HiperNovas – Sanguessugas na inclusão digital

A CPMI que investiga a compra de ambulâncias com recursos de emendas parlamentares estende o foco para os ônibus equipados com computadores.


A partir de
setembro, os deputados e senadores que integram a Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito (CPMI), criada para investigar atuação da Máfia dos
Sanguessugas, pretendem aprofundar as investigações sobre fraudes
também na compra de ônibus e carros destinados a atender programas de
inclusão digital. A acusação inicial se restringia a fraudes na compra
de ambulâncias para prefeituras. A CPMI conclui neste mês um relatório
parcial dos trabalhos, com a lista dos deputados envolvidos diretamente
no esquema, que podem somar até 75 congressistas.

Segundo o deputado Júlio Delgado (PSB-MG), sub-relator da CPMI para
investigação de parlamentares, de acordo com depoimentos colhidos até
agora, há indicativos de que os empresários e parlamentares estavam
iniciando um esquema para fraudar as compras de ônibus para inclusão
digital. “Teremos que fazer um cruzamento de dados, mas há fortes
indícios de que a máfia visava também os programas de inclusão
digital”, diz Delgado. O ministro das Comunicações, Hélio Costa, por
sua vez, explicou que cancelou repasse de R$ 15 milhões, que seriam
entregues a prefeituras para a montagem de telecentros por meio de
convênios assinados ainda na gestão do ex-ministro Eunício Oliveira.