Conexão Social – Mix tecnológico no Gesac

O Minicom testa soluções alternativas ao satélite. E vai destinar, este ano, R$ 150 milhões a programas de inclusão digital.



O Minicom testa soluções alternativas ao satélite. E vai destinar, este ano, R$ 150 milhões a programas de inclusão digital.


O secretário de Telecomunicações do Ministério das Comunicações,
Roberto Pinto Martins, anunciou, durante o 2º Painel  ARede –
Telecentros: alternativas para a conexão à internet
, que o orçamento da
União, recentemente aprovado, destinou R$ 150 milhões para programas de
inclusão digital da pasta. Segundo Martins, desse total, cerca de R$ 70
milhões estão reservados ao Gesac, cujas novas licitações para
contratação de acessos de banda larga deverão ser lançadas até junho.
Os demais recursos vão apoiar a criação de telecentros por parte de
prefeituras.

Martins calcula que, dos atuais 3,2 mil pontos Gesac conectados via
satélite (que custam ao governo R$ 1 mil/mês), 1,5 mil podem ser
atendidos por tecnologias de menor custo e, por isso, serão
substituídos, liberando as antenas para pontos onde elas são
imprescindíveis. As licitações para os links alternativos poderão
envolver tecnologias ADSL, MMDS, Wi-Fi ou WiMAX. O objetivo é que, até
dezembro, haja, pelo menos, um acesso em banda larga em todos os
municípios.


Virgínia, da Rede Povos
da Floresta: equipar as
comunidades para a
vigilância ambiental.

O Gesac é responsável pela conexão central do programa Município
Digital, em Piraí (RJ), experiência do governo do Estado do Rio de
Janeiro, que expande de cobertura da antena, por meio de plataformas
sem fio, e que servirá de espelho para implantação semelhante em Nova
Iguaçu, também no Rio – o projeto municipal Bairro Escola. “Deve
acontecer ainda em 2006”, adiantou o coordenador geral do programa,
Franklin Dias Coelho, coordenador geral do Piraí Digital, em sua
apresentação no 2º Painel ARede. Em Piraí, o desenho de rede híbrida
garante conexão à internet em 95% do território urbano.


Franklin, do Piraí Digital:
cobertura em 95% da
área urbana.
Em Minas Gerais, nas cidades de Belo Horizonte e de Tiradentes, o
governo federal, através do Gesac, também experimenta as tecnologias
Wi-Fi e WiMAX. O BH Digital, convênio do Ministério das Comunicações
com a prefeitura, por meio da Prodabel, reúne 25 pontos com sala de
inclusão digital e também inclui transmissão de conteúdo educacional
pela TVA, do Grupo Abril, para escolas públicas. A rede Mesh, híbrida,
além de Wi-Fi, terá plataformas WiMAX e MMDS, explicou, no evento, Luís
Cláudio da Silva Barros, gerente de sistemas de interface com o
cidadão, da prefeitura de Belo Horizonte.


Roberto, do Minicom:
licitações para contratar
novos links.
Em Tiradentes, cidade histórica a 250 quilômetros da capital, a
tecnologia Wireless Mesh, da Cisco, também vai viabilizar telecentros.
Uma das antenas vai ficar escondida no sino da barroca Igreja Matriz de
Santo Antônio. O projeto Tiradentes Digital tem consultoria técnica da
Prodabel, de BH, e envolve uma infra-estrutura descentralizada, baseada
em estações repetidoras que transmitem dados de um ponto específico
(nó) para outros mais distantes. Serão conectadas as oito escolas
municipais, telecentros, postos de saúde, hospitais e órgãos públicos.


Flávio, do CPqD: terminal
para baratear a rede.

Em outro extremo, na região amazônica, onde o satélite ainda costuma
ser a única solução, a OnG Rede Povos da Floresta (RPF) conecta
comunidades indígenas, extrativistas, ribeirinhas e quilombolas à
internet, com sete pontos de acesso via satélite em operação. Tem
apoio, entre outros, do programa Link All, mantido pela União Européia,
e que viabilizou a instalação de duas dessas conexões. Atualmente, a
RPF desenvolve uma ação com o Gesac, com o objetivo de instalar novos
links em comunidades de áreas protegidas e vizinhanças. “É uma forma de
garantir a vigilância ambiental”, afirma Virgínia Gandres, coordenadora
de projetos da entidade, durante o 2º Painel ARede.

Ligado na tomada


Pileggi, da CDHU: rede
de energia elétrica para
transmitir dados.

