Até dezembro, 12 capitais brasileiras deverão receber o projeto de inclusão digital da APABB.
APABB inclusão de pessoas com
deficiência.O SuperAção, projeto de iniciação em
informática da Associação de Pais e Amigos de Pessoas Portadoras de
Deficiência dos funcionários do Banco do Brasil (APABB), implantado,
desde 2002, em Pernambuco, Santa Catarina e Goiás, deve chegar aos
outros 12 núcleos da Associação em diferentes estados até o final do
ano. O programa, gratuito, é desenvolvido por meio de parcerias e
coordenado pelo Serviço Social da APABB.
“Cada parceiro se responsabiliza por determinada área do projeto.
Assim, um cede o espaço físico, outro doa as máquinas, outro responde
pela manutenção e licenças dos softwares, outro cede os
professores. Dessa forma, é possível manter o projeto sem custo nenhum
para os usuários”, explica Clécia Cortez, diretora da APABB. Foi dessa
maneira que o projeto piloto, implantado em Recife, pôde ser
concretizado. A Siemens do Brasil doou 20 computadores e disponibilizou
seus funcionários para serviços voluntários; o Banco do Brasil cedeu o
espaço físico para a instalação do laboratório, a conexão em banda
larga à internet, e funcionários para auxiliarem na capacitação; a
Universidade Anhembi-Morumbi colaborou na elaboração e implantação do
projeto e no treinamento do grupo de profissionais voluntários; o
Comitê para Democratização da Informática (CDI) ficou responsável pela
montagem e manutenção das máquinas e pelas licenças dos softwares
(da Microsoft); e a APABB fez a identificação do público-alvo entre os
associados da instituição e pessoas da comunidade, e participou da
capacitação.
Clécia explica que, atualmente, a Associação tem núcleos espalhados por
15 estados. “Cada núcleo busca formar parcerias de acordo com suas
realidades. Assim, há uma grande diversidade de parceiros: CEFET
(Centro Federal de Educação e Tecnologia), AABB (Associação Atlética
Banco do Brasil), universidades, escolas, etc. Necessariamente, um dos
parceiros deverá ser uma entidade ligada à área de educação, pois a ela
caberá a certificação dos cursos”, diz ela. A conexão à internet é
provida, sempre, por um dos parceiros.
Núcleos de inclusão
estão em três estados.
Criada, há quase 20 anos, por um grupo de funcionários do Banco do
Brasil, pais de pessoas portadoras de deficiência, a organização
não-governamental APABB sempre teve, como principal finalidade,
contribuir para a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência e
favorecer diretamente a quebra das barreiras intelectuais e sociais. O
Projeto SuperAção fomenta essa premissa através da tecnologia. Os
resultados do trabalho já apontam para mudanças significativas.
Priscila Shautel, de dez anos, deficiente visual, é um exemplo. Aluna
do SuperAção de São José (SC), tem aulas de iniciação em informática há
pouco mais de um mês. A escola que Priscila freqüenta sugeriu que ela
participasse do SuperAção, conta a mãe, Vera Lúcia de Tomin: “Priscila
volta todo dia empolgada, contando como o computador fala e canta para
ela. Não perde uma aula e não vê a hora de chegar quinta-feira para ir
à APABB, mesmo nas férias.”
A APABB prevê um aprofundamento cada vez maior das ações de caráter
sócio-educativo. Por isso, cria oportunidades que valorizem a
capacidade das pessoas com deficiência. Preocupa-se com o processo mais
amplo da inclusão social, que não se limita apenas ao acesso aos
recursos tecnológicos. O programa envolve o incentivo ao pensamento
crítico, o estímulo à auto-estima, ao convívio em grupo fora dos
ambientes escolar e terapêutico, além da garantia dos direitos de
cidadania.