Editorial

De lixo a resíduo reciclável

ARede nº59, junho 2010 – Recente estudo da Organização das Nações Unidas apontou o Brasil como maior produtor de lixo eletrônico per capita entre os países emergentes. Autoridades do Ministério do Meio Ambiente questionam o dado, alegando que os observadores da organização não coletaram informações suficientes para avaliar. Mesmo que outros números nos coloquem em posições menos constrangedoras, ainda estamos longe de apresentar condições desejáveis de manejo de resíduos sólidos – em especial, no que se refere a equipamentos eletroeletrônicos.

Em boa hora, portanto, chega a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que passou pela Câmara dos Deputados e aguarda tramitação no Senado. Debatida ao longo de 19 anos, ela resulta do consenso entre todos os atores envolvidos nas cadeias de produção e consumo de bens. Cada um – cidadãos, fornecedores e gestores públicos – terá de arcar com sua parte, como mostra a reportagem de capa desta edição. Agora, sem desculpas, sob força de lei, a indústria terá de implantar sistemas eficazes de logística reversa. E os consumidores terão a chance de transformar uma cultura de consumismo em práticas de consumo consciente.

Mais ainda, a PNRS traz uma enorme contribuição social, ao fortalecer as cooperativas de catadores de materiais recicláveis. As condições estão dadas. E, todos os especialistas e ativistas concordam, muitos desafios podem ser vencidos com uma solução simples: a educação ambiental, que terá um papel importante para fazer as políticas públicas saírem do papel.

Minas avança
O programa Minas Digital avança, dando início ao projeto-piloto em onze cidades. A iniciativa do governo do estado de Minas Gerais, por meio de parcerias público-privadas, vai levar banda larga a municípios com menos de 20 mil habitantes. O objetivo é chegar às pequenas cidades, que são maioria – 688 dos 853 municípios – e que não são atendidas pela Oi, a concessionária da região, nem por nenhuma outra grande provedora de conexão à internet em banda larga.

Lia Ribeiro Dias
Diretora Editorial