Não se pode pensar mais na educação tradicional sem o uso das novas
tecnologias. É o uso de mídias integradas – TV, DVD, rádio, computador
e material impresso – que vai permitir transformar o professor em autor
e, em certa medida, também os alunos que têm que “aprender a aprender”
mesmo sem a presença do professor. O resultado, imagina-se será uma
revolução na educação pública do país. Mas, para romper o ciclo atual
de resistência do professor à incorporação das novas tecnologias na
sala de aula, o maior desafio, na avaliação de Ronaldo Mota, secretário
de Ensino a Distância do MEC, é a capacitação dos professores. É nisso
que o Ministério vem investindo fortemente nos dois últimos anos. Criou
um curso de mídias integradas, com um piloto, que terminha em junho,
envolvendo 12 mil tutores. A idéia é que, com as ferramentas de
educação a distância, possam ser capacitados cerca de 1 milhão de
professores entre dois e três anos.
Paralelamente, o MEC investe, também, na compra de equipamentos e DVDs
para as escolas. Até junho, 54 mil escolas de ensino fundamental e
médio vão receber o seu DVD acompanhado de uma devedeteca com 200 horas
de programas do que melhor produziu a TV Escola. E o número de
laboratórios Proinfo, ao longo deste ano, vai passar de 5 mil para 10
mil; e mais 30 mil computadores serão distribuídos às escolas públicas
de ensino médio.
Nesta entrevista ÀRede, Ronaldo Mota explica por que o nó da questão
está na capacitação dos professores. E diz que os professores nunca
serão melhores do que os alunos no uso dos computadores ou de outras
tecnologias, mas serão melhores do que eles, pela sua experiência e
conhecimento, na seleção dos temas, ensinando-os a distinguir o mais
relevante dos menos relevante e a se transformarem em agentes do
processo investigativo do que está sendo ensinado. É isso que vai fazer
a diferença na educação do futuro.
Lia Ribeiro Dias
ARede • Qual o papel das tecnologias no processo de aprendizado?
Ronaldo Mota • Gosto sempre de dizer que, embora a nossa secretaria se
chame Secretaria de Educação a Distância, é uma secretaria que se
preocupa com as tecnologias de informação e comunicações aplicadas à
educação, em todos os níveis de ensino e envolvendo todas as
tecnologias, dentro da visão de integração das mídias. É importante
ressaltar que não se trabalha nenhuma das mídias em particular e de
forma separada das outras. Temos no país um enorme potencial, ainda mal
explorado, de incorporar as tecnologias no processo educacional. Quando
se diz isso, as pessoas tendem a associar as tecnologias ao computador.
O computador é uma peça importante, mas não tenho nem sequer a garantia
de afirmar que, hoje, ele é o principal instrumento. A televisão, do
ponto de vista da educação básica, deveria ter um papel mais
importante, que a gente explora muito mal. E a TV digital vai
representar um grande salto.
ARede • Mesmo a TV ainda não sendo interativa, o que passará a ocorrer
com a TV digital, ela é um meio essencial no aprendizado? Por que?
Ronaldo Mota • As nossas crianças e os nossos jovens assistem
televisão, em média, o dobro do padrão internacional que é de duas a
duas horas e meia por dia. O número dos programas educativos ainda é
muito pequeno e a qualidade deixa a desejar. Temos que aumentar a
dimensão de experiências muito interessantes como a TV Escola ou as
outras TVs educativas e integrá-las no processo educacional de uma
forma que ainda não fizemos. Temos muitas experiências boas tanto no
setor público como no setor privado, mas ainda atingem quase que
residualmente a educação.
ARede • Como alterar esse quadro?
