ARede nº75, novembro de 2011 – Se há um elo comum entre os projetos vencedores do Prêmio ARede 2011, é serem resultado de iniciativas criativas e, sobretudo, de muita dedicação. Seja no segmento público, na iniciativa privada ou no Terceiro Setor, o desenvolvimento de projetos de inclusão digital demanda capacidade de articulação, compromisso de médio e longo prazos e persistência.
É claro que há características particulares de cada segmento: a área pública tem de lidar com a burocracia que dificulta a gestão e, muitas vezes, com a descontinuidade das iniciativas (ou mudança na escala de prioridades) em função das mudanças de governo. A área privada não enfrenta falta de recursos mas depende muito das parcerias responsáveis pela implementação da maioria dos projetos que patrocina. E o segmento do Terceiro Setor padece da crônica busca pela sustentabilidade das iniciativas.
Mas as barreiras não desaninam os gestores que se lançam nessas iniciativas, como mostram as reportagens sobre os projetos vencedores. Em sua quinta edição, o Prêmio ARede recebeu mais de 200 trabalhos de todos os pontos do Brasil, desde iniciativas circunscritas a uma escola ou a uma comunidade a projetos com muitos milhares de usuários espalhados pelo país. O que se nota, ao longo do tempo, é uma qualificação dos projetos apresentados, independentemente do segmento onde atuam ou de seu tamanho.
Verifica-se, também, uma preocupação, cada vez maior dos gestores, em incluir a Educação nas atividades desenvolvidas para qualificar os alunos a usar as tecnologias de comunicação e informação (TICs) para se comunicar em rede. E, também, como já indicam vários projetos, para produzir em rede e criar em rede. Os alunos vêem de diferentes públicos, dependendo do foco do projeto. Podem ser jovens de uma comunidade, pescadores e artesãos de uma cooperativa, idosos, portadores de necessidades especiais ou jovens em conflito com a lei.
O apoio da iniciativa privada a projetos de inclusão digital, em iniciativas complementares às políticas públicas de inclusão digital ou mesmo em parceria com governos, felizmente vem se ampliando. Sintoma disso é a escolha, pelo júri do Prêmio ARede, do engenheiro Sergio Midlin como a Personalidade do Ano em Inclusão Digital. Ex-presidente da Fundação Telefônica e militante de entidades empresariais do Terceiro Setor, Midlin hoje é consultor em projetos de sustentatibilidade e responsabilidade social.
Parabéns a todos os participantes!
Lia Ribeiro Dias
Diretora Editorial