Gesac: projeto de formação para subsidiar políticas públicas.

O Projeto Formação Gesac, iniciado em abril, pretende gerar uma base de dados e avaliação para servir de referência a outras iniciativas de formação em inclusão digital.

05/20/2010

Na semana de 20 a 28 de agosto começaram, em 23 estados, as aulas presenciais do novo Projeto Formação Gesac para 500 monitores dos telecentros do programa. Esta é a primeira vez que um projeto de formação em inclusão digital integra, desde a sua concepção, a experiência de educação popular dos implementadores (educadores que trabalham com as comunidades) e a experiência de educação formal de professores dos Institutos Federais de Ciência e Tecnologia (IFs). Estruturado para durar um ano, mas com recursos já reservados no Ministério das Comunicações para a continuidade, o projeto começou em abril de 2010.

A iniciativa foi estruturada como um projeto de pesquisa. No decorrer desse ano, todo o projeto será avaliado por uma equipe composta especificamente para isso. Os resultados da avaliação, que inclui mensurar o quanto o público-alvo (monitores e multiplicadores) aprendeu, ficarão disponíveis na internet. “Quando fizemos um balanço nos programas de inclusão digital”, explica Elias Nagib Davi, coordenador geral do projeto, “constatamos que há muito pouca coisa sistematizada, que quase não há acervo no governo federal em relação às inicitivas de formação já realizadas”.

Todas as informações sobre conteúdo, desenvolvimento do projeto, interação entre os mais de 200 profissionais que estão trabalhando e os, por enquanto, 500 alunos, serão registradas no portal da rede (www.formacao.gesac.gov.br) e no blog gesac.wordpress.com. “Ao final do processo, teremos documentado nossos acertos e erros e nossa contribuição, além da formação dos 739 monitores e três vezes esse número de multiplicadores, será prover essa base de reflexão para criar uma política pública de formação em inclusão digital”, diz Davi.

Até o início das aulas, em agosto, foi realizado um enorme processo de preparação. Os promotores de inclusão digital (os implementadores de antigamente, chamados de PIDs neste projeto) visitaram os 739 telecentros escolhidos e ajudaram na seleção dos monitores. O critério para a escolha dos telecentros foi a existência de uma boa conexão internet e o funcionamento do ponto. Enquanto isso, o Instituto Federal de Campos, no Rio de Janeiro, desenvolveu o portal, que abriga uma rede social aberta. O IF de Campos é responsável pela gestão da infraestrutura da formação. O IF do Ceará, responsável pela gestão da formação e da certificação dos participantes, desenvolveu o conteúdo dos cursos. Os temas são educomunicação, educação e cidadania, ensino a distância, software, hardware e redes.

A formação funciona assim: professores e alunos-tutores de 11 IFs vão dar aulas para os monitores – pessoas escolhidas dentro dos Pontos Gesac. Para conquistar seu certificado de aprendizagem, o monitor deverá repassar o conhecimento a, no mínimo, três pessoas de dentro de seu ponto Gesac (os chamados multiplicadores). Os PIDs vão acompanhar todo o processo de formação, participando das capacitações presenciais (são previstos três encontros presenciais com monitores ao longo do projeto). Os encontros e aulas presenciais serão em oito telecentros e pólos da Universidade Aberta do Brasil apoiados pelo Gesac e em oito IFs. O investimento no projeto, neste primeiro ano, é de R$ 4,058 milhões.

{jcomments on}