21/07/2011
Estão acontecendo, em todo o Brasil, os primeiros encontros presenciais dos monitores da Rede de Formação do programa Telecentros.BR. Ao contrário do que se poderia esperar, os assuntos mais debatidos não são mouses, telas e teclados. São ideias e projetos. Dentro do processo de formação da rede, os monitores de todas as regiões do Brasil vão se encontrar presencialmente pelo menos uma vez. A maior parte da formação é à distância, mas os encontros são importantes. Ali os monitores, tutores e supervisores se encontram, conversam sobre o que é o programa, sobre qual é seu próprio papel dentro dele. E se conhecem pessoalmente. Vários encontros presenciais entre os polos de formação (nacional, sul, sudeste, Minas Gerais, Nordeste, Ceará, Centro Oeste e Norte) também foram realizados, desde o ano passado.
Durante o processo de formação, os monitores desenvolvem um projeto para realizar em seus telecentros. Um projeto que contribua com a melhoria da sua comunidade. A partir dos encontros presenciais, a conversa online aumenta, se fortalece. E, por meio da internet, a rede contribui para articular monitores que vivem em regiões diferentes do país, mas têm questões, iniciativas, ideias semelhantes. Todo o material desses encontros, e também do 20. Encontro Nacional da Rede, está no site e no blog da Rede de Formação e nas redes sociais. Ele é útil não apenas para os monitores do Telecentros.BR, mas para qualquer monitor que deseja refletir sobre sua atividade no telecentro. Pelas redes sociais, pode-se acompanhar a conversa de gente de todo o país.
No canal do Telecentros.BR no YouTube, você pode ver que Raymundo Nonato, monitor do Telecentro Comunidade Digital, da cidade de Capixaba, no Acre, quer formar um grupo de jovens para participarem oficinas de jornalismo e pesquisar a situação ambiental da região. E fazer oficinas de blogs, para o grupo registrar o que encontrar. Também planeja contatar professores de ciência e geografia para ajudar nas pesquisas de campo. A meta é compreender o que pode ser feito para melhorar a questão do meio ambiente em Capixaba. Já Tainá Mendes, monitora do telecentro da biblioteca pública do Rio Branco, capital do Acre, quer instalar uma rádio comunitária no bairro de Seis de Agosto. “Para que os jovens não fiquem ociosos dentro de casa ou partir para o crime. Serem repórteres, aprenderem sobre fotografia, escrita. E ajudar a comunidade a se desenvolver”. E Naiê, do telecentro Parque Quiosque, também em Rio Branco, quer verificar se há coleta seletiva nos bairros e como funciona, para poder onstruir um local, junto a prefeitura ou os moradores, para receber o material. Todos têm muito a contribuir com os projetos uns dos outros.
Foram realizados trẽs encontros, dos quais participaram cerca de 100 monitores. O Polo Sul realizou seu encontro durante o Fórum Social de Software Livre, com pessoas da região de Porto Alegre e região e da cidade de Santa Maria. Participaram cerca de 40 monitores. O encontro do Polo Norte foi no Acre, em Rio Branco, e estavam presentes cerca de 35, dos 130 monitores que estão em formação. Esta semana, entre os dias 20 e 22, acontece o encontro do Polo Centro Oeste, onde estão 30 monitores. Até o final do ano, vai haver pelo menos um encontro por polo. Um em São Paulo, outro no Sul, mais dois no Norte (um deles durante o Fórum Amazônico de Software Livre, em Santarém), e pelo menos um no Nordeste.
Convidamos duas pessoas — Francisco Weyl, ativador de redes do Telecentros.BR e Jader Gama, participante do Coletivo Puraqué, de Santarém — para escrever sobre o encontro do Polo Norte. Nos textos dos dois, a gente percebe que a tecnologia é mato — é algo que usamos para resolver problemas, compartilhar conhecimento. O que importa, mesmo, são as pessoas.
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