Daniel Cassol, do Conexões Globais
24/05/2013 – Sucesso nas redes e na Casa de Cultura Mario Quintana. O primeiro dia do Conexões Globais mobilizou milhares de pessoas via internet e trouxe outras tantas para a Casa de Cultura Mario Quintana. Debates, Hub de Ideias, oficinas e shows musicais estiveram sempre lotados.
Os três Diálogos Globais realizados nesta quinta-feira (23) tiveram mais de 17 mil visualizações na transmissão do evento via internet. Tamanho alcance foi possível porque inúmeros parceiros do Conexões Globais retransmitiram o sinal em suas páginas. Os debates foram transmitidos nas páginas da TVT, TV Restinga, Empresa Brasil de Comunicação, Associação do Software Livre, entre muitos outros parceiros.
A presença de público na Casa de Cultura Mario Quintana também foi maciça. Só nas oficinas, pelo menos 250 pessoas foram credenciadas para participar. As atividades dos Conexões Globais foram marcadas pela diversidade e pela qualidade dos debates.
O pós-jornalista André Deak ministrou uma oficina sobre Cartografia Colaborativa, a partir do projeto Arte Fora do Museu. Chamou a atenção de André a diversidade de interesses dos participantes.
“O público que veio participar era muito diversificado. Havia geólogos, gestores públicos, jornalistas e artistas. Primeiro fizemos uma conversa sobre modelos de cartografias colaborativas no mundo e depois saímos para a rua para fazer imagens dos painéis no Muro da Mauá, já colocando no site”, conta André.
Lançado em 2011, o Arte Fora do Museu agora é uma plataforma livre e colaborativa. A primeira experiência de publicação coletiva no site começou justamente em Porto Alegre e foi feita na oficina do Conexões Globais.
Na oficina de Grafite Vivência e Prática, o artista gráfico Trampo dialogou com mais de 50 jovens. “Foi muito prazeroso porque consegui passar a mensagem que eu queria e absorver o que a galera trouxe. Esse formato de oficina é bom porque aprendemos muito com os jovens”, relata.
Fernanda Quevedo deu a oficina “Descubra os caminhos da comunicação colaborativa” e gostou que o último debate do dia, sobre conhecimento livre na rede, coincidiu com a proposta da oficina. “Trabalhamos as ferramentas digitais para compartilhamento de conteúdo nas redes e isso veio bem a calhar com o debate sobre a importância de garantir a neutralidade da rede”, diz Fernanda.
Os Diálogos Globais, que contaram com a presença de personalidades do Brasil e de Islândia, Estados Unidos, Reino Unido, Suécia, chamaram a atenção pelo alto nível dos debates. “Todos os debates foram muito bons, faltou um pouco de tempo para aprofundar, mas estavam de altíssimo nível”, afirma o professor do curso de Comunicação Digita da Unisinos, Hélio Paz. “Pela movimentação do público e qualidade dos debates, o Conexões Globais tem tudo para dar certo”, diz Cristina Atz, da organização do Fórum do Software Livre.
Além dos debates, oficinas e shows, o Conexões Globais é uma oportunidade para que articulações sociais se fortaleçam e desenvolvam experiências na prática. É o caso da Central Única das Favelas (Cufa), que participa do evento com uma equipe de 11 jovens de Porto Alegre fazendo a cobertura audiovisual do Conexões.
“Como temos oficinas sobre audiovisual, uma cobertura como essa é um desafio. Trabalhamos com pouco tempo, subindo material a toda hora”, conta Paulo Daniel Santos, um dos instrutores da Cufa. Ele lembra que além das oficinas de capacitação, a Cufa tenta fazer com que os jovens da periferia busquem soluções para seus problemas pessoas. “Em cada conteúdo técnico, existe um trabalho com os jovens, um link entre o problema dele e a solução, para que ele seja a solução de seu próprio problema”, completa.