Comunidades virtuais

É possível criar redes de professores e alunos dentro dos portais



É possível criar redes de professores e alunos dentro dos portais


Oriosvaldo, o Vadinho,
de 15 anos da "Pracinhas":
gosto mesmo pelo desenho
e pelo computador
Dentro dos portais educacionais, as comunidades virtuais criam redes entre alunos e professores, numa forma não linear de ensino. Muitas se organizam em sites como o EducaRede e o Tonomundo, mantidos, respectivamente, pela Fundação Telefónica (em parceria com o Cenpec e a Fundação Vanzolini) e pelo Instituto Oi Futuro (com a Escola do Futuro, da USP). O Portal do Professor, do MEC, entra no ar sem elas, que, no entanto, estão previstas para a segunda etapa do projeto, ainda este ano.

Para Mílada (Mila) Tonarelli Gonçalves, da área de planejamento e avaliação do EducaRede, “o grande foco do portal é a aprendizagem em rede”, por meio das comunidades virtuais. Qualquer pessoa (uma Secretaria de Educação, um grupo de professores, uma ONG, etc.) pode criar uma comunidade no portal (mas é preciso enviar um projeto para a equipe EducaRede/Cenpec avaliar se tem sentido pedagógico). No portal, há cerca de 30 comunidades ativas, que somam cerca de 3 mil participantes. Em 2007, foram 9 mil. Este ano, o número de comunidades virtuais promete crescer muito, na avaliação de Mila. Porque, desde setembro de 2007, qualquer um passou a poder abrir sua comunidade no portal. “A comunidade virtual é uma experiência que reúne aluno e professor, para eles aprenderem juntos. As atividades têm que estar bem claras para funcionar”, conta Mila. Por isso, a capacitação é bastante detalhada na apresentação dos recursos: fórum, galeria de fotos e textos e a arquivoteca (vídeos e documentos). Prevê oito horas presenciais, e continua online.

O projeto Tonomundo também dá formação continuada a professores dos ensinos Fundamental, Médio e de Educação de Jovens e Adultos (EJA): 40 horas presenciais, e dois anos a distância. Cadastrados na Comunidade Virtual de Aprendizagem (CVA), nome dado ao portal do projeto, são 26 mil usuários: 3,9 mil professores , 581 coordenadores e diretores pedagógicos, 21 mil alunos, 314 representantes da comunidade, em 598 escolas. “A construção do conhecimento tornou-se colaborativa. O que é relevante para as escolas é saber selecionar a informação, dialogar com outros estudantes que estão na rede, com visões diferentes, de locais diferentes. A formação de rede vai ser o principal ativo do novo modelo educacional”, diz Samara Werner, diretora da área de educação do Oi Futuro.

Ela lembra que, em um dos projetos do Tonomundo, jovens apresentaram para todas as outas comunidades (em 16 estados), por meio de chats ao vivo, desenhos e blogs, como é viver na Amazônia e quais as questões com que se deparam no dia-a-dia na região. “É um trabalho fundamental para a escola conectada: propor temas e situações  a serem compartilhadas.”

Além do conteúdo colaborativo, o instituto mantém o projeto Geração Oi, para pesquisa e desenvolvimento de soluções educativas que usem tecnologias da informação e comunicação. Funciona na escola Centro de Ensino Experimental Cícero Dias, em Recife (PE), e, a partir de maio, também em uma escola no Rio de Janeiro. A idéia é produzir conteúdos (há inclusive uma fábrica de jogos) e guias de aprendizagem para cada série. No final do ano, devem estar prontos todos os guias da primeira série. A produção acontece em um sistema de gestão do conhecimento, em que cada professor  acrescenta contribuições. O projeto tem apoio do Instituto Unibanco, e parceria do C.e.s.a.r., da PUC do Rio, da Planeta.com .Todo o material é publicado na web.

“Pracinhas” produzem jornal online



A professora Paloma e
alunos monitores, entre
eles, Matheus (o segundo
da esq. para dir.)
Paloma Godoy é a Professora Orientadora de Informática Educativa (Poie) da Escola Municipal Pracinhas da FEB, no Jardim das Flores, próximo à represa Guarapiranga, na zona sul de São Paulo. São cerca de 1,4 mil alunos, da primeira à oitava séries. “Linda”, gritou uma turma inteira da platéia, quando a professora recebeu um prêmio da Fundação Telefônica, por seu trabalho no laboratório de informática.

