19/04/2012 – Arthur Pereira Nunes assumiu a Subsecretaria de Informática do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no primeiro governo Lula com muitos planos. Entre eles, dar um caráter mais representativo da sociedade ao Comitê Gestor da Internet CGI) e construir, no âmbito federal, uma política uniforme de uso da tecnologia da informação. Conseguiu colocar em prática o novo sistema de governança do CGI, mas os demais projetos foram atropelados por uma insuficiência circulatória, que se manifestou em 2004 e comprometeu suas funções renais, causa de sua morte, aos 65 anos, ocorrida na segunda-feira, 16, no Rio de Janeiro. Seu corpo foi cremado ontem.
Desde 2005, o CGI tem representantes eleitos do Terceiro Setor, da academia e dos segmentos tecnológico e empresarial que, ao lado dos representantes indicados pelo governo, compõem a governança da internet no Brasil. Um modelo democrático e consolidado – o CGI é reconhecimento no Brasil e no exterior pela sua capacidade técnica e de articulação em torno da garantia da neutralidade na rede, de sua independência em relação a governos e de uma governança plural e democrática. Nessa construção, o papel de Arthur Pereira Nunes, um dos representantes brasileiros na Cúpula da Sociedade da Informação de 2003, foi muito relevante, como reconhecem seus colegas de governo à época.
Graduado em administração pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro e pós-graduado em administração pública pelo Institut International d`Administration Publique de Paris, Arthur Pereira Nunes tem uma longa folha de serviços prestados à gestão pública e ao desenvolvimento de políticas públicas especialmente na área da tecnologia da informação. Ele teve uma participação ativa na formulação e articulação da Lei de Informática, em suas várias fases, foi um dos impulsionadores do desenvolvimento do software nacional e, no MCTI, apoiou o fomento ao software livre.
Em 2004, ele viu-se obrigado a deixar o comando da subsecretaria de Política de Informática, mas continuou trabalhando em outras funções no MCTI, no Rio de Janeiro. Presidiu o Conselho da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), coordenou a Representação Regional Sudeste (Rese), foi assessor especial do ex-ministro Eduardo Campos e atualmente trabalhava na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Nunes deu uma importante contribuição à causa da inclusão digital, estimulando e colaborando, desde o início, com a revista ARede. Participou da Comissão Julgadora do Prêmio ARede desde a primneira edição da premiação, em 2007.
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