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conexão social – A nova sala de aula

A nova sala de aula

O livro Reflexões, de Nelson Pretto, traz artigos e entrevistas sobre ativismo digital e educação.

ARede nº 92 – julho/agosto de 2013

Publicado pela Editora da Universidade Federal da Bahia (EUFBa), o livro Reflexões – Ativismo, Redes Sociais e Educação, do professor e ativista da cultura digital Nelson de Lucca Pretto, traz um conjunto de reflexões sobre a importância da liberdade na rede, do acesso isonômico de todos à internet, do papel das redes sociais na organização de manifestações populares de massa, da importância da ética hacker na busca do conhecimento e da autonomia, da produção coletiva e compartilhada na rede. Todos temas atuais, tratados em muitos artigos e entrevistas.

Mas até em função de sua história profissional, como professor e pesquisador – integra o grupo de pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologia da Faculdade de Educação da UFBa –, o tema mais recorrente nessa coletânea é a relação entre as tecnologias de informação e comunicação, enfim da internet e dos equipamentos para acessá-la, e a educação. Disponível também na internet com licença Creative Commons (pode ser copiado, remixado, adaptado e usado na criação de obras derivadas), o livro aborda a importância do uso das tecnologias e da internet para se reinventar a educação e estimular a produção individual e coletiva de alunos e professores.

 conexao social a nova sala de aula 01“Educação não é sala de aula”, costuma repetir Nelson Pretto, que defende que a educação não se dá só na classe, mas em espaços complementares como centros de inclusão sociodigital, Pontos de Cultura, museus de ciência e tecnologia. No artigo “Espaços de Invenção e Criação Coletiva”, diz o autor: “A ideia é a de se ter em todos os bairros de todas as cidades, integrando o sistema público de educação, ciência e tecnologia, laboratórios hacker (hacker spaces) nos moldes do que já vem existindo em diversos países, inclusive no Brasil”.

Além do computador
Defensor do computador na escola, na mão do professor e do aluno, faz um alerta. Não basta colocar equipamentos nas escolas. É preciso ter uma conexão de qualidade – o que, segundo ele, não é realidade nas escolas – e preparar adequadamente os professores. “Não acredito que o professor seja resistente às mudanças, desde que lhes sejam dadas as condições para tal. Os mesmos foram levados a estranhar todas as possibilidades mais radicais de transformação da escola em função de suas precárias condições de trabalho, formação e salário. A superação dessa situação demanda ações em torno de políticas públicas que compreendam a educação como sendo muito mais ampla do que apenas o próprio (e complexo) campo educacional”,  escreve em “Webcurrículo – Construindo um Ecossistema Pedagógico”.

O autor, que participou do núcleo baiano de formação de professores do programa Um Computador por Aluno (UCA), critica a extinção do programa pelo governo federal, na gestão Dilma Rousseff, sem uma avaliação acadêmica da experiência, que considera muito rica. Instigante e atual, Reflexões, que pode ser lido na ordem que o leitor desejar, inspira outras reflexões sobre o potencial do ativismo na rede e sobre a sintonia necessária entre “a humanidade e os processos educativos”, como pontua o autor na nota introdutória. 

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