Ronaldo Mota • O primeiro passo é o professor. Sem preparar e capacitar
o professor a utilizar adequadamente mídias, não é suficiente que os
aparelhos estejam à disposição do sistema escolar. No Brasil, o crucial
é que não temos, do nosso corpo docente em todos os níveis, uma
capacitação adequada. Por isso, a Secretaria tem como um de seus
carros-chefe um curso chamado mídias integradas na educação. Esse curso
capacita professores em todos os níveis, primeiro um ciclo básico;
depois, se divide em quatro etapas vistas de forma integradora: a
utilização de TV e vídeo, de rádio enquanto instrumento educacional, de
material impresso, e, por último, a informática. Se conseguirmos
repensar o processo educacional e capacitar o professor, vamos
incorporar as tecnologias na educação e dar um salto. Nós temos 2,3
milhões de professores; esse curso tem que ter escala – atingir pelo
menos 1 milhão deles. Estamos trabalhando com 12 mil professores. Mas
isso é um piloto. É um curso com uma filosofia diferenciada, parte do
aprendizado a partir de uma visão autoral, ou seja, o professor é
altamente estimulado a não só usar a mídia de forma integrada mas a se
transformar em autor. Porque é isso que o professor é. Não pensamos no
professor de uma forma passiva perante o conjunto de mídias, mas em um
professor habilitado, a partir das mídias, a produzir seu próprio
material, fazer uso adequado de bons materiais que já existem, mas que
isso seja efetivamente utilizado em sala de aula. O Brasil é um país
interessante. Embora estejamos demonstrando uma enorme habilidade à
utilização de novas tecnologias, o uso de tecnologia em sala de aula
tem um índice lastimável.
ARede • Quando começou o piloto?
Ronaldo Mota • Ele começou no meio do ano passado. Tem três módulos:
120, 240 e 360 horas. O primeiro é o módulo introdutório; depois, o
professor pode fazer o nível de aperfeiçoamento e o de especialização.
Não só o curso é integrador, como sua produção foi feita de forma
integrada. O nível introdutório básico tem, como universidade
centralizadora, a Universidade de Brasília. O módulo de TV e vídeo, a
Universidade Federal do Ceará; a produção do material impresso, a
Federal de Alagoas; a parte de rádio, a Federal de Pernambuco; e a
parte referente à informática, a Federal do Rio Grande do Sul. Não é
que essas universidades façam totalmente o curso, elas centralizam a
produção do curso com a colaboração de outras. Esse curso – e isso nos
motiva muito – começa a ser adotado como integrante dos currículos de
graduação de Pedagogia. E esse é exatamente um de nossos objetivos.
ARede • Quais os resultados obtidos com o piloto?
Ronaldo Mota • Eles são excelentes. Os que estão fazendo o curso estão
muito satisfeitos. E temos uma enorme gama de insatisfeitos, que são os
que não conseguiram vaga. O que temos dito sempre é que isso vai
crescer numa escala significativa. Começamos formando um turma de
tutores, que são os 12 mil que estão fazendo o curso que termina em
junho. E daí vamos expandir para uma outra escala, mas que vai depender
de nossa capacidade de crescer preservando a qualidade. Temos que
chegar a 1 milhão de professores capacitados, o que é uma meta
ambiciosa. Mas a vantagem da educação a distância é que você pode
crescer de uma forma impressionante – e daí a importância de trabalhar
o piloto, fazendo as correções necessárias e preparando os tutores. Em
dois ou três anos, será possível atingir a meta de 1 milhão.
ARede • O uso integrado das mídias provoca um salto no aprendizado?
