3, 4, 5
– Kit entretenimento (jogos, softwares educativos, etc.). 1, 2, 3, 4, 5
Sofisticações:
– sistema para gerenciamento de biblioteca; 5 (em desenvolvimento)
– gerenciador de atas de reunião (sistema que emite e-mails para informar funcionários sobre prazos e atribuições); 2
– programas para conferência (voz e vídeo). 1 (em desenvolvimento)
Item polêmico:
– bloqueio de sites pornográficos e de estímulo à violência (algumas
redes consideram esta uma função exclusiva do educador digital, de
acordo com a política local). 3 (em desenvolvimento)
Algumas unidades do Acessa SP contam também com mesas de aprendizagem
infantil, desenvolvidas pela Positivo – funcionam com softwares
educativos proprietários. Nos infocentros, o modelo é chamado de
Acessinha. Para compor o ambiente físico, nas paredes são pintadas
cenas com crianças se divertindo no computador e ao ar livre. Os
telecentros da rede Banco do Brasil e do Governo do Paraná também
mantêm softwares
para crianças, mas livres, como os jogos eletrônicos Homem Batata,
Asteróides, Corrida da Cobra, entre outros. O Acessa
Berimbau, do Governo da Bahia, e o Sacix, da Rits, usam o pacote livre
Gnobi Game. São jogos que estimulam o raciocínio estratégico, como o
Xadrez, o Gnometris (semelhante ao conhecido Tetris) e o Ataxx (jogo
que lembra dama e gamão).
Um sistema operacional é o conjunto de programas básicos e utilitários
que fazem o computador funcionar. No núcleo do sistema operacional,
fica o kernel, programa fundamental que realiza as operações mais básicas do computador e permite a execução de outros programas. O kernel de código aberto mais utilizado é o Linux, criado por Linus Torvalds e aprimorado por programadores do mundo todo.
As cadeias de telecentros costumam trabalhar com ambientes operacionais
livres adaptados. “É uma opção mais econômica (de tempo e dinheiro)
usar como base o que já existe”, afirma Hernani Dimantas, do Acessa São
Paulo. “Para que reinventar a roda?” O ambiente operacional Acessa
Livre é uma customização da distribuição Conectiva (hoje Mandriva,
depois de fundir-se com a Mandrake).
Mas três das cinco redes consultadas (Rits, Banco do Brasil e Governo
da Bahia) optaram por aprimorar a distribuição Debian. E a Companhia de
Informática do Paraná (Celepar), que atualmente usa uma customização da
alemã Knoppix, adotará o Debian como base de sua próxima atualização.
Quatro, então. Por que a preferência? A grande vantagem dessa
distribuição é sua maior estabilidade, fruto de testes minuciosos,
razão também dos grandes intervalos (dois, três anos) entre as novas
versões do sistema operacional. O Debian vem, hoje, com quase 15,5 mil
pacotes (softwares pré-compilados e empacotados num formato “amigável”, isto é, de fácil instalação) — todos livres.
www.debian.org.br – Projeto Debian
www.linux.org.br – Linux
• www.bb.com.br – Banco do Brasil
• www.redetelecentros.com.br – Futuro portal da rede de telecentros do BB; suíte disponível para download (endereço provável)
• www.ba.gov.br – Governo da Bahia
• www.identidadedigital.ba.gov.br – Programa Identidade Digital, aplicativos disponíveis para download
• www.rits.org.br – Rede de Informações para o Terceiro Setor (Rits)
• www.sacix.org.br – Sacix Arara, sistema operacional disponível para download
• www.sp.gov.br – Governo de São Paulo
• www.acessa.sp.gob.br – Acessa São Paulo; aplicativos disponíveis para download
• www.cidadao.sp.gov.br – Cidadão SP (servições de governo eletrônico)
• www.celepar.pr.gov.br – Companhia de Informática do Paraná (Celepar)
• www.pr.gov.br/telecentros – Rede de Telecentros Paranavegar, suíte disponível para download
• www.sacix.org.br – Sacix, sistema operacional disponível para download
• www.otun.org – Open Technology Users Network (Otun)
• www.gaudium.org – Instituto Gaudium
• www.mandriva.com.br – Mandriva