conexão social – Uma vida pública mais digital

 

Uma vida pública mais digital

As cidades ampliam as práticas de digitalização e os cidadãos ganham em inclusão e em serviços eletrônicos

ARede nº 82 – julho de 2012

A DIGITALIZAÇÃO dos municípios do país avançou no último ano. A segunda edição do Índice Brasil de Cidades Digitais (IBCD), promovido pela Momento Editorial em parceria com o CPqD, constatou que, de 100 cidades avaliadas este ano, 35% subiram de posição no ranking geral, em relação à classificação de 2011. “O aumento da pontuação significa que houve investimento em tecnologias da informação e da comunicação”, disse Hélio Graciosa, presidente do CPqD, na cerimônia de premiação das cidades, dia 3 de julho, em São Paulo (SP). Representando o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a secretária de Inclusão Digital, Lygia Pupatto, alertou: “A fibra não é suficiente para atingir a sociedade. Precisamos de aplicativos”.

Uma evolução expressiva detectada pelo IBCD 2012 foi o crescimento dos serviços eletrônicos de governo: no primeiro levantamento, apenas quatro municípios chegaram ao nível 3, de Serviços Eletrônicos – categoria que exige a oferta de boa cobertura para a população usufruir de serviços (públicos e privados) em ambiente virtual. Em 2012, subiu para 30 o número de municípios nesse estágio. Os dados revelaram também que as inciativas de digitalização das cidades estão diretamente relacionadas à oferta de banda larga. E as regiões mais deficitárias são Norte e Nordeste.

A importância da iniciativa da Momento Editorial e do CPqD foi sintetizada por Fabrízio de Almeida Ribeiro, secretário de Ciência e Tecnologia e Inovação de Anápolis (GO), 6ª colocada no ranking: “O questionário que tivemos de preencher para o Índice nos forçou a depurar os dados, a colocar as equipes para pensar. Vimos que uma cidade digital tem de ser pensada por todas as secretarias, em um trabalho integrado”.

Vencedoras
Primeira colocada no ranking de 2012, Curitiba (PR) implantou três grandes projetos em 2011 e expandiu em mil quilômetros a rede de fibra óptica. A digitalização municipal se consolida em várias frentes: desenvolvimento de programas de gestão pública, gerenciamento inteligente dos dados, integração com bases de dados estaduais e federais. A oferta de facilidades no portal da cidade abriga 62 serviços, de leilão eletrônico a emissão de certificados. A capital paranaense tem 550 pontos de acesso gratuito à internet, espalhados nas “Ruas de Cidadania” e nos famosos “Faróis do Saber”, bibliotecas públicas com laboratórios de informática, preparados para atender o público com micros e impressoras, além de dispositivos adaptados para deficientes visuais ou auditivos.

Com foco na educação para construir a sociedade do conhecimento, o Rio de Janeiro (RJ), segundo lugar no ranking IBCD 2012, integra sistemas de gestão, libera dados para que os cidadãos construam aplicativos e usa soluções inteligentes para auxiliar a tomada de decisões. O Rio dispõe de 256 quilômetros de rede em fibra óptica e enlaces de radiofrequência, interligando 389 unidades. Outros 1.100 pontos acessam o sinal de internet da prefeitura. Nos 7 hotspots municipais, o cidadão tem velocidades que variam de 1 Mbps a 4,5 Mbps, conforme a demanda local. A inclusão digital se estende a 50 centros comunitários e a 2.173 domicílios que se inscreveram para ter acesso ao sinal gratuito de internet fornecido pelo município. Essa mesma rede conecta 631 escolas municipais.

Outra referência de boas práticas públicas: Belo Horizonte (MG), terceira colocada no IBCD 2012. O município tem sido um dos mais atuantes em termos de cidadania digital. O portal da prefeitura oferece 942 serviços ao cidadão. A cidade tem 352 telecentros e as escolas abrem os laboratórios para a população acessar a internet. Cada telecentro recebe sinal de, no mínimo, 1 Mbps e em 2011 começou um monitoramento do serviço entregue, até então um verdadeiro “gargalo” nos programas de inclusão digital.

Reportagens detalhadas sobre as cidades premiadas e o ranking completo do Índice Brasil de Cidades Digitais 2012 estão disponíveis no site da revista Wireless Mundi.

www.wirelessmundi.inf.br

As dez mais

Criado em 2010, o IBCD se baseia no conceito segundo o qual as cidades consideradas digitais têm variados níveis de infraestrutura de redes de telecomunicações, de acesso às TICs e de oferta de serviços eletrônicos públicos e privados. Essas diretrizes estão na publicação “As cidades digitais no mapa do Brasil”, organizada por Juliano Castilho Dall’Antonia, diretor de Tecnologias de Serviços do CPqD; Átila Souto, à época diretor de Universalização do Ministério das Comunicações; e pelo mestre em engenharia na área eletrônica e de comunicação Giovanni Moura de Holanda. A metodologia adotada para o Índice considera tanto os aspectos tecnológicos da conectividade e o uso de serviços criados a partir da digitalização, como os de população e acesso. Confira, abaixo, as dez primeiras colocadas e os destaques de 2012.

1º Curitiba (PR)
2º Rio de Janeiro (RJ)
3º Belo Horizonte (MG)
4º Vitória (ES)
5º Campinas (SP)
6º Anápolis ( GO) e Sorocaba (SP)
7º Porto Alegre (RS)
8º Jundiaí (SP)
9º Guarulhos (SP)
10º Santos (SP)

Destaques
Acessibilidade - Vitória (ES)
Acesso público - Tauá (ES)
Serviços e aplicações - Guarulhos (SP)