Um sistema eletrônico de medição integrada do consumo de água, gás e
energia elétrica, para aumentar a transparência dos serviços e reduzir
o valor das contas, vem sendo testado, há dois meses, pela Companhia de
Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), num condomínio popular do
bairro da Mooca, em São Paulo. Durante o 2º Painel ARede – Telecentros:
alternativas para conexão à internet
, o secretário-executivo do
Programa Qualihab, Raphael Pileggi, explicou que o processo ficaria
mais econômico se integrasse as medições já individualizadas de gás e
energia. Com uma lógica diferenciada de infra-estrutura de alimentação
hidráulica, elétrica e gasosa, obteve-se uma economia de 4% a 6% nas
contas de energia elétrica, de 30% nas de água e de 61% nas de gás, nos
cinco blocos do Conjunto Habitacional de Interesse Social Mooca, nome
oficial do condomínio. Nos próximos dois anos, a CDHU pretende
implantar a medição inteligente em outros 350 mil apartamentos (metade
na Grande São Paulo, metade no interior paulista – começando pela
região metropolitana). O sistema é viável graças à tecnologia Power
Line Communication
(PLC). “O sistema PLC poderá gerenciar também
telefonia digital, quem sabe televisão digital e até telemedicina”,
prevê Pileggi. O projeto da CDHU, contudo, depende da mobilização e da
inciativa dos moradores para dar certo. O acesso à internet ainda não
foi ativado no condomínio piloto, e uma sala com 16 computadores doados
pela Siemens permanece trancada. Pileggi esclarece que o sistema PLC
possibilita que sinais digitais transitem pela rede elétrica, mas que o
condomínio precisa contratar um provedor de internet. “Terá de ser uma
relação direta dos usuários com a empresa”, explica. A doação da
Siemens também não está oficializada, porque o condomínio ainda não se
tornou uma pessoa jurídica – o que deve ser feito em breve. A sala de
informática vai atender a dois blocos. Futuras doações devem equipar
mais duas salas para os outros três prédios do condomínio.

www.cdhu.sp.gov.br

Cidades sem fio


Reinaldo, de Sobral: à
espera da licença da
Anatel.

A prefeitura de Sobral, no Ceará, prepara a instalação de um hot
spot
municipal, ligado a oito estações WiMAX, para assegurar acesso
gratuito à internet e em banda larga na cidade. Para tanto, o Instituto
de Comunicação e Informática (ICI), oscip parceira da administração
pública, solicitou à Anatel, em março, uma licença para prestar
Serviços de Comunicação Multimídia (SCM). O projeto está orçado em R$
250 mil, financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento.

“Estamos esperando a licença para dar início às licitações da rede”,
explicou Reinaldo Duailibi, da prefeitura de Sobral, durante o 2º Painel
ARede – Telecentros: alternativas para conexão à internet
. A prefeitura
já dá acesso gratuito à web por linha discada. Em 2002, a administração
municipal iniciou o projeto Educação Digital, com sete pontos de
conexão Wi-Fi na cidade (com tecnologia Canopy, da Motorola) para
atender à população de baixa renda, com cursos de informática básica e
acesso à rede. Na nova iniciativa, a antena com o link central (nó da
rede) ficará na prefeitura, ligado a extensões de cinco km, por Wi-FI,
a estações replicadoras.


Beatriz, do Coletivo
Digital: sem internet
não há inclusão.

Em Macaé, a prefeitura também está construindo uma rede sem fio, com a
mesma solução Canopy, da Motorola. A idéia é interligar todas as
escolas, os postos de saúde e as secretarias, numa rede convergente,
capaz de transmitir voz, dados e imagens. De acordo com Joeval Martins,
gerente de canais de distribuição da Motorola, que também participou do
evento, a rede servirá, ainda, a quiosques públicos para navegação. O
2º Painel ARede contou, ainda, com a participação de Flávio Mariotto,
gerente de planejamento de serviços do CPqD, que anunciou um terminal
desenvolvido para redes sem fio, uma das pesquisas de modelos de menor
custo para prestação de serviços de telecomunicações.

Osvaldo, da Radium:

projeto para conectar

100% das residências

em Birigui.
Também esteve presente Osvaldo Gouveia de Oliveira, diretor da Radium
System, empresa que atua no projeto da Rede de Aprendizagem de Birigui
(veja mais), em parceria com o Media Lab e a USP, e que deve
envolver a formação de uma oscip, dirigida por representantes da
prefeitura, dos sindicatos patronais (Sinbi) e de trabalhadores da
cidade paulista (um arranjo produtivo calçadista), para prover acesso à
internet no município a custo baixo, numa rede Mesh. “Deve atender a
100% das residências”, diz ele.

Para Beatriz Tibiriçá, diretora da OnG Coletivo Digital, que assessora
programas de telecentros, uma das debatedoras do 2º Painel ARede,
inclusão digital deve estar na pauta das políticas públicas, e inclusão
digital sem conexão à internet não é inclusão social.

www.sobral.ce.gov.br
www.coletivodigital.org.br
www.motorola.com.br
www.cpqd.com.br
www.radiumsystems.com.br

www.idbrasil.gov.br • Gesac

www.piraidigital.com.br/ • Piraí Digital

www.novaiguacu.rj.gov.br/ • Prefeitura de Nova Iguaçu

www.redepovosdafloresta.org.br
• Rede Povos da Floresta

www.pbh.gov.br/prodabel • Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte