Investimento em e-gov e mudanças em lan houses

CGI.br aponta desafios para aumentar adesão a serviços públicos na web e sugere diversificação em lan houses   Áurea lopes

ARede nº65 dezembro 2010 – Duas pesquisas divulgadas no início de dezembro pelo Comitê Gestor da Internet (CGI.br), por meio do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), indicam demandas e deficiências de cidadãos e empresas no uso das tecnologias de informação e da comunicação. Segundo o estudo TIC Governo Eletrônico, conduzido pelo Centro de Estudos das Tecnologias da Informação e Comunicação (Cetic.br), apenas 35% da população utilizam e-gov e, entre esses usuários, pouco menos de um terço usou somente um serviço nos últimos doze meses.

A internet, porém, está consolidada na relação entre governo e empresas – enquanto 60% dos cidadãos alegaram acesso a serviços públicos por meio presencial, 79% das empresas declararam ser adeptas de e-gov. Menos da metade dos usuários pessoa física (39%) acessam portais públicos “só para busca de informação” e 51% “efetuam transações”. No âmbito empresarial, praticamente não se usa a internet apenas para busca de informação – 88% dos acessos foram identificados como “para informação e para transação”. “Recomendamos ao governo mais investimentos em serviços eletrônicos também mais divulgação dos serviços existentes”, afirmou André Barbosa, do Cetic.br.

A pesquisa apontou ainda os serviços do governo eletrônico desejados pela população: 28% gostariam de agendar consultas e exames médicos, 11% querem emitir documentos, 6% desejam acesso a solicitação de certidões negativas e 5% pedem vagas para emprego. Outros indicadores importantes da pesquisa mapeiam os desafios a serem superados:
65% não são capazes de sugerir quais serviços públicos deveriam estar disponíveis na internet
39%    dos cidadãos temem pela segurança dos dados na internet
29%    têm dificuldade em encontrar os serviços de que precisam
28%    não recebem retorno de solicitações
48%    preferem ser atendidos por uma pessoa

Novos serviços
Reconhecidas como importantes pontes para a inclusão digital no Brasil, as lan houses têm um desafio para o curto prazo. Com a crescente universalização das conexões e a popularização dos preços dos equipamentos, não é mais suficiente oferecer acesso aos usuários. Para continuar existindo e ganhar sustentação, as lan housesprecisam ir além dos jogos eletrônicos, diversificando a oferta de conteúdos e serviços. “As lan houses têm de ampliar sua relevância local. Os telecentros são uma referência, pois são ricos em serviços. Esse é o caminho”, alertou Winston Oyadomari, analista do Centro de Estudos das Tecnologias da Informação e Comunicação (Cetic.br), que conduziu a pesquisa TIC Lan Houses.

O estudo do CGI.br apontou que 80% dos negócios são familiares – 97% têm até 3 funcionários e dois em cada três têm até dez estações de trabalho. Outro indicador de informalidade é que 44% compartilham o espaço físico com outras atividades – comércio de informática e assistência técnica (29%), loja de doces (23%), lanchonete (21%) e gráfica ou copiadora (21%).

Entre um público predominantemente jovem, e que se declara sem computador (81%) ou sem internet (75%) em casa, os jogos ainda constituem a principal demanda (42%), seguida de serviços de impressão (19%). Pelas declarações dos gestores, existe grande potencial a ser explorado: 63% desejam expandir a quantidade de máquinas e 62% gostariam de aumentar a variedade de serviços.
www.cetic.br

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