Exposição Tão Longe, Tão Perto

Refletir sobre o passado e apontar as possibilidades do futuro das telecomunicações é a proposta de Tão longe, tão perto - As Telecomunicações e a Sociedade, exposição que será aberta dia 21 de março. Entrada franca.

08/03/2010 – Tão longe, tão perto – As Telecomunicações e a Sociedade é o título da exposição organizada pela Fundação Telefônica, com curadoria do físico e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp,) Peter Schulz. A mostra, que acontece entre 21 de março e 23 de maio no Museu de Arte Brasileira da FAAP, em São Paulo, vai abrir para o público paulista, pela primeira vez, o acervo do Núcleo Memória Telefônica.

O “futuro do passado” e o “futuro contemporâneo”, visões do futuro ontem e hoje, pontuam as bases conceituais da mostra. A exposição revela como as invenções muitas vezes aconteceram bem antes de sua concretização na sociedade, e como alguns experimentos antigos abriram caminhos para as novas tecnologias. Também revela como o presente já está construindo o futuro das descobertas científicas, que serão assimiladas ou não, conforme os anseios sociais – comportamental e econômico – de cada época.

Entre aparelhos, centrais telefônicas, as primeiras listas, fotos de época e documentos históricos, serão exibidas cerca de 100 peças, que ajudam a compor o painel da evolução da telefonia e das diferentes formas de comunicação das sociedades. “Nosso objetivo é que a exposição promova um debate com a sociedade sobre o impacto das telecomunicações no seu dia a dia”, afirma Sérgio Mindlin, diretor-presidente da Fundação Telefônica.

Uma viagem pelo universo das comunicações

Composta por núcleos temáticos, a exposição começa pela Linha do Tempo, que perpassa toda a mostra. Resgata a época em que a fala era um dos poucos instrumentos do homem para estabelecer vínculos sociais, passa pelos primeiros códigos sonoros e visuais, como o uso de tambores e sinais de fumaça. Para vencer rapidamente longos caminhos e receber e enviar mensagens ao mesmo tempo, novos veículos tornaram-se essenciais. Assim, surgiram o telégrafo óptico, o elétrico e o fax, que foi patenteado em 1843.

No Núcleo Arte e Cultura Popular, o visitante poderá constatar por meio de vídeos, áudios e documentos, entre outros meios de comunicação, como as culturas são influenciadas pelas inovações tecnológicas, gerando diferentes manifestações estéticas na música, na poesia, na literatura, nas artes visuais. O núcleo terá um projeto de net-arte, especialmente criado para a mostra, pelos artistas Giselle Beiguelman e Rafael Marchetti. Denominado Tele_bits, trata-se de um ensaio visual dinâmico e on-line sobre a relação das telecomunicações com o cotidiano, mediado pela ação do público.

O Núcleo Ciência e Tecnologia ressalta que todos os inventos tecnológicos são de autoria coletiva. O público conhecerá experimentos simples, que podem ser facilmente reproduzidos e que demonstram princípios básicos da comunicação, como funcionam um microfone e um autofalante, por exemplo. A ideia é mostrar ao visitante de que forma dados e voz atravessam grandes distâncias. No Núcleo Comunicação e Educação, serão lembradas as profissões que surgiram com as novas tecnologias e as que virão por aí, além da retomada da importância da educação à distância e suas possibilidades.

O centro da exposição é um Fórum no qual o visitante pode expressar suas considerações sobre o futuro das telecomunicações e seu impacto na sociedade, escrevendo sobre uma mesa touchscreen, de próprio punho, uma mensagem que será projetada ao lado de frases de grandes pensadores.

Haverá ainda o Espaço Brincar, lúdico-educativo especialmente concebido para aproximar o público infanto-juvenil da temática. Educadores coordenarão brincadeiras e oficinas que destacam princípios da comunicação. O projeto educativo, que oferecerá visitas orientadas e temáticas sob agendamento, distribuirá materiais para alunos e professores e estará preparado para o atendimento a públicos especiais.

A visita se encerra no Espaço da Fundação Telefônica, uma área que apresenta a instituição através de seus projetos e programas.

Destaques do Acervo

A Fundação Telefônica é responsável pela manutenção e divulgação de um grande acervo histórico da telefonia no Brasil. Em “Tão longe, tão perto”, cria a oportunidade de apresentar parte desse conjunto ao público.

Entre os aparelhos telefônicos, destaque para o “Ericsson de parede”, de 1884, um dos primeiros modelos a chegar ao Brasil em escala comercial; ou o “Pé de Ferro”, de 1892, pioneiro por permitir que se falasse e ouvisse numa mesma peça. Há ainda um fax utilizado em 1950, um videofone da década de 70 e um dos primeiros modelos de celular, fabricado nos anos 90. Também estarão no museu uma mesa operadora com mais de 100 anos, a Central Automática Passo a Passo Strowger, conhecida como “Velha Senhora”, de 1928, que ainda funciona.

Entre os documentos históricos, uma seleção de revistas Sino Azul, uma pioneira publicação institucional da extinta Companhia Telefônica Brasileira (CTB), precursora da Telesp, que circulou de 1928 a 1989; reproduções de patentes de algumas das principais invenções tecnológicas; uma lista telefônica de 1911 de São Paulo, além de fotos históricas que registraram a rotina de trabalho de funcionários da CTB.

O curador

Estreando na função de curador, Peter Alexander Bleinroth Schulz é doutor em Ciências pela Unicamp e pela Universidad Autônoma de Madrid. Atua como professor de graduação e pós-graduação em Física e é pesquisador na área de Física da Matéria Condensada. Teve diversos artigos publicados e acaba de lançar o seu primeiro livro, “A Encruzilhada da Nanotecnologia: Inovação, Tecnologia e Riscos”.

Exposição Tão Longe, Tão Perto
Entrada franca
De 21 de março -até 23 de maio
Local: Museu de Arte Brasileira FAAP
Rua Alagoas, 903 – Higienópolis – São Paulo
Fone: (11) 3662-7000
Horários: terça a sexta-feira, das 10h às 20h ; sábados, domingos e feriados, das 13h às 17h.

Visitas orientadas: (11) 3662-7200
Acesso e atendimento a portadores de necessidades especiais

Mais informações: www.taolongetaoperto.org.br