Do portal do Minicom
19/04/2012 – Orlando Joaquim Júnior, jovem morador de um bairro carente de Recife, tinha um sonho: trabalhar numa empresa de informática que ficava no caminho de sua casa. Mas ele achava que nunca ia conseguir porque não tinha meios para se matricular numa escola de informática.
Um programa de TV anunciou que o Centro de Recondicionamento de Computadores (CRC) de Recife (PE) estava com inscrições abertas para cursos gratuitos no local. Júnior, encorajado pela namorada, decidiu arriscar. Enfrentou uma prova que o deixou ansioso e, inicialmente, sem esperança de conseguir a vaga. Mas passou. E em março do ano passado, começou a ter aulas no local.
O curso oferecido pelo CRC tem dois módulos: um inicial, básico, e um segundo, mais avançado. Só passa para o segundo módulo quem se destaca no primeiro. Foi o caso de Júnior. No centro, fez amigos e encontrou seu caminho. “Uma simples aula de robótica me fez trilhar o sonho de criança: futuro engenheiro mecânico”, conta ele.
Júnior lembra que, certa noite, quando estava perto de concluir o curso, passou com uma amiga em frente à empresa de computadores. Apontando para o local, falou: “Ainda vou trabalhar nessa empresa”. E a amiga respondeu: “Você vai conseguir”.
Pouco tempo depois, Júnior recebeu o telefonema de uma assistente social. Ela perguntou se ele havia concluído os cursos no CRC e pediu que ele lhe enviasse um curriculum. Duas semanas depois, recebeu uma ligação do departamento de Recursos Humanos da empresa em que ele desejava trabalhar. Eles queriam agendar em encontro com Júnior. Ansioso, ele passou por entrevistas, providenciou documentação e exames médicos. E deu tudo certo.
Um ano depois de começar a fazer o curso no CRC de Recife, Júnior conseguiu seu primeiro emprego na Elcoma Assistência Técnica. Sobre a conquista, ele reflete. “Aqui (no CRC) eu aprendi a ser um profissional, mas além disso aprendi a ser um cidadão. Um dia eu volto por aqui para ensinar o que aprendi.”
Inclusão
O projeto Computadores para Inclusão é um dos programas da Secretaria de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações. O projeto existe desde 2005 e conta com seis Centros de Recondicionamento de Computadores (CRCs) em todo o País. Por meio do programa, computadores antigos, que seriam jogados no lixo, são recuperados e transformados em máquinas novas. Os computadores recuperados nos CRCs são doados para escolas, bibliotecas e telecentros e contribui para a inclusão digital no país.
Além disso, o projeto oferece oportunidades de formação profissional para jovens carentes. O programa começou como uma forma de recuperar computadores, mas vem passando por uma mudança e o foco agora é a capacitação dos jovens. Com isso, a Secretaria de Inclusão Digital busca a formação da juventude para o mercado de trabalho, promovendo a inclusão digital e social.
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