editorial – Prioridade à formação


Prioridade à formação

ARede nº 89 – março de 2013

EMBORA 30% dos laboratórios de informática entregues pelo MEC às escolas estaduais e municipais, dentro do Programa Nacional de Tecnologia Educacional (Proinfo) não estivessem instalados em 2012, segundo relatório da CGU, por deficiências na infraestrutura física das salas, o principal problema do uso da tecnologia como elemento estratégico na educação não está mais na compra de máquinas e na sua instalação. A questão central e nevrálgica é a formação adequada e continuada dos professores.

E a formação de professores, diz o MEC (que informa ter solucionado todos os problemas apontados pela CGU no Proinfo), é uma atividade de responsabilidade dos municípios e estados. O MEC dá a retaguarda por meio dos Núcleos de Tecnologia Educacional, mas a iniciativa para capacitar os professores a usar o laboratório de informática tem que ser da rede educacional local.

Como mostra a reportagem de capa desta edição (ver a pág. 10), há muitos obstáculos a serem superados no caminho de uma formação para os professores, necessária para uma educação de qualidade para os alunos no uso das ferramentas digitais. Mas, uma coleção de boas iniciativas de estados e municípios espalhados pelo país mostra que é possível dar um salto de qualidade a um custo capaz de ser suportado pelas pequenas cidades. O caminho mais eficiente e barato é fazer convênio com a universidade pública mais próxima. As experiências de Novo Hamburgo (RS), Recife (PE), Juiz de Fora (MG), Fortaleza (CE) e da pequena Mata de São João (BA), apresentadas aqui, são exemplos de boas práticas a serem seguidas.

Marco Civil da Internet
Há sinais de que a votação do projeto do Marco Civil da Internet na Comissão Especial da Câmara dos Deputados possa ser destravada até abril. Várias vezes o relator Alessandro Molon (PT/RJ) tentou costurar um acordo, que acabou não saindo por interferência das Organizações Globo e das teles, temerosas de perderem mais espaço para as grandes empresas de mecanismos de busca e conteúdo do mundo da internet. Desde o início da legislatura deste ano, iniciou-se um esforço para aparar as divergências e construir um acordo. Desta vez, parece que o Congresso vai conseguir votar o Marco Civil da Internet, a chamada Constituição do mundo virtual.

Lia Ribeiro Dias
Diretora Editorial