Hipernovas
As notícias da rede
ARede nº 92 – julho/agosto de 2013
Pai da neutralidade manifesta apoio ao Marco Civil…
O número de apoiadores do Marco Civil da Internet só faz crescer. Tim Berners-Lee, inventor da internet, já disse que o projeto é muito bom. Agora foi a vez de Tim Wu, considerado o “pai da neutralidade de rede”, o primeiro a usar o termo neutralidade em um artigo acadêmico. Professor da Universidade de Columbia e especialista em políticas de telecomunicações, elogiou a proposta de lei em entrevista ao jornal carioca O Globo. Ele ressaltou a importância de aprovar logo o Marco Civil, lembrando que “a neutralidade é fundamental para fazer do Brasil um centro de inovação em internet”.
…que entrou na pauta das manifestações
Ativistas da democratização das comunicações definiram, no final de junho, estratégias de ação para incluir entre as bandeiras das manifestações populares a votação do Marco Civil e do projeto de lei de iniciativa popular para um novo marco regulatório das comunicações. Na mesma cesta, estão, também, a universalização da banda larga, garantias de acessibilidade plena às pessoas com deficiência auditiva e o controle externo do Ecad. Os movimentos sociais decidiram criar um centro e uma rede públicos de produção de conteúdo, uma rede para debate virtual com reuniões presenciais chamada Diálogos, e fazer um novo ato público com as bandeiras da democratização da comunicação.
Hackers ativos nas ruas
Entre as organizações, coletivos e tribos integrantes das manifestações de rua, os hackers marcaram presença ativa. Houve vários encontros de programadores para criar ferramentas digitais para auxiliar as manifestações. Um aplicativo criado por Leo Zeba, o Protesta! (http://protesta.herokuapp.com), permite compartilhar informações, em tempo real. No Rio de Janeiro, rolou o HackdayRio, de onde saíram propostas de sites e de apps (http://pontaopad.me/transporterio) de mobilização. O pessoal do Tarrafa Hackerspace criou até a Revolta da Antena, baseada em levar roteadores conectados entre si por rede Mesh, alimentados por baterias, usando WiFi para ampliar a cobertura do sinal para os manifestantes.
74,9 milhões nunca usaram a internet
Quase metade da população brasileira (45%) nunca acessou a web, revelou a pesquisa TIC Domicílios, do Cetic.br. O estudo, feito entre 1º de setembro de 2012 e 13 de fevereiro de 2013, com mais de 17 mil entrevistados, mostrou ainda que, pela primeira vez, há mais brasileiros que usam a internet (55%) do que os que nunca acessaram a rede. A má notícia – que não sai das pesquisas – é a permanente grande diferença entre os acessos nas áreas urbana (44%) e rural (10%).
Internautas vigiados pelos EUA…
O mundo ficou sabendo, em junho, que a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) mantém projetos de espionagem de cidadãos comuns. Primeiro, jornais divulgaram que o órgão tinha acesso direto aos dados de milhões de clientes de uma das maiores companhias de telefonia móvel do país. O governo se defendeu. Um Barack Obama inseguro declarou que nenhuma conversa era ouvida, apenas locais, horários e extensão das chamadas. A descoberta gerou reações de políticos e da sociedade civil organizada em vários países.
…a partir dos provedores de serviços online
Um dia depois da espionagem telefônica ser denunciada, o ex-agente da CIA Edward Snowden vazou à imprensa que companhias de internet colaboravam com o governo do país na vigilância. Google, Facebook, Microsoft, Yahoo!, Twitter, entre outros, foram acusados de oferecer acesso irrestrito a conteúdo privado em seus servidores, por meio de um projeto denominado PRISM. As empresas desmentiram, afirmando que passaram dados pontuais, embora aos milhares, apenas a partir de pedidos da NSA. Snowden, perseguido pela Justiça estadunidense, buscou asilo no Equador.