Formar o conselho gestor de um telecentro diz mais do que se imagina sobre as pessoas e sobre as comunidades.
Uma das oficinas práticas realizadas em
Porto Alegre tratou da formação de conselho gestor em telecentros,
coordenada pelo técnico de instrução continuada do projeto Casa Brasil,
João Torquato de Lima Filho. Com cerca de 25 educadores, de Pontos de
Cultura e telecentros, ele trabalhou dinâmicas do Teatro do Oprimido,
do dramaturgo Augusto Boal, e conceitos do educador Paulo Freire. A
primeira tarefa dos participantes foi escolher 13 integrantes para
compor um conselho gestor – os demais seriam os seus observadores
críticos. Uma vez selecionados, os conselheiros teriam mais 40 minutos
para definir o horário de funcionamento desse telecentro fictício.
Durante os trabalhos, contudo, cada um deles teve que desempenhar um
papel pré-determinado .
Participantes da oficina, em Porto Alegre
“No fim, o grupo não conseguiu atingir seu objetivo, ou seja,
determinar o horário do telecentro”, conta Torquato. Entre os
problemas, ele cita “a tendência a problematizar”. Na oficina, ao
avaliarem a conveniência de abrir o telecentro à noite, os conselheiros
passaram a discutir a segurança da região. E perguntas como pedir ou
não reforço policial trouxeram à tona os aspectos ambíguos das relações
com as esferas governamentais. “Perderam o foco. Mas a experiência da
autogestão coloca na mesa os problemas concretos da comunidade. E, por
isso, é tão importante para dar consistência à ação dos telecentros”,
diz Torquato.
1. Fica sempre em silêncio. No máximo, dirá: tudo bem; o que vocês decidirem está bom.
2. Sempre pede “aparte”
nas outras falas, monopoliza a palavra, mesmo quando não tem o que dizer sobre o assunto em pauta.
3. Sempre interrompe sua participação para atender/fazer
ligação no celular, ir ao banheiro, beber água, etc. Pede desculpa ao
grupo, e sai bem pelo meio do espaço da reunião.
4. Não concorda com nenhuma proposta. Seja qual for o motivo, discorda e não tem contraproposta.
5. Mediador, apazigua os ânimos e busca a participação de todos.
6. Sempre propõe uma sugestão, de preferência primeiro que os outros, e a defende sob qualquer argumentação.
7. Estimula a participação de todos, garante a democracia no grupo e não permite a hegemonia de alguém ou de um subgrupo.
8. Faz uma abordagem partidária sobre a conjuntura e
a importância de que as decisões não sejam diversas dos interesses do
seu partido.
9. Controla e dirige os trabalhos, para que não se percam em devaneios e para que se cumpram os objetivos.
10. Apaziguador e moderador do grupo.
11. Sua participação é segundo sua consciência. (Para três pessoas.)