A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a
Microsoft anunciaram a criação conjunta do Instituto Microsoft Research
– Fapesp de Pesquisas em TI. O convênio prevê investimento incial de R$
1,6 milhão (US$ 800 mil), em dois anos. Desse total, a Fapesp, uma
instituição pública, vinculada ao governo do estado, vai desembolsar R$
800 mil, o mesmo valor a ser gasto pela multinacional. De acordo com o
anúncio feito à imprensa, o foco das pesquisas são ampliação de
infra-estrutura de rede, interfaces intuitivas e redução do custo de
equipamentos. Entre os pontos que serão analisados pelo Comitê de
Avaliação de Projetos do instituto, destaque para o “potencial
econômico e de sustentabilidade dos resultados propostos”. A chamada de
trabalhos (já aberta) dá exemplos: uso de telefones celulares como
plataforma para serviços de saúde e aplicações com redes sem-fio.
A Fapesp é mantida pelo repasse de 1% da arrecadação tributária do
estado de São Paulo, previsto pela Constituição Estadual, e receitas
próprias. No ano passado, desembolsou R$ 522 milhões no financiamento à
pesquisa. A Microsoft, por sua vez, faturou, no ano fiscal de 2006, US$
44,28 bilhões (R$ 89,4 bilhões), com lucro operacional de US$ 16,47
bilhões. O Instituto Microsoft Research associado à Fapesp é o nono
aberto pela empresa no mundo. O convênio gerou muitas críticas entre
ativistas do movimento do software livre. Discordam, principalmente, do
uso de recursos públicos na promoção da imagem da empresa privada, e em
tecnologias que poderão, no futuro, ser fechadas para uso comercial — a
licença BSD, pedida para os produtos resultantes das pesquisas, não
obriga que os sistemas derivados mantenham as liberdades previstas no
software livre (como na licença GPL).