Conexão Social – O Nordeste está ligado

Há dois anos, a rede Ação Digital Nordeste (ADN) promove a incorporação de ONGs da Bahia, de Pernambuco e da Paraíba ao mapa digital.


Há dois anos, a rede Ação Digital Nordeste (ADN) promove a
incorporação de ONGs da Bahia, de Pernambuco e da Paraíba ao mapa
digital.

Vitória Guimarães

Em maio de 2003, o Ação Digital Nordeste
(ADN) levou computadores e acesso à internet a 40 ONGs na região
Nordeste. Uma iniciativa da Rede de Informações para o Terceiro Setor
(Rits), com apoio da IBM e da Interamerican Foundation (IAF), a rede
ADN tem como principal objetivo fortalecer institucionalmente as
entidades através da tecnologia.


Em Jaboatão dos Guararapes (PE),
um convite à cidadania.
As
organizações foram selecionadas de acordo com seu potencial de
transformação social, por um conselho composto pela Rits, pela
Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais
(Abong-Nordeste), pela IBM, pela Interage (aliança entre organizações
de cooperação internacional, institutos e fundações empresariais que
fomentam ações de desenvolvimento no Nordeste brasileiro) e pela Oxfam
(organização internacional que atua por meio de uma rede de ONGs
autônomas, dedicadas à cooperação para o desenvolvimento e à ajuda
humanitária).                                                                                                                         

As 40 instituições selecionadas, nos estados de Pernambuco, Bahia e
Paraíba, receberam um computador e uma impressora cada, doados pela
IBM; subsídios fornecidos pela IAF para arcarem com os custos de
conexão à internet (por modem) durante os primeiros 12 meses;
associação gratuita à Rits por um ano; orientação inicial em
informática e internet e acesso a uma conta de e-mail e à lista de
discussões do ADN.

A região Nordeste foi escolhida por ser a área com nível de inclusão
digital mais baixo do país. O facilitador e capacitador do projeto,
Carlos Antônio, da Rits, conta que, no início do programa, pessoas
formavam filas em algumas ONGs para ver o que é computador. Após dois
anos, 35 das 40 ONGs participam, efetivamente, do ADN. O
desenvolvimento e as atividades a distância são propostos e
acompanhados pela lista de discussão, da qual participam a equipe da
Rits e representantes das instituições.

Apesar da capacitação, promovida pela Rits, ser feita principalmente a
distância, há encontros presenciais importantes, que promovem
assessoria às instituições, como o que ocorreu de 14 a 16 de julho de
2004, com oficinas de redação, de produção de conteúdo para internet e
de utilização de sistema de publicação online. O objetivo foi não só
desenvolver a habilidade de escrever e publicar um texto jornalístico
na internet, como também ampliar a capacidade em escrita e leitura dos
atendidos.

“A principal preocupação do ADN, atualmente, é manter e fortalecer as
organizações do projeto”, diz Carlos Antônio. Ele acredita que a ação
deve ir além da provisão de equipamentos, capacitação em informática
básica e tecnologias, para ser realmente eficaz. Por isso, assistência
e suporte às instituições são características prioritárias.

Boa parte das entidades já apresenta uma atuação madura no ambiente
online e os progressos aparecem a cada dia. Algumas organizações já se
encaixam no perfil de telecentro comunitário – compartilham
equipamentos (alguns até com software livre) com outras instituições,
expandindo, assim, a abrangência do Ação Digital, que já beneficia 815
pessoas – e diversas ONGs criaram seu próprio site na internet e
publicam seus conteúdos na rede.

Uma das beneficiadas pelo programa ADN, a organização de Jaboatão dos Guararapes (PE) –
Associação dos Amigos dos Guararapes  (Assmig) –, desempenha um
trabalho importante de conscientização de jovens. Joana D’arc,
colaboradora da Assmig, diz que, pela rede, a associação mantém contato
com os Ministérios da Saúde e da Educação, o que auxilia as atividades
da ONG que, através de palestras e oficinas, difunde informação em uma
comunidade com educação deficitária.

Outro participante da rede ADN é o Centro de Artes e Meio Ambiente
(Cama), fundado em 1996, no bairro de Alagados, em
Carlos Antonio (à dir.), da Rits:
fortalecer as organizações.
Salvador, com o
objetivo de desenvolver ações educativas voltadas para a questão
socioambiental, envolvendo, principalmente, adolescentes e jovens.
Atualmente, o Cama coordena o projeto da Comissão de Articulação e
Mobilização dos Moradores da Península de Itapagipe (Cammpi), fórum que
congrega a representação de 35 entidades que visam ao desenvolvimento
socioeconômico da Península.

Uma das responsáveis pela entidade, Gilcinéa Barbosa, conta que, graças
a uma parceria com a Cammpi, foi viabilizado o projeto ABC Digital, de
iniciação em informática para líderes de associações, em vigência há
três meses, atendendo a 20 alunos, por mês.

ONGs selecionadas pelo ADN:

Bahia

Associação da Missão Educacional (AME)
Associação dos Pequenos Agricultores do Município de Feira de Santana (APAEB)
Associação Coletivista Dom Hélder Câmara
Associação Comunitária Alternativa
Associação Cultural e Social Boca de Lata
Associação dos Pescadores de Barra Grande (ASPEBA)
Associação Escola Família Agrícola de Angical (AEFAA)
Associação para o Resgate Social Camacanense (ARES)
Centro de Educação e Cultura Popular (CECUP)
Centro de Arte e Meio Ambiente (CAMA)
Centro de Desenvolvimento Sócio Comunitário (IDE)
Conexões Comunitárias (COMUNGOS)
Cooperativa de Produção dos Jovens da Região do Sisal (COOPERJOVENS)
Central Única das Associações (CUASD)
Fundação de Desenvolvimento Integrado do São Francisco (FUNDIFRAN)
Grupo de Economia Popular de Vitória da Conquista e Região Sudoeste da Bahia (GEP)
Instituto Galeão
Projeto Encantarte
Sociedade Filarmônica Lyra Popular de Castro Alves
União das Associações de Moradores de Alagoinhas

Pernambuco

Associação dos Amigos dos Guararapes (ASSMIG)
Associação Cultural da Cidade de Paulista (ACCP)
Associação dos Artesãos em Barro e Moradores do Alto do Moura
Associação Santa Clara
Centro da Cidadania Barra de Jangada
Centro das Mulheres dos Palmares (CMP)
Centro Educacional Fonte de Luz
Conselho de Moradores dos Loteamentos São Pedro e São Paulo
Grupo de Trabalho em Prevenção Posithivo (GTP)
Instituto de Desenvolvimento e Cidadania (IDECI)
Movimento Cultural Boca do Lixo
Trupe Graúna – Juventude, Gênero, Arte e Desenvolvimento

Paraíba

Associação Comunitária Nova Vida
Associação dos Artesãos de Monteiro (ASSOAM)
Casa da Mulher Renasce Companheira
Centro de Direito à Vida da Mulher do Curimataú
Centro de Serviços Sócio-Educativos e Técnico-Científicos para o Desenvolvimento Comunitário
Fundação Sementes de Vida
Instituto Mundo Melhor
Rede Nacional de Pessoas vivendo com HIV/AIDS

www.rits.org.br/adn
www.ibm.com.br
www.iaf.gov
www.abong.org.br
www.interage.org.br
www.oxfam.org.uk
www.cammpi.org.br – com informações sobre o Centro de Artes e Meio Ambiente (Cama)