O Comitê para Democratização da Informática (CDI) lançou em novembro a
Frente Fust Já!, para reivindicar a liberação de recursos do Fundo de
Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) em projetos de
inclusão digital. O fundo é formado por contribuições equivalentes a 1%
da receita operacional bruta das prestadoras de serviços de
telecomunicações, todos os anos. Desde sua criação, em agosto de 2000,
o Fust foi bloqueado para aumentar o superávit primário, que é quanto
de sua receita o governo federal consegue economizar, após o pagamento
das despesas, sem considerar os gastos com os juros da dívida,
exatamente para pagar dívidas. E nunca foi usado para universalização.
A frente Fust Já! é apoiada pela Rede de Informações do Terceiro Setor
(Rits), pelo Movimento Software Livre Brasil, pela Fundação Avina, pela
Ashoka e pela agência Addcomm, que desenvolveu voluntariamente o site
da campanha. Por meio do site, as pessoas podem enviar ao ministro das
Comunicações, Hélio Costa, um e-mail com o seguinte texto:
“Excelentíssimo Senhor Ministro, solicito providências imediatas para a
liberação dos recursos do Fust”. E sugerir aos amigos que façam o mesmo.
O CDI-SP criou um Fundo de Conectividade para pagar o acesso de 11 EICs
à internet. De acordo com Rodrigo Alvarez, coordenador do CDI-SP, a
entidade arrecadou R$ 30 mil para o fundo, junto à
PricewaterhouseCoopers, à Alcatel e à Tozzini Freire Teixeira
Advogados. A Unisys participou com mão-de-obra voluntária. Para o
acesso, o CDI vai contratar o Speedy. O CDI tem 60 Escolas de
Informática e Cidadania (EICs) em São Paulo, das quais 16 sem internet
– total que, agora, cai a apenas cinco. Foi criado um grupo de trabalho
para explorar e estudar as várias formas de uso da rede e subsidiar o
desenvolvimento de aplicações sociais. O CDI-SP ainda trabalha com
Windows em suas escolas, mas está adotando o software livre na
reformulação de seu site. A capacitação técnica está a cargo de um
ícone da geração Linux: o ex-monitor do telecentro Cidade Tiradentes e
atual programador, Cléber de Jesus Santos.
