29/04/2010
Do Tele.Síntese
O presidente do Sinditelebrasil – entidade patronal que congrega a principais operadoras de telecom, – Antonio Carlos Valente, (também presidente da Telefônica) estima que as empresas venderão até o final deste ano mais quatro milhões de acessos banda larga fixa e móvel, visto que no primeiro trimestre acrescentaram à base 1 milhão de novos clientes. Segundo Valente, após o anúncio do Plano Nacional de Banda Larga, a ser feito pelo governo em breve, o setor aguarda para ser chamado para começar a discutir as propostas da iniciativa privada para ampliar a oferta do acesso à internet rápida.
Conforme o executivo, a lista de alavancas pleiteada pela iniciativa privada é a seguinte:
– redução do imposto sobre a cadeia de valor. “O modem 3G tem 75% de imposto. Qualquer redução será repassada imeditamente para o usuário”, afirmou.
– financiamento a condições favoráveis
– nas localidades mais distantes e de difícil acesso, o governo poderia ter linhas de financiamento mais baratas, reduzindo assim o custo de capital das empresas.
– disponibilidade de meios
– novas licitações de TV a cabo
– venda de frequências
– licenciamento urbano
O governo poderia também trabalhar sobre a demanda, promovendo a redução do imposto na venda do serviço, e destinar os recursos dos fundos públicos, complementa Valente.
Competição
Quanto à falta de competição no setor – apontada pelo IPEA como uma das responsáveis pelo alto preço da banda larga – Valente afirmou que a competição não se faz por decreto. “É desejável um nível maior de competição, desde que haja competidor interessado. Não se faz competição por decreto”, afirmou. Ele disse ainda que a avaliação do IPEA, de que as concessionárias não oferecem mais acesso banda larga com medo de canibalizar suas receitas de voz, o executivo assinalou que o trabalho acadêmico não reflete o mundo prático. “Tanto que todas as operadoras de telecom do mundo investem fortemente em banda larga, porque ela é o futuro”, completou.
O presidente da GVT, Amos Genish, afirmou que a competição faz caírem os preços e melhorar a qualidade, mas reconhece que muitas regiões brasileiras só serão atendidas com subsídio do governo. “Se houver preços razoáveis de infraestrutura para todo o setor, é possível se atingir mais cidades, mas custa muito chegar em pequenas localidades”, afirmou.