Guerra de padrões

A ABNT analisa pedido de entidade internacional para adotar como padrão o OpenXML, apoiado pela Microsoft. O movimento do software livre se mobiliza em defesa do ODF, escolhido, entre outros governos, pelo brasileiro.



Uma briga para definir o formato de documento que deve ser considerado
padrão mundial é a nova arena para a disputa entre os interesses da
Microsoft, que defende o OpenXML, e do movimento do software
livre, que, junto a governos e instituições de vários setores, defende
o ODF. A ECMA (European Computer Manufacturers Association), que reúne
a indústria de computação e comunicação na Europa, propôs o formato de
documentos XML como padrão para a ISO-International Standard
Organization – organização que define padrões tecnológicos mundiais. A
proposta deve ter a avaliação dos países membros da ISO, inclusive o
Brasil, onde está em análise na ABNT (Associação Brasileira de Normas
Técnicas). O Brasil tem até o dia 2 de setembro para enviar seu voto ao
pedido de aprovação na ISO do OpenXML.

De outro lado, na Aliança ODF (Open Document Format), estão mais de 370
entidades (instituições acadêmicas, governos e empresas, como Corel,
Sun, IBM) para promover o uso e a disseminação de formatos de
documentos baseados em padrões abertos. O ODF também foi anunciado pelo
governo federal brasileiro como padrão para documentos da adminstração
pública. A Microsoft, contudo, abandonou o consórcio que define o
padrão ODF para apoiar um outro padrão, o OpenXML, da ECMA. Embora se
pretenda aberto, acredita-se que o XML contenha vários componentes
fechados e patenteados, e é altamente complexo (com cerca de 6 mil
páginas de especificações).  O ODF, ao contrário, é integralmente
livre. Qualquer empresa ou entidade de classe pode solicitar à ABNT
para participar das discussões. A próxima reunião está marcada para dia
14 de junho, em Brasília.

www.odfalliance.org

www.abnt.org.br


www.arede.inf.br
— Veja, em “edições anteriores”, ARede nº 17 (agosto/2006), seção Opinião, um artigo sobre ODF.