Disputa interna atrasa aumento de velocidade das conexões Gesac

Hoje, a capacidade contratada para atender telecentros e pontos de cultura é de 512 Kbps, mas a garantia de banda é de apenas 6,7%.

03/08/2010

Os usuários das conexões Gesac não têm nenhuma previsão de quando e nem recebem informações sobre como o Ministério das Comunicações vai ampliar a capacidade de suas conexões, uma reivindicação presente em todos os fóruns onde vão.

Hoje, nos telecentros, a capacidade contratada é de 512 Kbps, mas a garantia de banda é de apenas 6,7% para as conexões via satélite, fornecidas pela Embratel — a quase totalidade das 10 mil conexões ativas –; e de 10% nos links via ADSL. São 650 pontos contratados da Brasil Telecom, hoje Oi, e que ainda não estão totalmente implantados.

Um dos objetivos da nova licitação de conexões era ampliar essa capacidade para o mínimo de 2 Mbps, com 20% de garantia de banda. O problema é que a licitação tem, em sua concepção, um erro crasso: pretende contratar 107 mil conexões via satélite, um número que supera em muito toda a capacidade dos satélites que atendem o país. Para atender a esta demanda, de acordo com os fornecedores, seria preciso lançar 13 a 14 novos satélites de banda KU para o Brasil. Além disso, o valor estimado para essa contratação é de R$ 300 milhões por ano, enquanto o orçamento anual do Gesac, hoje, é de R$ 40 milhões.

Ao pretender lançar esta licitação, a área de Acompanhamento de Programas Especiais do Minicom impediu a assinatura, pelo Departamento de Serviços de Inclusão Digital da Secretaria de Telecomunicações do próprio ministério, de um aditivo para ampliar a atual capacidade de download usada pelo Gesac no satélite da Embratel de 4 Terabytes para pouco mais de 6 Terabytes. Isso aumentaria a capacidade dos pontos para 750 kbps — e ainda assim permaneceria a garantia de banda minúscula. Também não é uma solução rápida, porque para ampliar a banda utilizada seria necessário implantar equipamentos novos e migrar parte das antenas em operação para esses equipamentos.

Ainda não se sabe o que vai acontecer, mas fontes do Minicom informam que as conexões Gesac, que estão sob responsabilidade da área de Acompanhamento de Programas Especiais, por determinação de uma portaria ministerial, podem voltar a Secretaria de Telecomunicações, onde este aspecto do projeto se encontrava originalmente. Enquanto não se resolver a disputa interna do Minicom, não se pode saber quando os telecentros, escolas, pontos de cultura e associações atendidos pelo Gesac terão melhores conexões.