09/11/2011
O Gabinete Digital do Rio Grande do Sul lançou hoje uma nova ferramenta, chamada Governador Pergunta, para consultar a população sobre políticas públicas só estado. O primeiro tema escolhido foi a saúde. “Como podemos melhorar o atendimento na saúde pública?”, é pergunta a ser respondida pelos internautas. As respostas não podem ser demasiadamente genéricas: o gabinete e a Secretaria da Saúde dividiram a questão em cinco temas (cuidado integral, saúde da família, urgência e emergência, acesso a medicamentos e saúde na sua região), com exemplos de medidas que podem ser tomadas para melhorar o atendimento.
As pessoas podem cadastrar suas respostas até o dia 24 de novembro. Depois, elas ficarão na ferramenta para serem votadas. As 50 propostas mais votadas serão apresentadas em um relatório ao governador no dia 14 de dezembro. Na mesma data, a Secretaria da Saúde vai anunciar medidas relacionadas às sugestões dos internautas.
O governador Tarso Genro votou simbolicamente, durante o lançamento, na questão que gostaria de ver contemplada. “A telemedicina é importante para qualificar o atendimento à saúde no estado”, disse ele, votando na pergunta/sugestão de um internauta para que o governo use tecnologias da comunicação para melhorar o atendimento. No evento, o secretário da Saúde, Ciro Simoni, anunciou que o governo pretende assinar, em dezembro, um convênio com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) na área de telemedicina. A ideia é formar equipes de professores/médicos especializados em saúde da família para dar suporte aos médicos dos postos de saúde da família do interior. Hoje, o estado conta com cerca de 1220 equipes de saúde da família.
A rede de saúde da família é pequena no Rio Grande do Sul – apenas 30% da população é coberta. Uma das metas do governo é ampliar este número para 70% até 2014. “Isso é programático e nós colocamos como meta. Mas é realizável?”, perguntou o governador ao secretário da Saúde. Sim, respondeu Simoni, com recursos extras que tanto o estado quanto o Ministério da Saúde estão aportando, e estimulando os municípios a participarem efetivamente do programa. O governador assumiu seu papel de perguntar, ali. Os internautas, no entanto, ainda não entenderam a proposta da nova ferramenta – a maior parte das intevenções feitas pela rede, durante o lançamento, foram perguntas e não propostas.
Para Manoel Soares, da Central Única da Favelas, a iniciativa é louvável. “Nas classes das escolas onde trabalhamos, quando perguntamos se os alunos têm Orkut, muitos respondem que sim”, conta ele. “As pessoas já são incluídas digitalmente, mas não enxergam a internet como uma ferramenta de transformação. O trabalho mais complicado é fazer as pessoas entenderem essa possibildiade”, afirmou ele, no lançamento.
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