04/11/2020
O Fórum da Cultura Digital Brasileira 2010, que acontece entre os dias 14 e 17 de novembro, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, será um momento importante para afirmar a necessidade de uma agenda de cultura digital para o país — e de debater que termas entram nessa agenda. Neste momento de transição do governo federal, é também o momento de ampliar essa agenda para o conjunto do governo, para além do espaço onde ela foi pioneiramente proposta: o Ministério da Cultura. “Todas essas redes que vão se encontrar aqui são uma afirmação de que a agenda de inovação tecnológica e da cultura é uma maneira de pensar o desenvolvimento do país em outras bases”, afirma Rodrigo Savazoni, diretor da Fli Multimídia e um dos organizadores do fórum.
Savazoni publicou hoje, no blog Trezentos, um texto em que defende a necessidade de politizar as tecnologias. Ou, na verdade, reconhecer que elas trazem, embutidas em decisões aparentemente técnicas, impactos políticos importantes. “A tecnologia tem um lugar cada vez maior na sociedade e a gente delega as definições a respeito, como se fossem apenas questões técnicas e interessassem apenas a nerds ou a corporações”, explica Savazoni.
“Mas veja uma coisa como o projeto Azeredo: se se criam mecanismos técnicos que impedem o compartilhamento, toda uma lógica de relações culturais deixa de existir. Essas coisas todas têm enormes conotações políticas.” Por isso, acredita ele, um dos papéis do fórum é pensar políticas públicas para o campo digital e organizar o debate que está colocado sobre o tema.
O fórum é aberto a quem quiser participar, e pensar políticas digitais. Será aberto no dia 14, com um show de Gilberto Gil, Macaco Bong, Banda de Pife Princesa do Agreste, VJ Scan e DJ Tudo e Sua Gente de Todo lugar, no Auditório do Ibirapuera. Na Cinemateca, entre os dias 15 e 17, haverá seis espaços simultâneos de atividades. Nos links há os detalhes da enorme e interessante programação de cada espaço.
1. A Tenda das Redes da Cultura Digital, uma tenda de circo onde vão se encontrar representantes das dezenas de redes em atividade no Brasil. Redelabs, Servidores Livres, Metareciclagem, EducaRede, Coletivo Fora do Eixo, Intervozes, Viração são alguns nomes, mas haverá muitos mais.
2. Arena de Debates, um espaço em forma de arena aberto ao debate, onde serão tratados temas como a liberdade de expressão no contexto digital, o marco civil da internet, o plano nacional de banda larga. Serão rodas de conversas, durante todo o tempo do fórum.
3. Sala de Experiências, onde experiências de cultura digital do Brasil e do mundo vão se apresentar. Trabalhos acadêmicos, iniciativas de web cidadania, a atuação de grupos como o Projeto Puraqué, de Santarém, ou um projeto colombiano, Nos2somos. Coletivos argentinos, representantes da África e da Europa estarão lá.
4. Seminário Internacional, com mesas sobre temas de cultura digital. A primeira será com Gilberto Gil e John Perry Barlow. São mesas onde vai se debater questões teóricas de fundo, como decisões de como avaliar a qualidade do que se produz em cultura digital, a economia da cultura digital e outros temas que foram debatidos no fórum do ano passado.
5. Tenda de Oficinas, mãos na massa, haverá dezenas de oficinas.
6. Área de Convivência, onde vai passar uma mostra de filmes que têm tecnologia como tema ou abordam a questão. A mostra está sendo preparada pela Cinemateca Brasileira.
Mais informações podem ser encontradas no blog do Fórum da Cultura Digital.
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