FotoGrafite – A arte da intervenção

Pichação (ou pixação), grafite, vandalismo... arte!  Seja com letras estilizadas, desenhos ou rabiscos incompreensíveis, os muros de São Paulo nunca mais serão os mesmos.



Nina em feira livre na baixada do Glicério.

Pichação (ou pixação), grafite,
vandalismo… arte!  Seja com letras estilizadas, desenhos ou
rabiscos incompreensíveis, os muros de São Paulo nunca mais serão os
mesmos.


Os Gêmeos.

Da fuligem industrial, tão característica da capital paulista, emergem
enigmas coloridos, que se confundem com o cotidiano das milhões de
pessoas que caminham ou dirigem pelas ruas. Há aqueles que o defendem,
há muitos que torcem o nariz. Mas não dá para negar: trata-se de arte e
inspiração, reverenciadas até pela prestigiosa editora inglesa Thames
& Hudson, na bela edição do livro Graffiti Brasil.


Nigazz, no Beco do
Aprendiz

O livro (sem edição nacional), assinado por Tristan Manco, Lost Art e
Caleb Neelon, demonstra todo o fascínio dos gringos pela arte
intervencionista dos grafiteiros brasileiros. Desde as próprias raízes

brasileiras, da mistura de índios, escravos negros, colonizadores
portugueses, imigrantes europeus e japoneses. Passando pelo golpe
militar, quando pichar muros era uma das principais formas de protesto,
até as condições de estrangulamento social do país nos dias atuais, da
violência e opressão da metrópole sobre o cidadão comum, pobre.
Situação que fez lembrar aos autores a Nova York dos anos 70, que
também viveu clima barra pesada social, embora bem mais suave que o
Brasil.


Titifreak, com outros grafiteiros,
em Pinheiros

Toda essa contradição favoreceu o florescimento de uma arte urbana e
marginal única no mundo. Mais criativa que de americanos e europeus.
Existencialista, violenta, contestadora e política. O livro fala sobre
o grafite brasileiro, com ênfase no paulista, passando por nomes como
John Howard, Os Gêmeos, Nina, Nunca, Onesto, Boleta, Zezão, Niggaz,
Highraff, Ciro, Titifreak, Vitché, Tinho, Kboco e outros. “Quando algum
estrangeiro vem aqui, fica louco com o que vê. Com a liberdade de se
grafitar em qualquer parte, em qualquer rua, independente da repressão
da polícia”, comenta Jey, de 28 anos, outro artista citado no livro,
que é curador da Grafiteria, na Vila Madalena.  “Para mim não há
diferença entre grafite e pichação, como muitos gostam de dizer. São
todas formas de expressão que têm valor”, diz.



Trabalho de vários grafiteiros no Beco do Aprendiz.


Excerto de grafite no Beco
do Batman, assinado por Binho,
Zezão, Itighraff, Raiaga e Jey.
(Vila Madalena)

Trabalho de Jey, Ema,
Nêgo entre outros, na
rua Cardeal Arcoverde.

www.livrariacultura.com.br – o livro pode ser encomendado na Livraria Cultura. O preço é de R$ 57,11.

www.lostart.com.br