editorial – Pouco a comemorar


Pouco a comemorar

ARede nº 87 – dezembro de 2012

Os resultados do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver sem Limite, em seu primeiro ano, são expressivos em algumas áreas, como o acesso ao ensino técnico, mas limitados no que diz respeito à inclusão digital. Até porque o plano não trata diretamente do tema, abordado indiretamente nos eixos educação e acessibilidade.

Como mostra a reportagem de capa desta edição (ver página 10),  as iniciativas estão circunscritas à distribuição pelo Ministério da Educação de kits para Salas de Recursos Multifuncionais e à criação de linhas de crédito e subvenção, em um total de R$ 150 milhões até 2014, para financiamento de pesquisa e produção de tecnologias assistivas. O kit do MEC, embora contemple softwares e recursos para atender a pessoas com diferentes tipos de deficiência, recebe críticas de especialistas porque os alunos com deficiências ficam isoladas em salas especiais, sem convívio com os demais.

Em relação ao desenvolvimento de tecnologias assistivas, o Ministério da Ciência e Tecnologia distribuiu, este ano, R$ 13 milhões parta oito projetos, três dos quais envolvendo TICs. O que mostra, mais uma vez, que a inclusão digital é marginal no plano, quando deveria ser uma política transversal às diferentes iniciativas. Nossa expectativa é de que essa lacuna seja corrigida, com a definição de uma política para dotar os telecentros de recursos para atendimento das pessoas com deficiência, o que não existe. As iniciativas ainda são isoladas e estão longe de constituir uma política pública.

Prêmio ARede
Em uma bonita festa, encerrada com uma apresentação dos Embatucadores, alunos da E.E. Prof. Flamínio Fávero, da Zona Norte da capital, foi realizada a entrega do Prêmio ARede 2012 (ver página 24), para 14 projetos vencedores e para a Personalidade do Ano, a ativista Beatriz Tibiriçá, a Beá.

A cerimônia foi prestigiada pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, que elogiou a iniciativa. A ministra destacou ainda a importância dos telecentros para o desenvolvimento das comunidades, citando a experiência que viveu, quando prefeita de São Paulo, com a implantação do Programa Telecentros.


Lia Ribeiro Dias

Diretora Editorial