Hipernovas
As notícias da rede
ARede nº 89 – março de 2013
A câmara dos EUA bate…
Voltou à pauta da câmara dos Estados Unidos o Cispa, projeto que prevê “compartilhamento” de informações entre operadoras de telecomunicações, provedores e governo. As empresas poderiam analisar os dados trocados entre usuários e enviá-los ao serviço de inteligência, caso identifiquem ameaça à “cibersegurança” nacional. Na prática, quem usa serviços online baseados nos EUA poderia ter os dados devassados caso a empresa desconfie de algo, sem necessidade de qualquer ordem judicial. Ao governo, seria dado acesso a todos os e-mails, à conta de armazenamento de dados em nuvem, ou até aos SMS trocados internacionalmente por um usuário. Organizações locais como Electronic Frontier Foundation e Access batalham para pressionar os congressistas pela derrubada do projeto – mas o embate está apenas começando.
…enquanto o senado assopra
Para compensar, há uma proposta boa circulando no Congresso estadunidense. O projeto de lei Fair Access to Science and Technology Research (FASTR) foi apresentado no senado e prevê a publicação online, com acesso aberto e gratuito, de pesquisas científicas financiadas pelo governo do país. O projeto se baseia no princípio de que pesquisa bancada pelo dinheiro público deve ter resultados públicos. A intenção dos senadores que apresentaram a proposta é acelerar o desenvolvimento tecnológico – não apenas na terra do Tio Sam, mas no mundo, uma vez que qualquer país poderia acessar os artigos científicos livremente. Yes!
31 polos da uab nos ceus de sp
A cidade de São Paulo terá 31 polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB) dentro dos CEUs e subprefeituras. Parceria da secretaria da Educação e do Ministério da Educação, a iniciativa está prevista para ser implantada ainda este ano. A proposta é melhorar a formação de professores da rede. A secretaria informa que os cursos seguirão, inicialmente, três linhas estratégicas: complementar a formação, oferecer a segunda licenciatura e oferecer formação de nível superior.
Alckmin veta REA em São Paulo
Já imaginou como seria se o material didático das escolas públicas estivesse online, para quem quisesse usá-lo livremente, sem fins comerciais? Grande passo para uma educação mais democrática, não? O governador Geraldo Alckmin (PSDB) não acha. Ele vetou o projeto de lei 989/11, aprovado na Assembleia Legislativa paulista (Alesp), e que torna obrigatório, nas escolas do estado, o uso de recursos educacionais abertos (REA). Alegou que uma lei assim deve ser proposta pelo poder Executivo, e que já há sites, como o Scielo, onde conteúdo educacional é distribuído livremente. Movimentos sociais, como o REA Brasil, pedem a derrubada do veto pela Assembleia, o que deve ser determinado este mês. Veta, Alesp!
Aberta consultapública sobrefaixa de 700 Mhz
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) abriu consulta pública sobre o novo regulamento de Condições de Uso de Radiofrequências na faixa de 700 MHz. O texto determina a destinação da faixa para a prestação de serviços de telecomunicações, como internet de alta velocidade (4G). Atualmente, a faixa de 700 MHz é utilizada para a TV analógica. A proposta fica na internet até 14 de abril. A Anatel pretende, também, organizar uma audiência pública para debater o tema, mas o local e a data ainda não haviam sido divulgados até o fechamento desta edição.
Pirate Bay quer processar site por violar copyright
Vai entender… O The Pirate Bay (TPB) quer processar uma organização finlandesa que defende os direitos de autor, chamada Centro Antipirataria e Informação de Copyright. Motivo? A criação de uma página com logo e diagramação “inspirados” no do serviço de busca de torrents. O TPB ameaçou, mas até o fechamento desta edição nenhum processo havia sido protocolado na Justiça finlandesa sobre o tema. Em seus termos de serviço, o TPB avisa que seu sistema, o que inclui a aparência do site, pode ser usado apenas sob autorização expressa dos administradores. Quem desrespeitar a cláusula, pode ser acionado e ter de pagar multa de até 5 mil euros.
Wikileaks: Manning será julgado em junho
Bradley Manning, o soldado do exército dos Estados Unidos acusado de 22 crimes, entre os quais, auxiliar o grupo terrorista Al-Qaeda por acessar dados sigilosos e fornecer material ao Wikileaks, se declarou inocente. Negou, em fevereiro, as acusações de ajudar inimigos e causar mal intencionalmente ao país – violações que levam a pena de morte ou prisão perpétua. Admitiu, porém, ter cometido dez dos crimes, como o repasse de dados ao Wikileaks, pelos quais pegaria 20 anos de prisão. Manning será julgado em corte marcial no próximo 3 de junho, quando juízes militares decidirão se deve ou não ser considerado um traidor. Ele foi detido em 2010, quando atuava em um batalhão no Iraque. Entre os documentos que “vazou” está um vídeo no qual civis confundidos com terroristas são assassinados por helicóptero.