Ronaldo Mota • Primeiro, é importante esclarecer que não há mais um
grande conflito entre educação presencial e a distância. O que temos,
hoje, é um grande conflito entre a educação tradicional,
preconceituosa, que dificulta ao máximo a integração de novas
tecnologias, e uma educação flexível que incorpora de forma adequada as
novas tecnologias. Não dá mais pra pensar a educação presencial sem as
ferramentas desenvolvidas para a educação a distância. E, também, não
dá mais para pensar a educação à distância que não incorpore, momentos
presenciais fundamentais. Então saímos de um falso conflito, para um
novo conflito, esse sim importante, sobre como se incorpora as novas
tecnologias. Um exemplo: por que que computador é pouco utilizado em
sala de aula? Por que falta computador? Eu diria que não é esse o
problema, ou pelo menos não é esse o problema principal. Esse dá para
resolver, e estamos resolvendo. O número de laboratórios Proinfo vai
crescer e já vem crescendo num ritmo acelerado, há um conjunto de
programas governamentais que vão ter reflexo no futuro. Mas, se não
abordarmos a questão fundamental – o que leva os professores a
incorporarem tão pouco a tecnologia – não vamos ter sucesso. A
resposta, no caso da informática, é bastante simples. O professor é
totalmente inibido, tem vergonha de tentar utilizar uma tecnologia que
a imensa maioria dos alunos sabe muito mais do que ele. Vale para a
educação básica e vale para a pós-graduação brasileira. Como que
resolve isso? Não resolve nunca. Porque certamente os alunos sabem mais
e continuarão sabendo mais. O que precisamos fazer é que essa distância
diminua. Não dá para pensar a educação presencial, sem as novas
tecnologias. No que se refere à televisão, a TV Escola é um excelente
programa, que já tem dez anos, e que tem hoje muito mais dificuldades
operacionais do que de qualidade de seus programas. O problema é que
escolas têm dificuldade de acessar o sinal – seja porque não têm
antena, seja porque a antena não funciona ou funciona mal. Temos que
resolver a questão de antena, mas temos que resolver modelos
alternativos. Estamos investindo boa parte dos recursos deste ano não
só em computadores. Compramos, no final do ano passado, 50 mil DVDs.
Como ganhamos mais 4 mil aparelhos da Receita Federal, temos 54 mil
equipamentos, que estarão sendo distribuídos, a partir da segunda
semana de fevereiro, para todas escolas públicas brasileiras, junto com
uma devedeteca, que são 200 horas do que melhor se produziu na TV
Escola. Por que é importante? Porque, mesmo nas escolas que recebem o
sinal, o professor fica independente da programação. Pode decidir a
hora e o local onde passar o que ele quer, escolhendo no menu. Criado o
canal do DVD e da devedeteca, podemos ter uma atualização constante.
Estamos comprando aparelhos gravadores de DVD para todos os NTEs
(Núcelos de Tecnologia da Educação) do país. Os NTEs vão se transformar
em gravadores de DVDs e estarão alimentando as devedetecas.
ARede • Os NTEs vão ser só gravadores ou também produtores de DVDs?
Ronaldo Mota • Todo professor que completar sua formação no curso de
mídias integrado na educação vai receber um certificado que o habilita
a que tenha à disposição, nos NTEs, uma filmadora digital. Com ela, vai
produzir os seus cursos e transformar em material de aula dele. Vai ser
autor. Quando a qualidade do material permitir, isso vai ser
reproduzido numa outra escala.
ARede • Por que o enfoque autoral é importante?
Ronaldo Mota • Porque o professor não pode ser um elemento passivo da
história. Aprender a utilizar as novas mídias é simples, ele aprende.
Mas se não se sentir como parte integrante, um produtor cultural, ele
não completa sua missão total enquanto professor. Um professor na
universidade já sentiu isso. Ficou para trás o período em que era
suficiente o professor adotar um livro. Hoje em dia, o professor – e
isso vale para todos os níveis –, particularmente na educação superior,
precisa ter uma página na web de sua disciplina. Nessa página, ele
estabelece links onde o aluno pode obter mais informações, consegue ter
um conjunto de referências bibliográficas muito mais amplo. A própria
seleção de temas ou de links faz do professor um produtor, um professor
muito melhor do que aquele do passado. A primeira etapa para um
professor-autor é criar uma página da disciplina. Infelizmente, o
percentual de professores que criaram páginas, mesmo na educação
superior, é baixo. Queremos mostrar ao professor da educação básica que
ele pode, sim, criar página, e que sua página vai crescer de acordo com
sua capacidade e sua disposição para isso. O uso de ferramentas de
educação a distância pode propiciar ao professor mais tempo, porque o
aluno também é incentivado a aprender a aprender, eliminando a situação
onde o aluno só aprende na presença do professor. E transforma o
professor em elemento indutor de estímulo à investigação e à pesquisa.
