Grafiteiros celebram muros imortais

O Dia Nacional do Grafite, que marcou os 20 anos da morte do pioneiro Alex Vallauri, reuniu autores da nova e da velha escola.


O Dia Nacional do Grafite, que marcou os 20 anos da morte do pioneiro Alex Vallauri, reuniu autores da nova e da velha escola.  Thiago Vaz


Trabalho de Zelia

Dia Nacional do Grafite — 27 de março — homenageia o pioneiro Alex
Vallauri, que, na década de 70, poetizou os muros de São Paulo, com
seus desenhos feitos a partir do “stencil art” (antiga técnica de impressão, feita com molde vazado).
No regime militar, quando haviam cassado a palavra, os signos falavam
muito mais. Após a morte de Vallauri, grafiteiros da época como Ozeas
Duarte, Maurício Villaça, Vado do Cachimbo, Rui Amaral, entre outros,
instituíram a data, organizando eventos no centro da cidade que reuniam
grafite e humor. “Ficaram marcados o bom humor e a generosidade de um
amigo para toda hora”, explica Ozeas Duarte, um de seus contemporâneos.


"Africanidades", de Bonga

Nesses vinte anos de homenagens e comemorações, o Dia Nacional do
Grafite ganhou prestígio, e passou a contar com a parceria da ONG Ação
Educativa, que, desde 2004, com a iniciativa do artista Plástico e
grafiteiro Celso Githay, contribui com a estrutura para a realização de
uma intervenção coletiva (dez grafiteiros), em painel com mais de cinco
metros na sede da entidade, acompanhada de exposição com trabalhos de
grafite e oficinas que mostram as várias técnicas utilizadas pelos
autores.

Este ano, a Ação Educativa convidou quatro grafiteiros da velha e da
nova escola: Celso Githay, Tota, Maumeks e eu, Thiago Vaz, para a
curadoria da exposição comemorativa, que reuniu trabalhos de 26 novos
autores. O especial dessa edição foi a homenagem aos 20 anos da morte
de Vallauri e a inauguração do Núcleo de Grafite, com a afirmação da
Lei Municipal 13.903/2004, de autoria do então vereador Odilon Guedes,
que institui oficialmente o Dia do Grafite na Cidade de São Paulo.



Acima, painel com grafitagem coletiva na sede da Ação Educativa, em São Paulo.

Grafiteiros fazem intervenção coletiva no meio da exposição. Na coluna central, exposição dos seguintes trabalhos: Odeie seu Òdio, de Samir, montagem de três painéis em homenagem a Alex Vallauri (De Celso Gitahy/Edinho; de Tota e de Thiago Vaz). Na seqüência, grafite de Car (s/ título).