Editorial

Novos cursos, mais emprego

Juntar a fome com a vontade de comer. Essa metáfora popular aplica-se com perfeição a um fenômeno que está surpreendendo o Brasil, normalmente castigado pelas altas taxas de desemprego. Enquanto jovens estudantes sonham com um lugar ao sol, muitas empresas estão à procura de candidatos a cargos qualificados. Segundo dados do Ministério da Educação (MEC), existem 200 mil postos de trabalho não ocupados por falta de mão-de-obra especializada.

Empregadores oferecem altos salários, investem em formação dentro das próprias unidades e chegam a “importar” pessoal de outros países. Tudo porque o país não dispõe, hoje, de técnicos para atender ao crescimento dos setores econômicos, em especial na área de tecnologia, onde a demanda é alta e as previsões são de que vai aumentar.

Esse cenário — preocupante, de imediato —, é bastante promissor para um futuro breve. Governos federal e estaduais já se deram conta do déficit e deflagraram uma histórica expansão do ensino técnico público e gratuito. Surgem novas escolas, milhares de novas vagas e currículos inovadores, que passam a ser pensados em conjunto com os setores produtivos. Começam a ser ministrados cursos técnicos até pela TV. Nesta edição, a reportagem de capa mostra a receita do sucesso: onde estão as oportunidades de emprego e quais as principais instituições que oferecem a formação desejada pelo mercado de trabalho.

Governo eletrônico

Em Brasília, mais de mil representantes de órgãos públicos brasileiros e delegados de onze países fecharam questão em torno da criação de uma política pública para garantir sustentabilidade à inclusão digital,  independentemente de governos. Essa foi uma das conclusões do Congresso Internacional Sociedade e Governo Eletrônico – Consegi 2008, que defendeu a utilização e a adoção do software livre.

Além da abertura para as discussões, o congresso terminou com uma medida concreta: a assinatura do Protocolo Open Document Format (ODF), documento de intenção para a troca efetiva de documentos entre os órgãos públicos signatários como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Serpro, Correios, entre outros. Grande avanço. Vamos torcer para ver, logo, a prática.

Lia Ribeiro Dias
Diretora Editorial