ARede • Você mencionou que o problema não está na falta de computadores
na sala de aula, mas na resistência do professor. No entanto, o
Proinfo, depois do investimento inicial na montagem dos laboratórios,
teve seus recursos bastante reduzidos. Houve uma mudança de
prioridades, de investimento maior na capacitação de professores do que
em máquinas, ou houve falta de recursos mesmo?
"Nossos alunos do ensino básico
sabem mexer no computador.
Mas não sabem dizer onde
aprenderam. Não têm micro em
casa e dizem que os das
escolas não estão disponíveis".
Ronaldo Mota • Acho que foram muitas variáveis. Mas é verdade que o
Proinfo nasceu com uma enorme expectativa, houve uma atuação muito
eficaz no seu início que se perdeu depois, por vários motivos,
inclusive a expectativa de uso dos recursos do Fust (Fundo de
Universalização das Telecomunicações). Em função disso, as verbas
acabaram minguando. Mas isso já não é mais verdade. Embora a gente
continue esperando usar a verba do Fust, atualmente houve um novo
patamar de investimento, em níveis sem precedentes. Só para dar alguns
números. De 1997 a 2005, foram entregues menos de 60 mil computadores,
boa parte deles nos anos iniciais. Só neste ano de 2006, com recursos
ainda de 2005 e também de 2006, já temos 15 mil máquinas compradas para
a nova versão do Proinfo, mais 16 mil para o Pró-Jovem, que vai usar as
escolas como espaço, o que significa que vamos entregar, neste
semestre, 31 mil computadores, ou seja, metade do que foi entregue em
oito anos. As máquinas já foram licitadas e estamos na fase de entrega.
Fora isso, há uma previsão de doações de máquinas por parte do Banco do
Brasil e da Caixa Econômica Federal em volume significativo. Então,
estamos falando da ordem de mais de 100 mil computadores, fora outras
ações governamentais e dos próprios estados e municípios. Esse não é um
número desprezível. Estamos provavelmente na mesma escala, na educação
básica, de outros países semelhantes como México e Índia. O fato
preocupante, insisto nisso, é que embora estejamos, em termos de
máquinas, na mesma escala de países com níveis equivalentes de
desenvolvimento, a nossa utilização da tecnologia na educação é
inferior. E o motivo, curiosamente, é pelo sucesso da facilidade com
que se adota novas tecnologias no Brasil, especialmente entre os
jovens. Então, não foi equivocada a idéia de se priorizar a capacitação
dos professores. Temos, hoje, da ordem de 30 mil professores, no
efetivo exercício, que não tem o nível médio, exigido na lei para as
séries iniciais da educação fundamental. Se esses professores têm que
ser, e já estão sendo, capacitados, essa capacitação tem usar novas
tecnologias, como ocorre no programa Pró-Formação. O Pró-Licenciatura
também trabalha com essa filosofia. Ele adota a educação a distância
porque temos da ordem de 200 mil a 300 mil professores, que são
efetivos da educação básica e que não têm nível superior. E temos outro
volume equivalente de professores que têm nível superior, mas que estão
atuando em áreas distintas daqueles para as quais foram habilitados.
Então, temos que pensar a capacitação desse meio milhão de professores
já utilizando as novas tecnologias.
ARede • O Ministério das Comunicações pretende usar os recursos do
Fust, que devem ser liberados no orçamento deste ano, para levar
telefone – e talvez banda larga a partir da concentração de algumas
linhas telefônicas – especialmente para as escolas públicas que não têm
telefone. Qual é o impacto disso nas escolas?
