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especial – A tecnologia que transforma

 

A tecnologia que transforma

Na festa do Prêmio ARede 2012, brilham os projetos de instituições e iniciativas individuais que utilizam as TICs


ARede nº 87 – dezembro de 2012

PRESTIGIADA pela ministra da Cultura, Marta Suplicy, a cerimônia do Prêmio ARede 2012, dia 29 de outubro, em São Paulo (SP), foi muito animada e concorrida. Ativistas da inclusão sociodigital, representantes do poder público e do setor empresarial conheceram os 14 projetos vencedores (ver página 26) e a Personalidade do Ano da Inclusão Digital, Beatriz Tibiriça, a Beá, eleitos pela comissão julgadora. Durante o evento, houve também uma homenagem a Arthur Pereira Nunes, falecido em abril, e que foi mentor do novo sistema de governança do Comitê Gestor da Internet (CGI.br).
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Marta Suplicy recebeu um documento com contribuições para elaboração de políticas públicas pelo Ministério da Cultura. O texto, intitulado Epístola Digital Descentralizada, foi construído por diversos coletivos de ativistas, a partir de uma iniciativa da rede Metareciclagem. Traz propostas para temas
como Lei de Acesso à Informação, Reforma da Lei de Direito Autoral, Hacklabs Rurais e Biotecnologia, entre outros. Marta ressaltou a importância do prêmio para estimular iniciativas de inclusão sociodigital e lembrou a importância dos telecentros para o desenvolvimento das comunidades. “Quando implantamos os telecentros na prefeitura de São Paulo, a gente descobriu que os postos de saúde de áreas com um telecentro atendem a
menos casos de depressão”, falou.

Os obstáculos a superar, na relação do governo com os projetos de inclusão digital, foram destacados pela jornalista Lia Ribeiro Dias, diretora editorial da revista ARede: “Falta interlocução, falta dinheiro, falta articulação e sobra burocracia. No que se refere ao governo federal, em boa hora, os problemas enfrentados desde 2010 pelo programa Cultura Viva, que abriga os pontos de cultura, começam a ser superados. Mas colocar o trem nos trilhos vai demandar muito trabalho e interlocução entre gestores públicos e entre esses e a sociedade”.

O ativista Sergio Amadeu da Silveira lembrou que o CGI.br tem feito uma campanha para defender a neutralidade na rede: “A internet tem que ser livre!”. Também integraram a mesa da premiação Alexandre Barbosa, representando Demi Getschko, do NIC.br; Carlos Seabra, coordenador técnico pedagógico da FTD, representando a Comissão Julgadora; Eugênio Valentim da Silva, diretor regional adjunto de São Paulo dos Correios; Áurea Lopes, editora-executiva da revista ARede.

A Personalidade do Ano 2012, Beatriz Tibiriçá, ressaltou que “a inclusão digital não é coisa do passado, a inclusão digital tem que avançar conforme avançam as tecnologias”. E acrescentou: “Temos que começar a estimular microrredes territoriais, temos que descobrir novas vocações, novos saberes nos telecentros”. Beá também defendeu o diálogo com os órgãos governamentais sobre o tratamento que se dá às organizações da sociedade civil – “o que a gente espera que mude com o marco regulatório das organizações não governamentais”.

A noite de festa contemplou também o lançamento do 4º Anuário ARede de Inclusão Digital e da edição especial da revista ARede, onde estão descritos todos os projetos vencedores, com histórias de gestores, usuários e educadores. Tanto o Anuário quanto a revista – ambos sob licença Creative Commons – estão disponíveis, na íntegra, para ler ou baixar, no portal ARede Online.

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Troféu em madeira reaproveitada

Como já é tradição no Prêmio ARede, o troféu entregue aos vencedores foi desenvolvido com exclusividade, dentro de uma concepção ecológica. Este ano, coube aos artistas Andre Simmank e Meire Akamine criar a peça em madeira reaproveitada, que abrigou o símbolo da revista.

especial um super show de batuqueUm super show de batuque

A atração cultural da noite encantou a plateia. Os meninos do grupo Embatucadores deram um show de arte e simpatia. O trabalho, coordenado pelo educador Rafael Rip, é parte do processo de musicalização dos garotos, que são alunos da E.E. Prof. Flamínio Fávero, no Jardim Vista Alegre, periferia da capital paulista. O projeto utiliza uma metodologia lúdica baseada em jogos musicais, jogos teatrais, passando pela aprendizagem da teoria musical, e culmina na realização de performances de percussão e danças com objetos como colheres, baldes, cabos de vassoura, tubos de PVC, além de percussão corporal. O grupo é formado por: Danilo Dantas de Freitas, Edivaldo Gudes da Silva, Felipe Martins, Kaique Silva Farias, Lucas Lima Julião, Matheus Souza dos Santos, Paulo Iago Santos de Lima, Vagner Lúcio Faustino da Costa, Victor Gomes Padilha.