Rafael Bravo Bucco
02/12/2013 – A Mobile Manufacture’s Forum (MMF) lança nesta terça-feira (3), Dia Internacional da Pessoa com Deficência, a versão em português de seu mecanismo de busca por celulares com recursos de acessibilidade. O Global Acessibility Report Initiative (Gari) é uma versão traduzida do serviço já no ar em outros países, como Inglaterra e Estados Unidos, Alemanha, Espanha e França.
Pessoas com deficiência visual, auditiva e de fala, motora e cognitiva podem buscar por telefones que atendam a suas necessidades. O usuário pode buscar, ainda, por aplicativos. O banco de dados é alimentado pelas próriprias fabricantes de aparelhos e desenvolvedores de aplicações.
O usuário deve escolher o tipo de busca a ser feita: por celulares, tablets ou apps. Depois, é levado a uma página onde pode procurar por aparelhos conforme o tipo de deficiência a ser atendida, conforme o modelo de dispositivo, ou mesmo fazendo uma busca avançada que permite cruzar uma série de recursos desejados. No caso dos brasileiros, a busca deve ser feita escolhendo sempre a região América Latina.
Os resultados são listados dentro de um índice, que apresenta o porcentual de quanto o dispositivo atende as necessidades daquela deficiência. Ao clicar em um aparelho encontrado, o usuário pode ver uma lista dos recursos para todas as deficências.
Segundo Aderbal Bonturi Pereira, diretor para América Latina da MMF, o banco tem mais de 150 modelos de celulares e tablets, e deve continuar a crescer conforma a participação das empresas se intensifica. Atualmente, os maiores fabricantes, e vendedores, de aparelhos já alimentam o site. Entre eles estão Apple, LG, Motorola, Nokia, Samsung.
O executivo explica que o site levou cerca de 8 meses para ser desenvolvido. A MMF fez uma série de pesquisas com governos, Organização das Nações Unidas e órgãos que lidam com o tema da acessibilidade digital. Além de apresentar uma ferramenta para facilitar a escola de aparelhos por parte de pessoas com deficiência, o site tem também o objetivo de nortear políticas públicas.
“A maior parte dos países pretendia regular os equipamentos das pessoas com deficência. Com o Gari, os governos se serviram da plataforma, inclusive colocando em seus sites. O FCC botou o Gari para dentro, a Alemanha, a França, estão usando como uma forma de autorregulação”, afirma. No Brasil, o site está sendo lançado com apoio da Abinee. O próximo passo, é conseguir que o governo federal adote a ferramenta. “Já falamos, nos aproximamos da Anatel, para colocar em seu site”, conta Pereira. Ainda sem definição, as conversas com a Agência continuam.
Com o site, a MMF busca evitar a regulação de requisitos de acessibilidade. “Esse sistema é justamente para que os governos vejam que não precisa de regulação. Se for uma regulação unilateral, o tamanho das epecificação seria impossível de o fabricante atender, de ter todas as características dentro de um determinado modelo. Esse sistema dá garantias de que existe no país um modelo para a necessidade da pessoa, com a deficiência que for”, argumenta.
O próprio portal tem recursos de acessibilidade, mas nem todos. Traz possibilidade de ampliação de fonte e navegação por leitor de tela, mas não possui um mapa do site (ferramenta que facilita a navegação por pessoas com deficiência visual). A tradução para Libras ainda será implementada. “Para não retardar a coisa, fomos em frente”, explica Pereira.
Por ser originalmento feito em inglês, a MFF ainda está traduzindo o site para o português. Os vídeos que mostram os recursos de acessibilidade dos principais sistemas operacionais móveis (iOS, Windows Phone, Android), por exemplo, estão em inglês, sem opção de legendas. Os vídeos que explicama sobre acessbilidade em dispositivos móveis para pessoas surdas estão na língua de sinais inglesa. Tudo isso, será contornado, afirma Pereira.