Um
levantamento realizado pelo governo sobre as ações de inclusão digital
envolvendo a administração federal e as estatais foi o ponto de partida
da reportagem de capa. Os números foram conferidos, comparados e
atualizados pela reportagem d’ARede, e o resultado está consolidado em
tabela na página 14. Neste ano, o governo federal empenhou R$ 242
milhões para inclusão digital (parte desses recursos será gasta até os
primeiros meses de 2006). A rede de telecentros com apoio federal,
excluídos os 3,2 mil pontos de conexão do Gesac, do Ministério das
Comunicações, já soma 4,4 mil unidades.
É pouco, diante do tremendo desafio de abrir a Sociedade da Informação
para as populações de baixa renda, mas são números que revelam que a
inclusão digital deixou a porta dos fundos, para entrar na agenda
política do país. Mas não faltam apenas recursos – dos R$ 204 milhões
do Casa Brasil, R$ 180 milhões foram contingenciados, sem falar nos R$
4,6 bilhões do Fust, que continuam nos cofres do Tesouro. Falta ainda
integrar todas as ações em torno de diretrizes de um programa nacional
de inclusão digital. A decisão do presidente da República de atribuir a
coordenação desses programas ao Ministério das Comunicações, em
novembro, foi o primeiro passo nessa direção. Resta saber se vai ser
uma ação efetiva.
Novo nome, nova abordagem.
A seção PontoGov mudou de nome: agora, chama-se PontoCidadania. Não
é uma mera troca de nomes, mas de enfoque. As iniciativas de governo
eletrônico do governo federal, dos estados e municípios, da Justiça e
dos legislativos vão ser analisadas pela revista ARede do ponto de
vista do cidadão. Por isso, o meio preferencial para a apuração será o
canal anunciado no site dos serviços abordados nas reportagens –
e-mail, por exemplo. Também estarão na pauta iniciativas da sociedade
civil voltados ao controle social.
A primeira reportagem do PontoCidadania (saiba mais) indica que a
interação entre os governadores (ou seus representantes) e cidadãos,
por meio de seus portais, ainda é precária. Só 33,3% dos governos
estaduais responderam às questões encaminhadas por e-mail pela revista.
Nosso objetivo era saber como o cidadão pode se comunicar pela rede com
o governador ou governadora. Segundo o deputado Julio Semeghini
(PSDB/SP), que assina o artigo desta edição (saiba mais), os
serviços interativos poderão levar o Estado, através da rede, aonde não
está presente; e aproximar os governos do cidadão.
Lia Ribeiro Dias
Diretora de Redação