A Microsoft esteve nos debates
promovidos por um dos patrocinadores do Fisl 7.0, a InfomediaTV. Não
era convidada oficial do fórum e gerou muita polêmica.
Os assuntos relacionados a
desenvolvimento ocuparam
42 palestras.
Temas como coexistência, ambientes heterogêneos, interoperabilidade e
perspectiva de modelo de desenvolvimento foram debatidos em quatro
encontros dos quais participaram quatro executivos da Microsoft, entre
eles Roberto Prado, gerente de estratégias de mercado para o Brasil;
representantes da comunidade de software livre (Cesar Brod, da Solis,
e Cláudio Matsuoka, da Mandriva) e do governo brasileiro (Renato
Martini, do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação). Os
debates, promovidos pela InfomediaTV, marcaram a primeira participação
da Microsoft no Fórum de Software Livre brasileiro. Mas o que mais
atraiu a atenção foi a discussão sobre a conveniência da presença, no
evento, da empresa arquiinimiga do movimento de software livre – Bill
Gates chegou a se referir aos seus militantes como comunistas dos dias
de hoje e a empresa lançou uma campanha chamada Veja os Fatos, para
desestimular a migração de clientes corporativos para Linux. E as
reações, mais uma vez, refletiram a divisão da comunidade de software
livre.
“Quem não fica satisfeito é quem não vive de código”, disparou Fabiana
Iglesias, presidente da InfomediaTV. “Se a maior empresa de software do
mundo teve a humildade de chegar aqui e gerar um debate, é porque a
comunidade é importante e pegou no calo deles”, continuou. Segundo ela,
o debate é uma solicitação dos grupos de usuários, que dependem de se
entender direito com a Microsoft para continuar avançando. Para Prado,
da Microsoft, o debate reflete o interesse da corporação de se
aproximar de desenvolvedores de código aberto.
Protesto
Stallman: manifestação
contra a MS.
Richard Stallman entrou no estande, de meias, no início das conversas.
Gritou Libertas Quae Sera Tamem: “sei que esse é um slogan sobre a
liberdade e tem relação com a luta pela independência do Brasil, que se
comemora hoje (21 de abril, dia de Tiradentes). E é disso que trata o
free software: liberdade”. Para Stallman, “se você acha que a questão é
somente fazer software que rodem bem, então a proposta deles pode
parecer lógica, apropriada, desejável. No entanto, fazer software
livre rodar bem com Windows é uma questão secundária. Queremos que as
pessoas deixem de usar Windows, MacOS, Unix, porque não são sistemas
livres. A Microsoft não respeita sua liberdade porque restringe suas
escolhas. O poder está na mão dos executivos da empresa, eles decidem o
que fazer e impõem as decisões aos usuários”, reclamou. Sulamita
Garcia, projetista de software da Cyclades, participante da comunidade
de software livre e organizadora do LinuxChix Brasil, acredita que há
um movimento da empresa em direção ao open source (código-fonte aberto)
e disse que “o ideal não seria que a Microsoft desaparecesse, mas que
abrisse seus códigos”.
Marlon Feijó, organizador do Fisl, não concordou com a maneira indireta
da empresa de se fazer presente, participando de um debate de um
patrocinador do evento. “Somos uma associação de software livre, sem
fins lucrativos, e esse não é um evento comercial. Se a Microsoft
quiser mostrar suas iniciativas em Linux, ótimo, venha falar conosco.
Eles poderiam ter nos procurado, em vez de entrar pela porta dos
fundos”, reclamou.
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