Participaram do desenvolvimento mais de 400 organizações.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) enfrenta um desafio em sua consolidação como política pública: a articulação entre atores sociais que cuidam de meninas e meninos. Ou seja, fazer a Saúde dialogar com a Educação, a família com a escola, a Assistência Social com a Cultura. Os obstáculos são muitos: falta tempo, dinheiro, e até sala de reunião. Na maior parte dos casos, a saída pode estar nas tecnologias de comunicação, como a internet. Essa concepção originou a Redeca, solução criada pela Fundação Telefônica, com a participação de oito municípios paulistas (Araçatuba, Bebedouro, Diadema, Guarujá, Itapecerica da Serra, Mogi das Cruzes, São Carlos e Várzea Paulista).
A Fundação Telefônica e as prefeituras investiram, ao todo, R$ 315 mil. Em dois anos, um grupo de técnicos — composto por representantes da operadora e de mais 400 organizações — desenvolveu uma ferramenta para acompanhar o histórico de saúde e de educação de cada criança de uma comunidade, por meio de registros integrados.
Lançada em 2008, em São Paulo, a Redeca está disponível gratuitamente para qualquer cidade. Além de agilizar o atendimento, o programa evita multiplicidade de cadastros, facilita a consulta a vagas e permite análises da demanda. O mais importante: funciona em software livre, o que possibilita alterar as funcionalidades, de acordo com as necessidades locais.
O software livre possibilita alterar as funcionalidades, de acordo com as necessidades locais.
“As cidades que participaram do desenvolvimento têm tamanhos diferentes, estágios diferentes de formação de uma rede de atenção à criança e ao adolescente. Há municípios com uma rede já estabelecida de comunicação entre as organizações e municípios em que a integração aconteceu pela primeira vez com esse projeto”, conta o diretor-presidente da Fundação Telefônica, Sérgio Mindlin. Carlos Jordão, diretor do departamento de Logística e Tecnologia da Informação de São Carlos, diz que, em seu município, a expectativa é grande: “Além de permitir a criação de um banco de dados dinâmico e compartilhado, o programa é capaz de gerar relatórios”.
A Redeca pode ser baixada no portal Promenino, projeto da Fundação Telefônica. Para cidades com até cem mil habitantes, é preciso um servidor com pelo menos 1 Gb. O sistema operacional pode ser tanto o Windows quanto o Linux e são aceitos os navegadores Internet Explorer e Firefox. Para conhecer melhor o sistema, é possível entrar com uma senha-teste de administrador em um link no portal Prómenino.