Conexão Social – IBM Brasil cria Centro de Acessibilidade

O conhecimento produzido fica à disposição de entidades sem fins lucrativos, e é vendido para empresas que buscam inovações para portadores de deficiência.  Heitor Augusto


O conhecimento produzido fica à
disposição de entidades sem fins lucrativos, e é vendido para empresas
que buscam inovações para portadores de deficiência. 
Heitor Augusto


Cerca de 24,5 milhões de brasileiros
têm alguma deficiência física – 67%
deles sofrem problemas da visão.

Elias Nascimento, um idoso com problemas de visão, senta-se à frente
de seu computador para realizar uma busca na internet. Começam as
dificuldades: as letras são pequenas e espremidas. As cores berrantes
prejudicam a leitura. Pedro Nogueira, cego, quer  transferir
dinheiro para a conta bancária de um amigo e precisa utilizar o serviço
de e-banking para fazê-lo.

Os dois são exemplos de pessoas com dificuldades para navegar pela
internet devido a algum tipo de deficiência. Pensando em auxiliá-los, a
IBM lançou, em novembro de 2005, a filial brasileira do seu Centro de
Acessibilidade, um pólo produtor de soluções na área de tecnologia
assistiva. A empresa já havia montado centros por diversos países,
entre eles Japão, Estados Unidos, China e algumas localidades na
Europa. Agora, de acordo com Omar Varela, gerente do centro no Brasil,
todo o “talento brasileiro” vai estar a serviço da sociedade, na
absorção das tecnologias desenvolvidas pelos técnicos que trabalham com
acessibilidade.

As pesquisas vão atender à demanda de ONGs, agências do governo e
associações que trabalham com a inclusão digital de portadores de
deficiência. Segundo Varela, a decisão de criar um centro dedicado
exclusivamente à produção de tecnologia assistiva veio quando se
percebeu o tamanho da população com deficiência. De acordo com o último
censo do IBGE, 24,5 milhões de pessoas, sendo 16,574 milhões com
necessidades especiais ligadas à deficiência visual (67%). Não é por
acaso, então, que a maior parte dos programas desenvolvidos atende às
necessidades dessa parcela. Os pesquisadores priorizam dois tipos de
tecnologias: softwares sintetizadores e de reconhecimento de voz. Com o
primeiro, o usuário ouve o conteúdo na tela por meio de uma voz emitida
no computador. No segundo, é o usuário que fala, para comandar a
máquina.
 

Doação

A distribuição dos softwares desenvolvidos no Centro de Acessibilidade
seguem dois caminhos: doação e comercialização. A IBM oferece
gratuitamente dois programas, traduzidos para o português. O WAT (Web
Adaptation Tecnology) é recomendado para pessoas com visão limitada,
com funcionamento semelhante ao WebAdapt2Me (veja quadro). O software
permite ao usuário configurar o site, alterando cor de fundo, tamanho
do texto e espaço entre as letras. Além disso, torna possível a
navegação por meio de atalhos no teclado e diminui a sensibilidade das
teclas, evitando a repetição desnecessária de letras e números. Outro
programa desenvolvido pela IBM e que está disponível gratuitamente é o
Homepage Reader (HPR), leitor de telas.

A IBM firmou um convênio com a Rede Saci para a distribuição do WAT.
Basta que os interessados entrem em contato com a entidade para receber
o programa. Veja nos links a relação de instituições que disponibilizam
tanto o WAT como o Homepage Reader. Além dos softwares gratuitos, os
técnicos traduziram mais três programas que auxiliam deficientes no
acesso ao computador – Web­Adapt2Me, ViaScribe e EasyWebBrowsing, o
único que roda em Linux (veja o quadro). Esses aplicativos, contudo,
são vendidos. Entre os clientes, órgãos do governo, como a Secretaria
de Direitos Humanos, ou entidades, como a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT).

Aplicativos à venda


WebAdapt2Me
Semelhante ao gratuito WAT, é voltado para pessoas
com visão reduzida, permitindo a customização da página consultada. As
alterações feitas podem ser salvas pelo usuário. Assim, quando ele
utilizar um computador que não seja o seu, basta que a máquina tenha o
WebAdapt2Me para a manutenção das configurações. O programa aumenta o
espaço entre as linhas e o tamanho das letras, altera o contraste e
muda as cores de fundo. Além disso, o conteúdo da página pode ser
disponibilizado em áudio. Para pessoas com tremores nas mãos, por
exemplo, os comandos da página podem ser executados por meio de atalhos
no teclado, além de o programa detectar erros de digitação. Para
Windows. Preço sob consulta.


Easy Web Browsing
Parecido com o gratuito Homepage Reader,
também auxilia deficientes visuais. O software aumenta o tamanho das
letras, além de possuir o recurso de leitura do conteúdo da tela. Vem
com um menu que fica na parte de cima do navegador. Com ele, pode-se
acelerar ou diminuir a velocidade de leitura, o volume e o tamanho das
letras – o zoom varia de 50% a 600% do tamanho original. É possível
navegar com atalhos do teclado. Roda em Linux. Preço sob consulta.


IBM ViaScribe
Programa que cria legendas de conteúdo falado. O
ViaScribe digitaliza a fala proferida no microfone do computador,
transcrevendo e gerando uma gravação de áudio. O falante não precisa,
por exemplo, dizer “vírgula”, para indicar ao programa o comando. Basta
apenas dar uma pausa, que o software gera o texto com a vírgula e, no
caso de ponto final, pula para a próxima linha. Para Windows. Preço sob
consulta.



Onde conseguir os programas


WAT


registrowat@saci.org.br
• Rede Saci


Homepage Reader

www.afr.org.br/, afr@nitnet.com.br • Associação Fluminense de Reabilitaçao (RJ)

www.fundacaodorina.org.br/selecao.asp
, info@fudacaodorina.org.br • Fundação Dorina Nowil (SP)

http://sampa3.prodam.sp.gov.br/ccsp/
bibliotecaccsp@prefeitura.sp.gov.br • Biblioteca Braille do Centro Cultural São Paulo

www.ibc.gov.br/
,ibc@ibc.gov.br, gabinete@ibc.gov.br • Instituto Benjamim Constant (RJ)

www.avape.com.br/site/index.asp
, avape@avape.org.br • Avape (SP)