Editorial


Para que os telecentros se multipliquem


Os
editais para escolha das entidades que vão sediar unidades do programa
federal Casa Brasil, que incluem telecentro, biblioteca e estúdio
multimídia, receberam 220 inscrições – de prefeituras, ONGs, centros de
pesquisa, governos estaduais, associações comunitárias, entre outros
, para apenas 98 vagas, já preenchidas. Mesmo ARede atende, com
alguma freqüência e quase sempre sem condições de responder
satisfatoriamente, consultas de entidades de várias partes do país em
busca de informações sobre como montar, como conectar, como sustentar
um telecentro. O responsável pela área de inclusão digital da
Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), do
Ministério do Planejamento, Rodrigo Assumpção, afirma que também tem
sido procurado por muitas prefeituras em busca de telecentros, embora,
“na maioria das vezes, elas nem saibam o que é isso”.

“Isso” devia ser uma política pública de grande escala. Não é. Por essa
razão, na tentativa de esclarecer pelo menos algumas das dúvidas dos
leitores, a reportagem de capa desta edição ouviu profissionais
envolvidos diretamente na implementação de programas de telecentros
para reunir sugestões, recomendações, dicas e indicações de fontes que
possam apoiar os que acreditam no potencial das tecnologias da
informação e comunicação. Para todos os efeitos, estamos considerando
como telecentros os locais para  acesso gratuito à internet e
dedicados à mobilização comunitária para o desenvolvimento de áreas
carentes e para atendimento de pessoas de baixa renda. Telecentro sem
conexão não é telecentro, como diz uma das especialistas entrevistadas.

Articulação e 4ª Oficina Nacional de Inclusão Digital

Ao final da leitura, a principal constatação parece ser o fato de que,
isolados, os telecentros podem muito pouco. Mas podem muito como
aliados de projetos sociais que já tenham raízes firmes na comunidade,
capazes de acelerar e aprofundar os ganhos e o alcance dessas ações.
Ninguém se engane: são iniciativas caras e difíceis de serem mantidas,
barreiras que, contudo, vêm sendo superadas com a articulação das
entidades com redes amplas de parceiros e apoiadores. Uma boa
oportunidade de conferir várias experiências nesse sentido é a 4ª
Oficina de Inclusão Digital, que acontece de 17 a 19 deste mês, na sede
do BNDES, no Rio de Janeiro. Maiores informações estão no site
www.idrio.org.br/grade.shtml.

Lia Ribeiro Dias
Diretora Editorial