Aprenda inglês,francês, japonês…na rede é grátis!
CURSOS GRATUITOS ESTÃO DISPONÍVEIS, NA INTERNET, PARA INICIANTES E PARA QUEM QUER PRATICAR E ADQUIRIR FLUÊNCIA.
Caroline Pellegrino
ARede nº68 abril/2011 – Falta de tempo e falta de dinheiro deixaram de ser motivos para não aprender a falar outro idioma – atributo quase obrigatório, hoje, para quem quer se aprofundar nos estudos ou conseguir um emprego qualificado. São muitos os cursos, de diversos idiomas, disponíveis na internet gratuitamente ou mediante o pagamento de taxas bastante acessíveis. Como tudo na grande rede, só é preciso pesquisar e garimpar as opções de melhor qualidade e que oferecem condições mais adequadas, de acordo com o nível de conhecimento e o modo de vida de cada pessoa. Seja para iniciantes, seja para quem já domina o idioma mas deseja adquirir fluência, há diversas possibilidades de organizar a agenda de estudos online. Existem cursos com conversação ao vivo durante a madrugada, cursos em que o aluno é quem define quando muda de nível, outros onde é preciso cumprir um programa em determinado tempo, e por aí vão outras variações.
Por conta dessa versatilidade, cada vez mais, a modalidade de estudo a distância estimula o aprendizado de línguas. O Livemocha, site que oferece cursos gratuitos (e também pagos) em 35 idiomas, tem cerca de 9 milhões de usuários cadastrados, em 195 países. Desses, mais de 3 milhões são brasileiros. Como a auxiliar de logística Paula Andressa Scobin dos Santos, de 23 anos, que estuda inglês pela internet há um ano. “Eu acho o curso muito produtivo. E, por estudar em um site que é uma rede social, acabei fazendo amigos. Não tenho vergonha de errar, como na sala de aula”, diz ela. Outra aluna entusiasmada é a estudante de Nutrição Vanusa Dos Santos Souza, de 30 anos, que faz dois cursos pela internet: “Estudo espanhol no Livemocha e inglês no Integral. Acho bom pelo fácil acesso e pela flexibilidade de horário”.
O acesso às ferramentas digitais ajuda o aprendizado. Mas, assim como nos cursos presenciais, os programas online precisam ter metodologia e didática. Sônia Penin, professora da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, dá uma dica para avaliar a eficácia do método: “A motivação e a socialização devem fazer parte dos cursos oferecidos pela internet. São formas de prender a atenção do aluno”.
Danilo Borges, professor e coordenador do curso de inglês do JurisWay – que diariamente recebe de 300 a 500 usuários, dos quais 80 completam todas as lições do dia – diz que a grande vantagem do curso oferecido por esse site é que não se exige pré-requisitos dos alunos. Além disso, o conteúdo explicado em português, diz ele, facilita o acompanhamento da aula. No Livemocha, cada aula tem exercícios, testes de gramática, de áudio e de conversação. Ao término, o aluno faz uma prova de escrita e de pronúncia (gravada pelo microfone do computador), que é corrigida por nativos do idioma de aprendizagem. Há também competições, com o propósito de motivar os alunos.
Além dos conteúdos gramaticais, os sites mais sofisticados dispõem de recursos multimídia, como filmes e músicas, que ajudam a adquirir familiaridade com o idioma. “É importante que o curso tenha componentes de áudio e de gravação de voz, para o aluno comparar os sons. O segredo da fluência é assistir a muitos filmes, para afiar o ouvido, falar e ler ao máximo. Isso é possível na internet”, sugere a gerente do departamento acadêmico da Cultura In-
glesa, Lizika Goldchleger. A publicitária Viviane Monteiro, de 22 anos, teve de lidar com esse problema. No início, enfrentou dificuldades no seu curso de francês pois optou por um site que não dispunha de recursos de áudio. “É muito difícil aprender a falar uma língua quando não se sabe o som das letras. Então, comprei um dicionário com fonética, o que tem me ajudado muito. Fica mais fácil quando você já teve a experiência de ter estudado o idioma antes”. Apesar dos desafios, em três meses ela já percebeu sua evolução: “Comecei a estudar em um site e agora já mudei para outro, mais avançado”, conta.
Antes de fazer a escolha, no entanto, é bom visitar vários sites e observar atentamente quais as condições de uso. É importante se certificar de que o curso é totalmente gratuito – ou se as aulas são grátis mas o aluno tem, por exemplo, que comprar o material didático. Outra “pegadinha” é quando se oferece um curso básico e os demais níveis são cobrados. Ou quando é preciso pagar extras para fazer avaliações e receber certificado.
Dicionários online
Para dar um gás nos estudos, a internet tem também diversos dicionários online, em várias línguas. Alguns fazem traduções só de palavras; outros, de trechos de texto.
Michaelis
www.michaelis.com.br – vários idiomas
Longman Dictionary of Contemporary English
www.ldoceonline.com – inglês
Dizionario Italiano
www.dizionario-italiano.it
Linguee
www.linguee.pt – português, inglês, alemão, espanhol, francês
a-China.info
www.a-china.info/dicionario
A necessidade fez um voluntário
Em 2002, o contabilista Samuel de Sousa Santos precisou fazer uma viagem aos Estados Unidos, mas não falava inglês. Diante da necessidade de se virar em um idioma que não conhecia, achou que a internet poderia resolver o problema. Procurou sites que ensinassem inglês para brasileiros e não encontrou. Foi então que idealizou o Inglês Curso, portal que hoje oferece aulas de inglês online e gratuitas.
Sua proposta, desde o início, foi criar um ambiente colaborativo, que permitisse às pessoas estudar e compartilhar o aprendizado. No início, recebeu apoio de dois amigos, um brasileiro e uma estadunidense. Hoje, os professores são voluntários, exceto a coordenadora do curso, que é contratada. O Inglês Curso tem quase 700 mil alunos cadastrados, é mantido com doações do público e anúncios no Google. “É uma atividade muito gratificante, recebemos centenas de e-mails agradecendo o trabalho”, diz Santos. Para 2011, a meta é ampliar as atividades, a quantidade de professores e a interatividade. Atualmente, os usuários podem cursar os níveis básicos e pré-intermediário; a expansão prevê a inclusão de aulas avançadas, cursos técnicos (para os setores de turismo, hotelaria e comércio) e aulas preparatórias para exames de inglês internacionais. “A demanda por inglês técnico vem crescendo, nas áreas de saúde e negócios. Novos professores voluntários são bem-vindos”, completa o diretor.
No horário de pico, entre 18h30 e 21h30, o site chega a 18 mil pessoas online, a maioria dos usuários (60%) de 12 a 30 anos. Por conta dessa demanda, Santos quer dobrar a capacidade do servidor. Os pré-requisitos para estudar no Inglês Curso são acesso à internet e conhecimento básico em informática. Mas o aluno precisa fazer um cadastro online para ter acesso a conteúdos como aulas de gramática, arquivos de vocabulário, músicas, chats. Professores que desejam ser voluntários podem contatar a diretoria – diretoria@inglescurso.net. (C.P.)