A ONG pernambucana Serta vai formar 50
jovens em tecnologias da informação e comunicação, para que eles façam
um diagnóstico artístico da bacia. Vitória Guimarães
O maracatu e os mamulengos
fazem parte das tradições da região.A organização não-governamental
Serta-Serviço de Tecnologia Alternativa foi selecionada para se tornar
um Ponto de Cultura, o que significa receber recursos e equipamentos do
programa Cultura Viva, do Ministério da Cultura. O Serta responde pelo
Projeto Ação Cultural, que, durante dois anos e meio, vai desenvolver
ações de resgate artístico e cultural nos municípios de Glória do Goitá
e Lagoa do Itaenga, em Pernambuco, a partir da formação de 50 jovens em
TIC’s (tecnologias da informação e comunicação).
Depois de capacitados, eles devem elaborar um diagnóstico cultural da
região da Bacia do Goitá e, juntamente com artistas e artesãos,
produzir, a cada seis meses, documentários em vídeo sobre uma
determinada atividade cultural, como o maracatu ou os mamulengos –
bonecos articulados, fantoches, tradicionais na região, que representam
personagens do folclore popular e se transformaram em uma das fontes de
renda das comunidades.
O Serta existe há 16 anos e foi fundado por um grupo de agricultores,
técnicos e educadores que participavam do Cecapas – Centro de
Capacitação e Acompanhamento aos Projetos Alternativos, em Pesqueira
(PE). Nos seus dois primeiros anos, a ONG era conhecida como o “grupo
do mutirão”. Não tinha sede e seus técnicos moravam nas comunidades
rurais. Em 2000, o Serta se estabeleceu no Campo da Sementeira, em
Glória do Goitá, para o projeto Aliança com o Adolescente pelo
Desenvolvimento Sustentável do Nordeste, uma iniciativa do Instituto
Ayrton Senna, da Fundação Kellogg, da Fundação Odebrecht e BNDES.
Durante quatro anos, foram formados 416 jovens – agentes de
desenvolvimento local e agentes de desenvolvimento da arte e da
cultura- e 2.310 jovens em informática básica.
O Serta executa diversos projetos de formação de agricultores,
professores e jovens. Dentre eles o Projeto Desenvolver o Território,
formando jovens para o desenvolvimento sustentável em 14 municípios; o
Projeto Informática, Comunicação e Cidadania, com escolas de
informática e cidadania em Glória do Goitá, Feira Nova, Lagoa do
Itaenga e Pombos, e uma equipe de vídeo, com 16 jovens, que produz
documentários.
As escolas de informática usam a Proposta Educacional de Apoio ao
Desenvolvimento Sustentável – Peads, metodologia criada pela própria
entidade. Segundo Everaldo Costa, responsável pela comunicação do
Serta, o objetivo é conectar essas escolas à internet, criando
telecentros na Bacia do Goitá, onde as comunidades poderão dispor de
site para venda de produtos e divulgação de atividades.
Após uma oficina de vídeo, os participantes formaram uma equipe fixa
que, além de gravar as atividades do Serta, produz apostilas e
materiais para os alunos de futuras oficinas. Os jovens dispõem de
equipamentos para produção, filmagens e fotografia, inclusive uma
filmadora semiprofissional e uma ilha de edição. O seu portifólio
inclui 18 documentários, além de trabalhos externos – remunerados.
Participaram do Festival de Cinema de Vitória (ES) e conseguiram o
segundo lugar em um concurso, em Recife, da Ação Empresarial.
www.cultura.gov.br – Ministério da Cultura