Ronaldo Mota • Tem uma área sombreada do Fust sobre onde podem e onde
devem ser aplicados os recursos. Mas tem uma área que não é sombreada,
que é telefonia. Telefonia é importante para nós. Se a gente imaginar
que as escolas rurais entre 51 e cem alunos, todas elas em comunidades
que têm, pelo menos, cem habitantes, estamos falando de 30 mil escolas
que poderiam, de imediato, ter telefone, já que, por lei, as operadoras
têm que disponibilizar telefones públicos em comunidades com mais de
cem habitantes. Se incluirmos as escolas com menos de cem alunos, que
estão em centros urbanos que têm telefonia, mas não têm telefone, o
número sobe para 60 mil. Trabalhando também com escolas com mais de cem
alunos, o número de escolas sem telefone chega a 80 mil, 90 mil. Então,
elas não só podem ter telefone utilizando verba do Fust, como o Fust
pode pagar a tarifa básica mensal, da ordem de R$ 40,00, dependendo da
região do país. Uma outra etapa é a questão do acesso à rede mundial de
computadores. Embora essa aplicação seja totalmente adequada ao uso dos
recursos do Fust, há problemas legais que precisam ser superados. E
temos que brigar por isso. Mas não pode acontecer nessa área o que já
aconteceu com computador. Fica-se esperando o Fust e, enquanto isso,
não se faz nada. Acho que temos que trabalhar nas duas direções. Brigar
pela liberação dos recursos do Fust e fazer previsão orçamentária para
que as escolas tenham acesso à internet. Hoje, temos 5 mil laboratórios
Proinfo no país. E, até o final deste ano, serão 10 mil laboratórios.
Também vamos utilizar uma parte dos recursos deste ano para atualizar
metade dos 5 mil em operação, que estão com várias deficiências. Essas
são escolas preferenciais para estimular a adoção de banda larga.
ARede • Então, haverá um salto neste ano?
Ronaldo Mota • Vamos dobrar o número de laboratórios. Mas esse salto já
está sendo dado se você considerar que, até maio, teremos 54 mil
escolas que estarão com salas com DVD com devedetecas. Vamos atender
todas as escolas, com mais de cem alunos tanto do ensino básico como
médio, que não tenham acesso ao TV Escola por antena; ou seja, vamos
cobrir metade do número de escolas (são 175 mil escolas públicas).
Estamos caminhando rapidamente para universalizar o acesso ao material
da TV Escola, seja por antena seja por devedeteca.
ARede • Como vê a abertura dos laboratórios de informática, e das escolas, para a comunidade?
"Queremos os recursos
do Fust, mas não podemos
ficar dependentes deles
.
Temos que ter previsôes
orçamentárias".Ronaldo Mota • É fundamental. É uma questão de visão da escola. A
escola cumpre um papel importante do ponto de vista da educação
clássica, tradicional, mas, hoje, a escola é muito mais do que isso. É
um espaço de interferência na comunidade. Portanto, estimulamos que
essas escolas, na medida em que dispõem de um conjunto de tecnologias,
que elas sejam utilizadas de forma integrada com a comunidade. Por
sinal, é isso que vai permitir que a escola possa ter um respeito
diferenciado da comunidade. Não só porque os filhos estão lá, mas
porque os pais, os tios e os vizinhos têm acesso a ela. Por exemplo, da
programação da TV Escola, a série Salto para o Futuro pode ter, como
público alvo, os pais dos alunos, a comunidade em torno da escola. Até
pelo aspecto segurança, é importante o envolvimento da comunidade. Para
que você sustente um laboratório Proinfo, sem ser alvo de ladrões, é
preciso convencer a comunidade de que a escola é um espaço especial. É
preciso criar um respeito à escola e aos alunos. E isso se constrói ao
longo do tempo, fazendo com que, nos finais de semana, ou quando houver
espaço vago, a escola se abra para a comunidade. Para isso há uma
dificuldade. Ao contrário do que as pessoas imaginam, o MEC não tem
nenhuma relação de subordinação com as escolas, que são estaduais e
municipais. Nosso sistema foi pensado assim e é bom que ele seja assim.
O que podemos fazer são política indutoras. O programa Escola Aberta é
uma política indutora: a gente incentiva que as direções das escolas
participem do programa e sejam contempladas com recursos mínimos que
viabilizem a abertura das escolas, dos Proinfos, das devedetecas.