Todas as turmas da Pracinhas da FEB vai uma vez por semana ao laboratório de informática desenvolver atividades idealizados em parceria com os demais professores. Este ano, as turmas da 5ª à 8ª série vão produzir, até agosto, um jornal na internet, com conteúdos diferentes relativos a cada disciplina. A partir de setembro, começa outro projeto, de escrever contos e crônicas para edição em blogs individuais. “É preciso ter muita parceria com os demais professores. Se o conteúdo não for bem trabalhado em sala de aula, vai ficar tudo no corta e cola”, avisa Paloma. “E a inserção do professor é muito mais lenta que a do aluno”, diz, lembrando que a grande maioria dos jovens da escola, ou cerca de 70%, tem celular, além de MP3, MP4, câmeras digitais, computador em casa, pendrive. Se não, acesso à lan house, instalada no fim da rua da escola, e freqüentada por todos consultados por ARede. Custa R$ 1,00 a hora de conexão.
Os alunos e os professores da escola integram uma comunidade virtual no EducaRede e usam a maioria dos recursos do portal. Além de outros sites, selecionados por Paloma e outros professores. Entre os endereços recomendados estão o portal da Fiocruz, a Wikipedia e o Canal Kids, mas as páginas com jogos não estão proibidas. Feito o trabalho escolar, o aluno está liberado para jogar, conversar, navegar. “Pode ouvir música, mas tem que render na atividade”, diz a professora. Só há restrições ao Orkut, porque um episódio de ofensas virtuais entre duas alunas resultou em engalfinhamento concreto na porta da escola.

O projeto que deu à Paloma o prêmio do EducaRede é a monitoria na informática, que transformou jovens estudantes em aliados no apoio aos demais alunos. Matheus Pereira, 12 anos, adora “ensinar os outros e ir ganhando experiência”. Até o ano passado, Paloma era professora também de Educação Física, mas assumiu, agora, junto ao cargo de Poie, a função de Professora Orientadora da Sala de Leitura. Essa dupla atividade ajuda, diz ela — os alunos circulam da biblioteca (com cerca de 18 mil livros) para o laboratório, e vice-versa, num ciclo constante de produção de conhecimento, de leitura e escrita. Outra qualidade óbvia, a professora está na escola desde 1997, sem interrupções no trabalho com a informática, que faz desde a gestão de Luiza Erundina, em 92, na prefeitura.




Carta de navegação

www.mec.gov.br
http://rived.proinfo.mec.gov.br/ – Rived
www.educarede.org.br
www.tonomundo.org.br
www.cenpec.org.br
http://ntesobradinho.spaces.live.com/
www.oei.org.br – Idie Brasil
www.ricyt.org/interior/interior.asp?Nivel1=2&Nivel2=1&Idioma= – Manual de Lisboa
www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/andrelemos/portais.html – Artigo “Morte aos Portais”, de André Lemos.
www.lec.ufrgs.br – Laboratório de Estudos Cognitivos/UFRGS (LEC)
http://cref.if.ufrgs.br – Instituto de Física/UFRGS
www.cinted.ufrgs.br/ – Cinted/UFRGS
www.escolabr.com/portal/modules/news – EscolaBR (PR)
www.educacaopublica.rj.gov.br/index.htm – Governo do Estado do Rio de Janeiro.
www.seed.pr.gov.br/diaadia/diadia/index.php – Dia-a-dia Educação, Governo do Estado do Paraná.
www.aracaju.se.gov.br/educacao – Governo do Estado de Sergipe.
http://mecsrv70.mec.gov.br/pontodeencontro – Ponto de Encontro (relato das experências dos NTEs), do Rio Grande do Sul.
www.plenarinho.gov.br/ – Plenarinho (DF), com área para educadores.
www.proativa.vdl.ufc.br/ – Proativa/UFCE
ww2.relpe.org/Relpe/miembros – Rede Latino-americana de Portais Educac. (Relpe)
www.icad.puc-rio.br/tvescola/ – Geração Saúde
www.natgeo.com.br/br/ – National Geografic
http://nteitaperuna.blogspot.com – NTE Itaperuna(RJ)
http://rafaelnink.com/blog/ – Blog de Rafael Nink de Carvalho, professor de matemática e coordenador de laboratório Proinfo/MEC, em Rondônia.
http://mundoacademico.unb.br – UnB
www.navegamundo.com.br/ – Portal do Instituto Navegando, que atua com educação e cultura tecnológica.
www.aprendebrasil.com.br/ – Portal da Positivo para escolas públicas (acesso pago).
http://pt.wikipedia.org – Wikipedia, enciclopédia livre e colaborativa.
www.estudiolivre.org
www.overmundo.com.br
www.cultura.gov.br

Fonte: ARede, com informações do MEC.