Hacker diz ter fraudado eleição no Rio de Janeiro

12/12 - Depoimento foi dado durante evento sobre a segurança da urna eletrônica.

Da redação

12/12/2012 – O PDT publicou em seu site a notícia de que um hacker admitiu ter invadido o sistema da Justiça Eleitoral e interferido na apuração dos votos nas últimas eleições. O hacker, chamado apenas de Rangel, estaria sob proteção policial e falou a um público de 100 pessoas no auditório da Sociedade de Engenheiros e Arquitetos do Rio de Janeiro na última segunda-feira (10), durante o evento “A urna eletrônica é confiável?”, promovido pelo Instituto Republicano (ligado ao PR) e pela Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini (ligada ao PDT). 

Em sua fala, o hacker afirmou ter feito parte de um grupo que fraudava as eleições eletrônicas brasileiras. Acompanhado por Reinaldo Mendonça, um especialista em transmissão de dados, e por Alexandre Neto, delegado de polícia, o hacker de 19 anos mostrou como — através de acesso ilegal e privilegiado à intranet da Justiça Eleitoral no Rio de Janeiro – interceptou os dados alimentadores do sistema de totalização e, após o retardo do envio desses dados aos computadores da Justiça Eleitoral, modificou resultados beneficiando candidatos em detrimento de outros – sem nada ser oficialmente detectado.

“A gente entra na rede da Justiça Eleitoral quando os resultados estão sendo transmitidos para a totalização e depois que 50% dos dados já foram transmitidos, atuamos. Modificamos resultados mesmo quando a totalização está prestes a ser fechada”, explicou Rangel.

Rangel já prestou depoimento na Polícia Federal. A fraude era feita em beneficio de políticos com base eleitoral na Região dos Lagos – citou nominalmente o atual presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado Paulo Melo (PMDB), como um dos beneficiários. A deputada Clarissa Garotinho, que fazia parte da mesa no evento, depois de dirigir algumas perguntas a Rangel – afirmou que se informará mais sobre o assunto e não pretende deixar a denúncia cair no vazio.

No envento, o professor Pedro Rezende, especialista em Ciência da Computação, professor de criptografia da Universidade de Brasília (UnB), mostrou o trabalho permanente do TSE em “blindar” as urnas em uso no país, que na opinião deles são 100% seguras. Para Rezende, porém, elas são “ultrapassadas e inseguras”. Ele as comparou com sistemas de outros países, mais confiáveis, especialmente as urnas eletrônicas de terceira geração usadas em algumas províncias argentinas, que além de imprimirem o voto, ainda registram digitalmente o mesmo voto em um chip embutido na cédula, criando uma dupla segurança. (Com assessoria de imprensa OM/Apio Gomes)