Editorial

Aos vencedores




Como parte de seu trabalho, ARede
acompanha, em todo o país,  projetos que usam as tecnologias de
informação e comunicação para a inclusão social. A relevância das
experiências e a necessidade de reconhecimento, por parte da sociedade,
do trabalho que vem sendo feito, muitas vezes em condições extremamente
adversas, levou-nos à criação do Prêmio ARede. Em sua primeira
edição, recebeu um volume significativo de projetos: 163 inscrições, de
diferentes regiões. Foram selecionados oito vencedores por um júri
muito qualificado e representativo, que também elegeu a Personalidade
do Ano. Os vencedores são o tema da reportagem de capa desta edição
especial.

Uma leitura das propostas traz uma importante revelação: a maioria
enfatiza processos educacionais ou de capacitação profissional. O que
demonstra que a educação, finalmente, tornou-se prioridade: está na
agenda de governos, do Terceiro Setor e das empresas. Só com uma
educação de qualidade, o Brasil dará um salto em direção a um país
desenvolvido e mais igualitário. E as TICs aceleram esse processo por
meio do acesso ao conhecimento hoje disponível em rede. Como mostram os
projetos premiados. A eles, os nossos parabéns.

TV pública

Com a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) pela MP 398,
publicada no Diário Oficial do dia 11 de outubro, podemos estar
assistindo ao início de uma nova fase na história da comunicação social
do país, até então dominada pelos monopólios construídos em torno de
famílias. Uma rede de rádio e TV pública, aberta às diferenças de
opinião e à diversidade regional, que valorize a produção local, pode
fazer uma diferença incomensurável para a democratização dos meios de
comunicação. Não basta, no entanto, a criação da EBC. Tudo vai depender
da capacidade do Executivo, responsável por garantir parte relevante de
sua sustentação financeira com recursos orçamentários e compra de
serviços, e da direção dessa S/A de capital fechado, controlada pela
União, de construir uma rede realmente pública, e que não seja mera
correira de transmissão dos interesses do governo.

A modelagem da EBC, que terá Conselho Curador formado por
representantes da sociedade e do governo, permite alimentar grandes
esperanças. Há uma preocupação em separar informação governamental do
que é informação de interesse público. É a defesa do interesse público
que vai dar credibilidade — e audiência — às emissoras da nova rede,
especialmente à TV Brasil, fusão da TV Nacional com a TVE.

Lia Ribeiro Dias
Diretora Editorial