Ferramenta que informa doadores de candidatos vence Hackathon da Transparência Brasil

01/09 - Também houve menção honrosa a app que monitora políticos eleitos.

Com assessoria de imprensa

01/09/2014 – A ideia é simples: uma extensão para navegador Chrome que varre a página do usuário, identifica os nomes de candidatos e disponibiliza a lista de doadores de cada político – basta passar o cursor do mouse sobre um nome para visualizar a informação.

Com esse projeto, um grupo de jovens que veio de Belo Horizonte (MG) venceu o Hackathon Transparência Brasil, realizado dia 23 de agosto. A maratona, que reuniu 48 desenvolvedores na sede do Google em São Paulo, foi feita em parceria com a Sensedia e teve apoio da empresa anfitriã do evento.

Foram quase 400 inscritos – participantes podiam fazer inscrições individuais ou em grupo de até quatro integrantes. A equipe vencedora já chegou formada pelos membros da startup Projeto Brasil, que trabalha com dados de políticos: Augusto Farnese, mestre em ciência da computação, Luiz Paulo Coelho Ferreira, mestrando na mesma área, e Pedro Dias Fonseca, cientista da computação. Durante o hackathon, a equipe teve a adição de mais um desenvolvedor, o paulista Rafael Zanoni, graduado em sistemas de informação. Já com a ideia do projeto, o grupo desenvolveu a aplicação e venceu a maratona.

“Os próximos passos são ampliar a extensão para contemplar outros dados, como as propostas dos candidatos. Também queremos implementar uma funcionalidade que permita relacionar as propostas com o tema da notícia que o usuário está lendo”, destaca Farnese.

Apesar de, durante as mais de 10 horas ininterruptas de desenvolvimento de projetos, membros da Transparência Brasil e seus colaboradores terem trocado ideias com cada equipe, a entidade não se responsabiliza nem pelo resultado final das diversas ferramentas desenvolvidas nem pelo uso que venha a ser feito dos dados por ela coletados e disponibilizados em formato de API.

Monitoramento
Além da ideia vencedora, houve menção honrosa para um grupo formado no dia do evento, que desenvolveu um aplicativo de monitoramento de políticos eleitos.

Apelidado Tô de Olho, o eleitor pode acompanhar de forma simples o que qualquer político está fazendo. É só acessar o a plataforma web, buscar o nome do político que deseja seguir e informar nome, telefone e e-mail. A partir daí, o aplicativo monitora a API da Transparência Brasil e notifica o usuário sempre que há alteração em um campo-chave (como, por exemplo, inclusão ou retirada de processos na Justiça que citem o político). As notificações podem ocorrer via e-mail, mensagem de texto ou até mesmo ligação telefônica automática.

O grupo foi formado por Karuan Bertoluci, designer de interface, Daniel Cukier, doutorando em ciência da computação, Érica Mitsuichi, estudante de análise e desenvolvimento de sistemas, e Duke Khaos, desenvolvedor.

Segundo Cukier, a experiência de participar do hackathon da Transparência Brasil foi importante para que eles próprios aprendessem mais sobre dados políticos. “Foi necessário entender melhor a estrutura política brasileira, entrar em contato com terminologias e compreender os trâmites do processo político para construir os aplicativos”, afirma. A próxima etapa é buscar parcerias e tentar ampliar o alcance do projeto.

Cruzamento de dados
Resultado do trabalho de quatro colegas de uma empresa carioca, o aplicativo Dados Abertos possibilita o cruzamento de diversos bancos de dados públicos organizados. Por exemplo, é possível saber quais empresas que fizeram doações a determinados candidatos e partidos receberam empréstimos, firmaram contratos ou receberam patrocínios do BNDES.
O grupo foi formado por Rodrigo Porto, cientista da computação e estudante de análise de sistemas, Fabio Marzullo, doutor em engenharia de sistemas e computação, Leonardo Morley, graduado em tecnologia da informação, e Cesar Marzullo, administrador com ênfase em análise de sistemas.

Como destaca Rodrigo Porto, o objetivo da ferramenta é ser um banco de dados aberto, no qual o usuário possa fazer investigações e cruzamentos sem que seja necessário instalar um programa ou ter conhecimentos sofisticados de informática.

“Queremos manter o projeto em andamento, e nossa ideia é que o aplicativo seja útil tanto para o cidadão comum como para cientistas de dados e jornalistas”, afirma Rodrigo Porto.