Conexão e notebook no Computador para Todos

O programa passa a contemplar também notebooks até R$ 1.800,00 e, a partir de julho, o internauta poderá contratar plano de internet discada de 600 minutos por R$ 7,50 mensais.


O programa passa a contemplar
também notebooks até R$ 1.800,00 e, a partir de julho, o internauta
poderá contratar plano de internet discada de 600 minutos por R$ 7,50
mensais.


Alvarez, o coordenador das
ações de inclusão digital.

O programa Computador para Todos entra em maio turbinado. Finalmente,
deixou de ser desconetado. No dia 7, o ministro Hélio Costa, das
Comunicações, anunciou o tão aguardado acordo com as concessionárias de
telefonia fixa para oferta de plano alternativo de conexão discada à
internet por R$ 7,50 mensais (com impostos), para os usuários do
programa Computador para Todos. Uma semana depois, foi  finalmente
publicada a portaria que inclui, no programa, os notebooks com preço
até R$ 1.800,00. A mesma portaria altera a configuração dos micros de
mesa cobertos pelo programa que, a partir de agora, ficarão mais
baratos. Preço máximo de R$ 1.200,00; até então, o valor-teto era R$
1.400,00.

A conexão discada a R$ 7,50, com franquia de 600 minutos por mês,
começa a vigorar a partir de julho. Segundo o ministro, o valor fixado
representa uma redução de 80% do custo da tarifa normal, e não vai
influir na modulação horária que já existe no período noturno e nos
finais de semana e feriados. Ou seja, nesses horários, o internauta,
que usa linha discada e aderir ao novo plano, vai continuar pagando um
pulso por chamada, mesmo que fique conectado várias horas. Com o
acordo, o programa mudou de nome. Agora, se chama Projeto Cidadão
Conectado – Computador para Todos.

A inclusão dos notebooks já tinha sido anunciada, mas a
portaria demorou a ser aprovada no Ministério da Ciência e Tecnologia.
O programa, a partir de agora, passa a contemplar os modelos de notebook
com valores até R$ 1.800,00, processador Celeron ou AMD, memória
principal de 512 k expansível para 1 Mb, disco rígido de, no mínimo, 40
Giga, DVD para leitura e CD para gravação, ou DVD para gravação e
leitura e monitor de vídeo de 14 polegadas.

Isso significa que os notebooks com essas características,
fabricados no Brasil, que já recebem incentivos fiscais (isenção de PIS
e Cofins), passarão a contar com linhas especiais de financiamento. A
linha do BNDES se destina à cadeia varejista que comercializa os
equipamentos; já as linhas do Banco do Brasil e da Caixa Econômica
Federal são voltadas para os correntistas pessoas físicas, com juros
inferiores a 2%.

Outra novidade da portaria diz respeito aos desktops
cobertos pelo programa. Além da redução do preço, a configuração mínima
não precisa mais ter disquete, só gravador e leitor de CD, e o monitor
pode ser de cristal líquido. A memória é de 256 k expansível a 1 Mb.
Nos dois casos, para serem cobertas pelas linhas especiais de
financiamento, as máquinas têm que vir equipadas com software livre e um pacote de 26 aplicativos, especificados na portaria anterior e confirmados pela portaria nº 291, de 11 de maio.

Comando da inclusão digital

Para integrar as ações do governo federal na área de inclusão digital
foi criada uma coordenação da área. Para o comando, o presidente Lula
nomeou, no início de maio, Cezar Alvarez, assessor especial da
Presidência da República, que já respondia por dois programas: o
Computador para Todos e o UCA, um computador por aluno, que já realiza
projetos-piloto com computadores educacionais em escolas públicas.

Alvarez pretende, até o mês que vem, apresentar as linhas gerais do
Programa de Combate à Exclusão Digital. O desafio é grande pois, além
de coordenar as iniciativas em andamento e alinhá-las aos objetivos
gerais do programa, terá que costurar um plano nacional de banda larga
para o país. As duas propostas existentes não caminham na mesma direção.