Um total de 23 fabricantes de PCs credenciados pelo Ministério da
Ciência e Tecnologia, um volume considerável de vendas por parte
de alguns fornecedores no final de 2005 e a promessa de um ano
agressivo já na volta do período escolar. É neste estágio que se
encontra o programa de inclusão digital do governo federal conhecido
por Computador Popular ou Computador para Todos – máquinas com preço
máximo de R$ 1.400,00, vendidas com juros subsidiados. “Na pior das
hipóteses, neste ano o nosso faturamento vai aumentar em 30% com o
computador popular”, estima Paulo Neuenschwander Maciel, presidente do
grupo mineiro Syst, dono do Metasys, solução baseada em Linux que é
composta por sistema operacional e uma série de aplicativos. Com a
expectativa de embarcar seu sistema em 300 mil máquinas neste ano e
ampliar a parceria com outros fabricantes de PCs (até o momento são
cinco), Maciel espera brigar mais agressivamente com a Mandriva e
abocanhar entre 25% e 30% do mercado nacional do Computador para Todos.
Do lado dos fabricantes, a Itautec produziu 8 mil unidades no ano
passado, o que fez o faturamento da divisão de micros crescer por volta
de 15%. Fábio Bhilbert, grerente-executivo da Itautec, acredita que 15%
da produção deste ano estará voltada a esse produto. Embora João
Marcelo Alves, diretor de marketing da Positivo Informática, considere
boa a expectativa com o programa, ele diz que as ações publicitárias do
governo em relação ao computador não foram tão agressivas quanto
deveriam. “Ainda há muita gente que não sabe de sua existência”, revela
Alves. Mesmo assim, isso não impediu a Positivo de vender todas as 20
mil máquinas produzidas no ano passado. O Magazine Luiza, varejista que
buscou recursos no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social) e comprador das máquinas da Positivo, encontra-se sem um único
equipamento disponível. Todas as 7 mil máquinas recebidas no começo do
programa foram vendidas em três dias. No momento, ele aguarda o
recebimento de um novo lote.
